De Águas de São Pedro (SP) * - Em meados de 2012, a GM resolveu aposentar de uma vez só as veteranas Meriva e Zafira. A difícil missão de substituir os dois modelos, que tinham uma boa fatia do mercado de monovolume compacto e médio, coube ao Spin, que foi desenvolvido para atender aos dois públicos, com opções de cinco e sete lugares. Muita gente criticou a estratégia, alegando principalmente que o carro tinha linhas pouco harmônicas e design próximo daquele adotado pelos chineses, e não apostou as fichas no modelo. Perderam, pois a Spin pode ser considerada um sucesso de vendas e hoje é dona de 55% do mercado de monovolumes. De olho naquela esticada que as famílias dão nos fins de semana e nas férias, viajando para a praia, hotéis fazenda, enfim, encarando alguns trechos de estrada de terra nem sempre em boas condições, a GM criou uma versão aventureira, batizada de Activ e disponível somente na opção com cinco lugares.
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VISUAL Seguindo a velha fórmula para criar versão aventureira, a GM preparou um pacote para deixar o Spin com tal cara. Na frente, destacam-se os faróis com máscara negra, faróis de neblina com moldura em preto brilhante e novo para-choque, com protetor em plástico na cor cinza na parte de baixo, imitando o chamado “peito de aço”. De perfil, o que chama mais a atenção são os adesivos estilizados (com o nome da versão) na parte inferior das portas, as molduras plásticas na cor preta nos para-lamas e nas soleiras e saias que imitam “estribos” (sem nenhuma função para ajudar a subir no veículo), rodas de liga de 16 polegadas (na versão normal, elas são de 15) com desenho exclusivo, barras cromadas no teto, retrovisores com cobertura na cor preto brilhante e pneus de uso misto (50% terra/50% asfalto), que são os únicos responsáveis pelo aumento na altura do solo.
ESTEPE Mas o grande apelo visual do Spin aventureiro está na traseira: o estepe pendurado no centro (em algumas versões desse tipo, ele é um pouco deslocado para um dos lados) da tampa do porta-malas. Segundo os engenheiros da GM, por motivo de segurança, a abertura do porta-malas é feita em dois estágios. Primeiro, o usuário aciona um botão no painel de instrumentos ou na chave (por controle remoto) para destravar uma alavanca que fica no suporte. Ela destrava, mas não abre completamente (ou seja, não libera o conjunto pneu/roda). É preciso destravar o pino de segurança para abrir totalmente o mecanismo (ele é deslocado para o lado e trava na posição aberta, também para evitar acidentes). Depois, é só ir na maçaneta embutida na tampa para ter acesso ao porta-malas. A operação é simples e não exige nenhum esforço extra. Na traseira, também destacam-se as lanternas escurecidas, as luzes de neblina embutidas no para-choque, a mesma imitação de protetor plástico do para-choque dianteiro e sensores de estacionamento, que ajudam bem, pois a visibilidade traseira é ruim.
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POR DENTRO Na Activ, os bancos são revestidos em tecido exclusivo, de toque agradável e compatível com o nosso clima tropical, na cor preto, com o centro listrado nas cores branco, cinza e preto e o logotipo da versão bordado. O painel ganhou uma moldura na cor prata para o sistema multimídia MyLink, que é um dos destaques na lista de equipamentos, com tela de sete polegadas sensível ao toque, Bluetooth, de funcionamento bem simples e intuitivo, possibilitando ao usuário acessar fotos, músicas, vídeos e aplicativos, por meio de smartphone. O volante é revestido em couro e abriga comandos de áudio, telefone e controle automático de velocidade. A lista de equipamentos de série é a mesma da versão normal (ar, direção, vidros, travas e retrovisores com comando elétrico, alarme, computador de bordo, entre outros. Não há opcionais, mas existem muitas opções de acessórios, que incluem desde tablet até câmera de ré.
ESPAÇO Um dos grandes atrativos do Spin é o espaço interno, que acomoda com conforto cinco pessoas e oferece um porta-malas gigante, com capacidade para 710 litros, usando o compartimento até a tampa do bagagito. Com a saída do estepe, abriu um espaço para pequenos objetos sob o piso. Mas o banco traseiro não tem nem apoio de cabeça nem cinto de três pontos para quem senta no meio. Mecanicamente, o motor é o mesmo 1.8 8V (EconoFlex), que gera 106cv (gasolina) e 108cv (etanol). A suspensão passou por uma recalibragem de molas e amortecedores, para equilibrar conforto e estabilidade, sem mexer na altura. O câmbio pode ser manual ou automático, ambos de seis velocidades, e sofreu pequenas alterações nas relações (ficou um pouco mais longo) devido à adoção de rodas maiores. Na prática, em uma primeira avaliação, falta um pouco de fôlego (principalmente em retomadas de velocidade) para o motor 1.8, embora o câmbio automático (não andamos na versão com o manual) tenha recebido uma nova programação, proporcionando trocas mais rápidas.
PREÇOS Versão com câmbio manual, R$ 62.060; e com automático (que inclui controle automático de velocidade), R$ 65.860.
(*) Jornalista viajou a convite da General Motors do Brasil.