São Paulo (SP) — Durante 26 anos, a Volkswagen liderou com folga o ranking de veículos mais vendidos do Brasil, com o hatch compacto Gol. Durante muito tempo, o modelo foi o queridinho do brasileiro. No entanto, desde 2014, o reinado do alemão ruiu. Naquele ano, o Fiat Palio assumiu a liderança, mas não ficou muito tempo. Em 2015 o Chevrolet Onix pegou a coroa e não largou, repetiu o feito em 2016 e, mesmo antes de acabar o ano, já pode se considerar o campeão de 2017.
As outras montadoras não ficaram paradas, a cada momento apresentam novidades com um objetivo claro: roubar o primeiro lugar do Onix. Mesmo assim, nestes últimos três anos, a liderança do americano não foi ameaçada em momento algum. Mas, a partir de agora, a vida dele deve ficar um pouco mais difícil com a chegada de um novo concorrente, o Volkswagen Polo.
O hatch compacto chega a sexta geração e, depois de três anos, volta ao Brasil completamente diferente do que era vendido. O modelo ressurge mais moderno e esportivo e, nas palavras da própria montadora, inaugura uma nova era dentro da Volkswagen. Dentre diversos aspectos, dois fatores diferenciam o novo Polo dos demais concorrentes, o motor TSI 1.0 turbo de 128 cavalos e 20,3kgfm de torque e o Active Info Display.
Variado
Neste retorno, serão quatro versões: Polo (com motor 1.0 aspirado de 84 cavalos, câmbio manual de cinco velocidades e preço inicial de R$ 49,9 mil), MSI (na mesma configuração da opção de entrada mas com motor 1.6 de 117 cavalos e valor de R$ 54,9 mil), Comfortline (com o propulsor TSI, transmissão automática de seis velocidades e valor sugerido de R$ 65,1 mil) e a topo de linha Highline (na mesma configuração da versão anterior, com mais itens de série, por R$ 69,1 mil).
As duas versões de entrada do Polo conta com quatro airbags, controle de tração, Isofix, direção elétrica, sistema de som com conexão bluetooth, vidro elétrico nas quatro portas e ar-condicionado de série. Como opcional, dois pacotes: Safety Pack (que acrescenta controle de estabilidade e bloqueio eletrônico do diferencial, por R$ 1.050) e Connect Pack (central multimídia, volante multifuncional e rodas de liga leve de 15 polegadas, mais o Safety Pack, por R$ 2,6 mil).
As opções TSI vêm com freio a disco nas quatro rodas, controle de estabilidade, três entradas USB, central multimídia com volante multifuncional e sensor de estacionamento traseiro. Como opcional, a Comfortline oferece o pacote Tech I que acrescenta paddle shift, abertura das portas e partida sem a chave, piloto automático, sensores de estacionamento dianteiro, crepuscular e de chuva e rodas 16 polegadas por R$ 2,2 mil. Já o Tech II vem com detector de fadiga, câmera de ré, ar-condicionado digital, indicador de pressão dos pneus, somado ao pacote anterior, por R$ 4,8 mil.
A topo de linha, Highline, vem com borboletas no volante, abertura das portas e partida sem a chave, piloto automático, rodas de liga leve aro 16 e luz de circulação diurna em LED. Dentre os opcionais, são dois pacotes: o Tech High, que inclui todos os itens do Tech I e II, por R$ 2,8 mil e o Technology Pack, que inclui o pacote anterior mais rodas de 17 polegadas e o Active Info Display — grande astro do modelo — por R$ 4,5 mil. Por isso, com todos os opcionais, a versão mais cara do Polo sai por R$ 73,6 mil.
Família
No quesito design, há um bom tempo a Volkswagen adota um estilo praticamente único. Os carros da linha sãoparecidos entre si. Com isso, o Gol sempre lembrou o com o Polo, que, por sua vez, lembra o Golf. Na atual geração não é diferente. Mesmo contando com um desenho próprio, o novo hatch lembra os irmãos maiores e menores. As linhas bem retilíneas dão um ar esportivo ao modelo, a dianteira ficou bem marcada, com vincos acentuados, presentes nas laterais também.
A traseira é a maior causa de discórdia do hatch. Tanto o desenho da tampa do porta-malas, quanto das lanternas são muito parecidos com a atual geração do Gol, No interior, o visual é sóbrio e os traços deram um visual mais requintado ao Polo, no entanto, ele peca por utilizar apenas plástico duro no acabamento (que é muito benfeito, por sinal), as versões mais caras mereciam um material melhor, ao menos um plástico macio ao toque.
Sobre o espaço interno, a Volks soube aproveitar bem a distância entre-eixos de 2.565mm. Quatro adultos viajam com conforto, um quinto gera aperto no banco de trás. A área para as pernas, principalmente dos ocupantes da segunda fileira de bancos, é mais generosa que a maioria dos concorrentes. No porta-malas, são 300 litros para levar bagagem, um bom número, por se tratar de um compacto.
Na estrada
Em um primeiro contato, um adjetivo pode descrever bem o veículo: espetacular. O carro beira a perfeição. O consagrado motor 1.0 turbo, recalibrado para gerar 128 cavalos, casou perfeitamente ao câmbio automático de seis velocidades.
Mesmo no trajeto curto, foi possível perceber como o hatch se comporta bem. A direção eletricamente assistida é leve e precisa, o acelerador responde muito bem aos comandos e as manobras são feitas sem esforço, o carro se desloca com facilidade. As borboletas no volante deixa o veículo “na mão”, elevando a dirigibilidade do Polo.
Se o ar-condicionado digital, com saída para trás, a central multimídia e todo o conjunto mecânico do carro chamam a atenção, nada se compara ao painel de instrumentos digital e configurável, o Active Info Display. O equipamento surgiu no Audi TT e logo se “espalhou” pela montadora irmã. Na Volks, apareceu primeiro no Passat e agora chega ao Polo, o primeiro modelo considerado de entrada a receber o adereço.
O charme que o Active Info Display dá ao carro é inexplicável. Com ele é possível modificar o velocímetro, conta-giros e outras informações, além de apresentar o mapa do navegador diretamente no painel. Facilitando a vida do motorista, além de aumentar a segurança, já que não precisa desviar os olhos da estrada para olhar para a tela da central multimídia.
Quando apareceu no TT, cerca de dois anos atrás, foi revolucionário. À época, era praticamente impossível pensar que em tão pouco tempo ele chegaria em um modelo de R$ 70 mil. Isso mostra como a indústria está se desenvolvendo rapidamente e nos permite sonhar com veículos cada vez mais tecnológicos sem que, para isso, seja necessário desembolsar milhares de reais.