Olhos apertados, mas bem abertos para o Brasil. É num clima de extrema confiança e muito apetite para tomar uma fatia do enorme mercado brasileiro, quarto maior consumidor de automóveis no mundo, que cresce a participação das marcas chinesas no país. Na 27ª edição do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, aberto ao público até o próximo dia 4, é marcante a ala oriental na mostra, com a apresentação de diversos novos produtos que serão comercializados em breve no mercado brasileiro, assim como a divulgação das plantas que darão origem a novas fábricas no país.
Com a retomada dos planos que estavam em banho-maria até a divulgação do plano governamental, a fábrica da JAC deve começar a produzir em 2014, em Camaçari (BA). O modelo deverá ser fruto de um projeto já nacional. A Chery prepara sua planta em Jacareí (SP), prevendo o início de produção para o fim de 2013, com capacidade de produção de 150 mil veículos por ano. O primeiro modelo a ser produzido é o Celer (hatch e sedã), que começa a ser comercializado, a princípio importado, a partir do mês que vem. A marca passa por um período de transição no Brasil, com a transferência de controle do antigo importador Venko para a própria Chery há cerca de dois meses. E a CN Auto, representante no Brasil das marcas Hafei (linha Towner) e Jinbei (Topic), avança nos planos de produção dos modelos Towner em Linhares (ES).
SAMBA CHINÊS
Estreante no país, a marca Haima, trazida pelo importador Districar, que já representa as marcas Ssangyong (coreana) e Changan, começa a vender, já no mês que vem, em concessionárias próprias ou em showrooms já compartilhados pela Ssangyong e a Changan, os modelos Haima 2 (motores 1.3 e 1.5, a partir de R$ 39.800), Haima 3 (motor 1.6, R$ 49.800) e o utilitário Haima 7 (motor 2.0, R$ 59.800), que são fruto do projeto Mazda, que por 15 anos manteve cooperação com a Haima. Para o início de 2013 são pensados o Haima 1 e o Haima 2 Sport, também à mostra no salão. A Districar tem planos de iniciar a montagem e a produção de veículos no Brasil também em Linhares (ES), para veículos das três marcas. Uma fábrica que passaria a funcionar já no ano que vem. Se o início a produção seria em regime de CKD (as peças são importadas e só a montagem é feita no país) ou de fato nacionalizada, há controvérsias entre os próprios executivos das marcas e a importadora.
Da Haima seriam produzidos a princípio os Haima 2 e 3; e da Changan, a linha de comerciais Star, que atualmente vem da China. Já para a produção dos carros de passeio da marca Changan, atualmente em fase de homologação, mas previstos para começar a ser vendidos no Brasil em janeiro, o objetivo é a construção de uma outra fábrica em Anápolis (GO).
MAIS MARCAS Também estreante, a S. Auto, representante das marcas chinesas Shuanghuan, Jonway, Landwind e a Changhe, começa suas atividades comerciais no Brasil no início de 2013, mas já fala em construção de fábrica em 2017. Ainda marcam presença no salão, com previsão de iniciarem atividades comerciais no Brasil em 2013, a Great Wall e a Rely, que pertence à Chery, e será representada no Brasil pela Venko, ex-importadora Chery, trazendo comerciais leves.
