Compacto, leve, eficiente e acessível. A “reencarnação” de um clássico automotivo da década de 1950 faz ainda mais sentido no contexto atual. Nós estamos falando do Microlino 2.0, que tem inegável inspiração na Isetta (mas conhecida como Romi-Isetta, no Brasil). A versão de produção do veículo elétrico foi apresentada durante o IAA Mobility, em Munique (Alemanha) pela empresa suíça Micro
O visual tem estilo “bolha”, com faróis fixados nas laterais, junto aos retrovisores, e barras de LED na iluminação. Como na Isetta, o teto solar também está presente no Microlino. A bitola do seu eixo traseiro aparenta ser ligeiramente menor que a dianteira, característica que era bem mais acentuada na Isetta.
Assim como a Isetta, o Microlino possui apenas uma curiosa porta localizada na dianteira. Porém, agora, para abri-la, não é preciso uma maçaneta, bastando apertar um botão para que ela salte. A coluna do volante também não acompanha a abertura na porta, mas permanece fixa.
Disponível em três versões (Urban, Dolce e Competizione), o Microlino terá preço inicial de 12 mil euros (R$ 74 mil na conversão direta). Suas dimensões são 2,43 metros de comprimento, 1,50m de largura e 1,45m de altura. Uma das vantagens disso é poder estacionar na perpendicular, e sem precisar dar muito espaço do veículo ao lado, já que a porta fica na frente.
O modelo carrega duas pessoas, e o porta-malas surpreende pelos 220 litros de volume. O volante tem estilo esportivo e o quadro de instrumentos é totalmente digital. Alguns comandos estão disponíveis em uma barra, fixada à porta, e que faz as vezes de painel. Também existem comandos na lateral esquerda do motorista. O acabamento aparenta bastante solidez, e não se esqueceu de detalhes como as luzes ambiente.
A propulsão é elétrica, com um motor de 15cv de potência e 10,1kgfm de torque. Pode parecer bem pouco, mas o fabricante garante que bastam 5 segundos para acelerar o veículo até os 50km/hm nada mau para um carrinho urbano. A velocidade máxima e de 90/km/h, enquanto a massa do Microlino é de 513 quilos.
A bateria que equipa de série o veículo é de íon lítio, com 8 kWh, o suficiente para dar uma autonomia de 125 quilômetros. Porém, como opcional, existe um pacote de baterias com 14,4 kWh, com autonomia de 200 quilômetros. O tempo de recarga é de até 4 horas em uma tomada convencional, tempo que pode reduzido para apenas uma hora em um carregador rápido.
A história do Romi-Isetta
A Isetta nasceu na Itália do pós-guerra, quando a Iso (empresa que construía motocicletas e refrigeradores) queria fabricar um veículo que fosse mais confortável que uma moto, porém mais barato que um automóvel convencional.
O modelo foi lançado naquele país em 1953 com o nome de Isetta, um diminutivo de Iso. Em 1955, sob licença do fabricante italiano, a BMW começou a fabricar o carrinho na Alemanha. O modelo ainda foi fabricado em outros países como Espanha e França.
No Brasil, o compacto começou a ser fabricada em 1956 pelas Indústrias Romi (empresa que fabricava máquinas agrícolas). O Romi-Isetta foi o primeiro automóvel de fato fabricado no Brasil. Porém, devido às características peculiares, o modelo não recebeu os incentivos que estavam sendo dados com a intenção de se formar uma indústria nacional de veículos. Assim o Romi-Isetta ficou caro em relação aos concorrentes, perdendo muito em competitividade. Sua produção não durou muito, sendo encerrada em 1961. Ao todo foram fabricados 3 mil desses modelos no Brasil.