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Como comprar a bateria para o carro? Veja 5 dicas

Saiba como escolher o componente mais apropriado para o veículo

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De tempos em tempos, a bateria do carro chega ao fim da vida útil e precisa ser substituída
De tempos em tempos, a bateria do carro chega ao fim da vida útil e precisa ser substituída Foto: De tempos em tempos, a bateria do carro chega ao fim da vida útil e precisa ser substituída

A cena é desagradável, mas, infelizmente, comum: o motorista tenta dar a partida no carro, porém a bateria está descarregada. O motor nem dá sinal de que vai ligar. Se não for apenas o caso de uma recarga, resta, então, substitui-la por outra, nova. Mas como fazer isso? Qual componente o proprietário deve escolher?

Nada de desorientação! O VRUM consultou fabricantes e fez um enumerou 5 dicas para escolher a bateria mais apropriada para o veículo. Fique ligado para evitar gastos desnecessários ou dores de cabeça!

1- Qual a capacidade da bateria do carro? É de 60 amperes?

O primeiro passo é saber qual é a capacidade nominal da bateria do carro. Quanto mais amperes por hora (Ah) o componente conseguir armazenar e distribuir, mais potência ele tem. Porém, o motorista não deve superdimensionar essa medida, nem tampouco escolher um similar de menor amperagem: o certo é seguir a recomendação do fabricante do veículo.

Luiz Fernando da Cruz, engenheiro de Produtos da Clarios, fabricante das baterias Heliar, explica que a instalação de peças com amperagem menor que a ideal faz com que o carro não funcione corretamente. Além disso, o componente vai trabalhar sobrecarregado, o que pode resultar na redução da vida útil.

Por outro lado, peças com capacidade nominal mais alta que a necessária também podem trazer problemas. A fabricante de baterias Moura alerta que, em caso de superdimensionamento, o alternador do carro não conseguirá recarregar o componente no período necessário. Além disso, tende a ocorrer maior acúmulo de zinabre, uma crosta esverdeada decorrente de reações químicas, nos pólos da peça.

E como saber qual é a bateria mais apropriada para o carro? Muito simples: basta consultar o manual do proprietário. O componente ideal é aquele prescrito pelo livreto. O engenheiro da Clarios recomenda ainda procurar um técnico ou especialista para auxiliar na instalação e sanar eventuais dúvidas.

Bateria sendo instalada em carro
Todas as especificações da bateria constam no manual do carro: proprietário deve segui-las (Foto: Creative Commons)

2- O carro precisa de uma bateria comum ou mais sofisticada?

Outra informação fundamental é saber se o carro pode rodar com uma bateria convencional, do tipo SLI. Esse tipo de componente é o mais comum e equipa a grande maioria dos automóveis. Entretanto, alguns veículos, com mecânica mais sofisticada, requerem componentes igualmente mais avançados.

Carros com sistema start-stop (que desliga e religa automaticamente o motor em paradas rápidas), por exemplo, costumam demandar baterias do tipo EFB. Isso, porque eles necessitam rapidamente de carga. Naturalmente, esses componentes são mais caros que os similares comuns.

Por fim, existem as baterias do tipo AGM, que equipam carros nos quais há alta demanda elétrica. Porém, são poucos os veículos que exigem esse tipo de componente: geralmente, ele é utilizado apenas por esportivos ou modelos de luxo.

Porém, se o carro exigir uma bateria mais sofisticada, o especialista da Clarios alerta que o proprietário deve atender a essa especificação. A instalação de um componente do tipo SLI em um veículo que necessita de um similar EFB ou AGM resultará em mau-funcionamento ou até na inoperância do sistema elétrico.

Qual é a diferença entre as baterias EFB e AGM? Vídeo da fabricante Moura explica:

https://www.youtube.com/watch?v=DRmgYkAJO58&t=40s

3- Bateria para o carro deve ser selada ou não-selada? 

No caso das baterias convencionais, do tipo SLI, que, vale lembrar, equipam a maioria dos carros, existem mais duas opções: as seladas e as não-seladas. As primeiras são livres de qualquer tipo de manutenção, pois trazem uma pequena parcela de cálcio adicionada aos eletrodos de chumbo. Isso faz com que as reações químicas que ocorrem no interior do componente não consumam água.

Por outro lado, as baterias não-seladas não têm o isolamento completo em chumbo e permitem acesso ao eletrólito. Nelas, o processo químico acaba consumindo água e, consequentemente, o proprietário precisa completar o nível do líquido periodicamente. Porém, apesar de demandarem manutenção, esses componentes costumam ter preço menor que os selados.

E quanto à durabilidade? Luiz Fernando, da Clarios, explica que, se a manutenção for feita de forma correta, a vida útil pode ser similar em ambos os tipo de baterias. Contudo, pondera que, como as seladas utilizam químicas mais nobres, costumam levar uma certa vantagem nesse quesito.

4- Verificou o dimensionamento?

Mesmo se tiverem características técnicas rigorosamente iguais, as baterias para carros podem ter dimensões externas distintas. Há, literalmente, modelos maiores e menores. O posicionamento dos pólos também pode mudar de um produto para o outro. Isso ocorre devido ao projeto dos próprios automóveis, que demandam peças com características específicas.

Geralmente, o vendedor da bateria, no ato da negociação, já pergunta qual é a marca e o modelo do carro do cliente, justamente para vender um produto com as características apropriadas. Porém, durante a instalação, é prudente que o proprietário verifique se o item se encaixou perfeitamente ao suporte e aos terminais. Em hipótese alguma o componente deve ficar mal-afixado.

Bateria da marca AC Delco instalada em cofre de motor de carro
Bateria deve ter dimensionamento correto, de modo a ficar perfeitamente afixada ao veículo (Foto: Alexandre Carneiro/EM/D.A.Press)

5- Qual é a melhor bateria de carro?

Existem diferentes fabricantes de baterias para carros com boa reputação no mercado. Desde que a escolha recaia sobre um componente produzido por uma empresa renomada e, logicamente, de características compatíveis com o veículo, o proprietário não tem com o quê se preocupar.

Uma boa dica é dar preferência a baterias com um período de garantia de pelo menos um ano: alguns produtos já oferecem prazos até mais longos, de até dois anos. Coberturas maiores denotam boa qualidade e asseguram mais segurança e tranquilidade ao proprietário.

Bônus- Confira o alternador e o sistema elétrico ao fazer a troca

É absolutamente normal que a bateria não consiga mais se manter carregada quando chega ao fim da vida útil. Porém, o motorista deve se certificar se o componente não teve a durabilidade abreviada devido a alguma falha no sistema elétrico do veículo. Afinal, defeitos podem comprometer seriamente essa peça e, em casos extremos, até gerar risco de incêndio.

Assim, convém checar se o alternador do carro está desempenhando bem a função de recarregar a bateria. Essa verificação é muito simples: qualquer técnico em autoelétrica consegue realizá-la rapidamente com um voltímetro. Se houver algum problema, a solução é providenciar o reparo.

Caso o carro tenha um histórico de descarregamento da bateria, o problema pode ser a chamada fuga de corrente. Isso ocorre quando algum componente elétrico está consumindo carga indevidamente. Identificar esse problema exige testes um pouco mais minuciosos, mas uma solução é fundamental para assegurar durabilidade e segurança ao sistema.