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Cliente passa a noite em concessionária após problemas com Suzuki Grand Vitara

Proprietário de jipe alega que o veículo apresentou vários defeitos desde a aquisição em revenda e exige o dinheiro de volta. Carros usados também têm garantia legal de 90 dias

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Cliente passa a noite em concessionária após problemas com Suzuki Grand Vitara
Cliente passa a noite em concessionária após problemas com Suzuki Grand Vitara Foto: Cliente passa a noite em concessionária após problemas com Suzuki Grand Vitara

Suzuki Grand Vitara 'apagou' na BR-381 e deixou proprietário inseguro


A insatisfação com um veículo comprado numa concessionária da Suzuki levou um cliente a uma medida desesperada em Belo Horizonte. Após ter vários problemas com um Grand Vitara 2010/2011 preto 4x2, o proprietário quis devolvê-lo. Sem chegar a um acordo com a direção da empresa, o consumidor acabou passando a noite inteira no local, na tentativa de chegar a uma solução para o impasse.

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O gerente de Operações Juliano Barbosa Soares, de 33 anos, conta que comprou o veículo com 35 mil quilômetros rodados na concessionaria Via Natsu, em 16 de dezembro de 2013. O valor pago foi de R$ 51.600. Segundo Juliano, uma semana após tirar o carro, a luz de injeção eletrônica acendeu. O carro foi levado à oficina da autorizada, que colocou a culpa na qualidade do combustível. Sete dias depois, o veículo apresentou o mesmo defeito.

Uma nova manutenção foi agendada mas, antes disso, o ar-condicionado parou de funcionar. No entanto, o pior estava por acontecer.No último domingo, durante uma viagem de volta a Belo Horizonte, o veículo simplesmente 'apagou' em movimento em plena BR-381 e não voltou mais a funcionar. O Suzuki foi transportado de reboque até a oficina da Via Natsu.

As falhas frequentes fizeram o cliente desistir do negócio. “Não quero o carro mais, pois não sinto segurança em utilizá-lo com minha família”, desabafa Juliano. O cliente conta que esteve na loja na última quarta-feira para conversar com o responsável. “Me ofereceram recomprar o carro por R$ 50 mil ou que eu pagasse a diferença com base nesse valor num carro mais caro. Não aceitei e falei que só sairia quando resolverem meu problema". O proprietário conta que levou um 'chá de cadeira' enquanto esperava os donos da loja de uma reunião. "Fiquei sozinho, apenas com o segurança da loja até meia noite esperando”, relembra.

 

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Apesar dos problemas com o carro, Juliano afirma que continua fã do fabricante, mas se sentiu desrespeitado. “Morei oito anos no Japão e conheço bem a marca, sei da qualidade do produto. Qualquer máquina pode dar um problema, mas, desde o início estou com essa dor de cabeça e eles não dão uma posição. Sinto que estão tentando empurrar para que eu perca o prazo de garantia”, afirmou.

Concessionária Suzuki Via Natsu, em BH



A Via Natsu Suzuki, confirmou que o veículo foi faturado em nome da esposa de Juliano. Segundo a empresa, o modelo esteve duas vezes na oficina - nos dias 26/12 para resolver o problema com a luz acesa da injeção eletrônica e em 10/02 para conserto no ar-condicionado. A concessionária afirma que resolveu o primeiro incidente, enquanto aguarda agendamento do cliente para consertar o ar-condicionado.

Em relação à pane do último domingo, a Via Natsu afirma que o veículo será diagnosticado dentro do prazo legal. “Sobre a devolução do dinheiro, até o presente momento, a empresa não acha ser condizente com a situação, visto que todos os momentos o veículo foi reparado em garantia, e continua no prazo de garantia, sendo prontamente atendido pela concessionária”, respondeu a empresa em nota ao Vrum. Sem chegar a um consenso, o proprietário pretende entrar na Justiça contra a concessionária.

Direitos do Consumidor

Mesmo usados, veículos comprados em concessionárias e revendas têm a garantia integral de 90 dias como bens duráveis e os clientes são salvaguardados pelo Código dos Direitos do Consumidor (Lei 8.078/1990). Segundo a coordenadora do Procon Municipal de Belo Horizonte, Maria Lúcia Scarpelli, dependendo da situação, o consumidor pode até desfazer do negócio.

“A lei afirma que a empresa tem 30 dias para resolver a falha. Caso persista além desse prazo, o cliente pode requerer o dinheiro de volta, corrigido monetariamente, escolher outro carro pelo mesmo valor ou até mesmo negociar um desconto no veículo comprado de forma a resolver de outra forma o problema mecânico apresentado”, explica Scarpelli. Segundo a advogada, a contagem dos 30 dias pode iniciar desde o primeiro atendimento, se os problemas estiverem relacionados. Além disso, após a conclusão do prazo, o veículo/produto deve estar em perfeito funcionamento.

No entanto, caso o veículo apresente um “vício oculto”, a obrigação da loja em consertá-lo ou repará-lo ultrapassa os três meses e os 30 dias para conserto do problema começam a ser contato quando o defeito aparece, situação que está prevista no Código. Em todo caso, a orientação do Procon é de que o proprietário contrate um profissional ou empresa para emitir um laudo das condições do carro.“Mesmo sendo um veículo usado, existe uma expectativa de funcionamento absolutamente normal e o comprador está protegido pelo Código do Consumidor”, orienta.

No caso do Gran Vitara de Juliano, a depreciação do veículo pela empresa não está correta. “É uma prática abusiva, uma apropriação indevida”, diz Scarpelli. Despesas decorrentes pelo mal funcionamento do carro podem ser questionadas na Justiça, principalmente dos riscos que a família sofreu, com ressarcimento em danos morais e materiais. “Na instância do Procon, podemos impor uma multa de acordo com a capacidade econômica do infrator, caso a denúncia seja procedente e fundamenta e a empresa não tenha agido com os ditames do Código”, detalha.