Todo mundo sabe que o cinto de segurança é um item fundamental para a segurança dos ocupantes do veículo, evitando lesões graves e morte em caso de acidente. Porém, se usado de forma incorreta, o equipamento pode causar o efeito contrário.
Isso acontece quando ele é apoiado de maneira inadequada, uma prática banalizada e feita com frequência por pessoas que buscam acomodar o item de maneira mais confortável. Porém, saiba que esse "conforto" passageiro pode te custar caro.
O cinto de segurança, quando não afivelado na posição correta, traz sérios riscos para as pessoas, os quais podem incluir maceração dos músculos e da pele, agravando o quadro clínico do paciente após um acidente. Isto sem contar a própria falha na proteção, quando utilizado de forma incorreta, deixando a vítima mais vulnerável aos impactos do acidente.
Cinto de segurança quase atravessou uma vítima na barriga
No intuito de chamar a atenção para o uso correto do cinto de segurança; a médica Franciele Arêdes contou o que aconteceu com uma paciente que foi quase partida ao meio pelo equipamento posicionado inadequadamente.
Como relata a cirurgiã geral, na região abdominal da paciente as camadas subcutâneas da pele (as partes mais internas) e os músculos que vêm logo abaixo estavam completamente macerados. Ou seja, tudo o que divide a pele externa e o intestino "cru" havia sido atravessado, cortado e esfacelado pelo forte impacto com o cinto de segurança.
Neste caso, muito provavelmente a mulher havia deslocado a faixa transversal do cinto, que deveria passar pelo tórax, para as costas ou para abaixo do braço e das axilas. Assim, a cintura, ou mais exatamente a parte abdominal inferior, que recobre o intestino e estava transpassada pela faixa horizontal do cinto, concentrou todo o impacto do corpo da paciente com o item, causando um forte trauma.
Quais são as posições incorretas de uso do cinto de segurança?
O cinto de segurança de três pontos, o mais seguro e comum nos carros de hoje em dia, possui duas faixas: uma transversal, que deve atravessar o ombro e o tórax do motorista ou passageiro; e uma subabdominal (horizontal), que deve passar pela cintura e quadris, indo de encontro ao encaixe da fivela do cinto.
Tudo o que fugir dessa disposição padrão - o que acontece especialmente quando as pessoas privilegiam o conforto em detrimento da segurança - é considerado errado e pode trazer graves riscos aos ocupantes do veículo caso se envolvam em acidentes de trânsito.
Algumas das posições inadequadas mais utilizadas pelas pessoas incluem mover a faixa transversal para trás (nas costas), para abaixo dos braços e axilas, ou também deixá-la sobre o pescoço. Este último caso acontece principalmente quando o ocupante não regula a altura do cinto ou quando o encosto do assento está muito reclinado. Segundo especialistas, o ideal é que o banco fique sempre próximo dos 90° de reclinação, ficando o mais reto possível.
Além disso, a faixa subabdominal quando deslocada mais para cima na barriga, ao invés de posicionada próxima à cintura e quadris, também pode ser perigosa, permitindo que o ocupante escorregue por baixo do cinto nos casos de colisão frontal.
Presilhas e grampos não podem ser usados
É importante se atentar também sobre o uso de presilhas e grampos. Estes itens, muitas vezes adquiridos por pessoas que se incomodam com a pressão do cinto e querem afrouxá-lo um pouco, são extremamente arriscados.
Como eles alargam o equipamento, caso aconteça uma colisão frontal, o corpo da vítima sofrerá um forte deslocamento antes de parar no cinto, o que potencializa o impacto e pode causar as mencionadas macerações e lesões.
Outra prática que parece banal, mas é perigosa, é deixar a faixa do cinto torcida. Durante acidentes e batidas, o impacto é extremamente forte, carregando muita energia. Dessa forma, mínimos detalhes como estes podem fazer toda a diferença, atrapalhando o funcionamento ideal do equipamento e podendo causar baques violentos em partes do corpo da vítima.
Utilização incorreta do equipamento é infração grave
Se, depois de tudo o que foi dito acima, você ainda não foi convencido a utilizar o cinto de segurança na posição correta, talvez você seja agora com a notícia de que o uso inadequado do equipamento é considerado uma infração grave pelo Código de Trânsito Brasileiro.
A prática é amparada pela mesma lei que pune o não uso do cinto. Ou seja, utilizá-lo de forma errada dá não mesmo que não utilizá-lo - literalmente falando, já que a proteção é anulada quando a posição não está correta, e legalmente falando, uma vez que a punição será a mesma para ambos os casos: cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e multa de R$ 195,23 (infração grave).
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