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Confira a trajetória do Dodge Dart no Brasil, que acaba de completar 50 anos

Modelo é um dos clássicos nacionais mais cobiçados, principalmente a versão esportiva Charger R/T. Sob o capô, destaque para o V8 de 5.2 litros, o 'maior' já utilizado no Brasil até hoje em um carro de passeio

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Confira a trajetória do Dodge Dart no Brasil, que acaba de completar 50 anos
Confira a trajetória do Dodge Dart no Brasil, que acaba de completar 50 anos Foto: Confira a trajetória do Dodge Dart no Brasil, que acaba de completar 50 anos

Este Dodge Dart 1970 sedã foi premiado no Brazil Classics Show 2018, realizado em Araxá


Um dos veículos mais emblemáticos fabricados no Brasil está completando 50 anos. O Dodge Dart foi lançado no Brasil em outubro de 1969 pela Chrysler, que desde 1967 produzia por aqui os modelo da Simca como o Esplanada e o esportivo GTX.


A estreia foi feita com a carroceria sedã de quatro portas de 4,96 metros de comprimento. As linhas eram alinhadas com o modelo fabricado nos Estados Unidos. Comparado a outro grandalhão nacional, o Ford Galaxie, o acabamento do Dart era minimalista, porém, com o tempo, ficou claro que sua “pegada” era mais esportiva do que luxuosa. Apesar da distância entre-eixos de 2,82 metros, o espaço interno não era tão grande como o exterior poderia sugerir.

Carroceria cupê foi lançada pouco depois


A partir de 1970, a carroceria cupê – de duas portas, sem as colunas centrais e com as colunas traseiras mais inclinadas – também passa a ser fabricada na planta de São Bernardo do Campo (SP). Ambos traziam sob o capô o motor Magnum, um bloco V8 de 5.2 litros (o maior, em capacidade volumétrica, fabricado para um carro de passeio até hoje no Brasil), com potência de 198cv a 4.400rpm e torque de 41,5kgfm a 2.400rpm (em números brutos, como era usual na época). A aceleração até 100 km/h era feita em 12 segundos, nada mal para uma “barca” de 1,5 tonelada. O câmbio era manual de três marchas com alavanca na coluna de direção, abrindo espaço para um banco inteiriço também na frente. A suspensão tinha acerto que privilegiava a estabilidade, em detrimento do conforto.

Dodge Charger R/T 1971 (à esq.) e 1972


O icônico Dodge Charger – nada mais que um Dart cupê repleto de decoração esportiva – viria ainda em 1970 (modelo 71). O Charger R/T trazia faixas pretas, teto de vinil, coluna traseira alongada, escapamento duplo, rodas esportivas e os característicos faróis camuflados atrás da grade. O interior tinha bancos dianteiros individuais e câmbio manual de quatro marchas com alavanca no assoalho. O motor era o mesmo, porém com 215cv de potência e 42,9kgfm de torque (brutos). Também havia o Charger LS, com visual “invocado”, porém com 205cv e câmbio de três marchas.

Dodge Dart Coupé Luxo 1973, já reestilizado


A linha Dart ficou mais completa em 1972, com a chegada de mais duas versões. O SE era um cupê mais despojado, com apelo esportivo, onde o cromado da carroceria deu espaço ao preto fosco. A outra novidade era o Gran Sedan, versão topo de linha que trazia pneus com faixas brancas, calotas integrais e teto de vinil. Por dentro o acabamento era luxuoso, e dava direito até a um painel com apliques imitando madeira.


Dodge Charger 1976

 

No ano seguinte, a linha foi reestilizada, com novos faróis, lanternas, grade e painel. O Charger passou a ter faróis duplos, sempre escondidos atrás da grade. Em 1974 chegaram ao mercado as novas versões Gran Coupé e Gran Sedan, que tinham a mesma frente do Charger, porém com acabamento mais sóbrio. Dois anos depois o Dart SE, o Gran Coupé e o Charger LS deixaram de ser fabricados. Em 1978 o Gran Sedan também “subiu no telhado”.

O luxuoso Dodge Dart Gran Sedan 1975


Em 1979 a linha Dart sofreu uma modificação radical, nos moldes adotados nos últimos anos de produção do modelo nos EUA. Frente e traseira eram feitas em plástico e fibra de vidro. O destaque era a frente, com um bico, novos faróis, capô, grade, para choque e lanternas. Nesse ano também foram apresentadas duas novas versões, o cupê Magnum e o sedã Le Baron, ambas topo de linha.

Dodge Le Baron 1980 e Dodge Charger 1978


O R/T, já completamente descaracterizado, deixou o mercado em 1980, pouco depois da Volkswagen ter adquirido a empresa. No ano seguinte foi decretado o fim de toda a linha Dart. Até 1981, o Dodge Dart e seus derivados somaram 93.008 unidades produzidas no Brasil. Os últimos exemplares feitos no ABC paulista foram também os últimos no mundo dessa geração, pois a produção nos EUA e México havia sido encerrada em 1976.