Em vários países ocidentais, o 1º de abril é conhecido como dia da mentira. Tradicionalmente, essa data serve de mote para uma série de brincadeiras e "pegadinhas" entre amigos e familiares. Mas o caso é que até as fabricantes de veículos já andaram contando lorotas por aí.
No dia 1º de abril, relembre 5 mentiras das montadoras
Nada mais apropriado para o dia 1º de abril, então, do que relembrar 5 mentiras que as fabricantes de veículos já contaram no Brasil. Confira o listão e relembre alguns embustes que entraram para a história do setor.
1- Renault Kwid, o SUV dos compactos
Quando lançou o Kwid no Brasil, em 2017, a Renault o anunciou como "o SUV dos compactos". E olha que o modelo nem chegou ao mercado no dia da mentira: as vendas começaram bem depois, no mês de agosto daquele ano. Nem é preciso dizer que a fabricante exagerou na dose de marketing. Afinal, trata-se de um hatch subcompacto de entrada, apenas com a altura em relação ao solo mais elevada.
Porém, como se diz popularmente, mentira tem perna curta. Quando o Renault Kwid efetivamente chegou às lojas, parte dos compradores que havia fechado negócio durante a pré-venda, sem vê-lo pessoalmente, simplesmente voltou atrás. A campanha de lançamento acabou gerando efeito negativo, e a marca francesa rapidamente abandonou o slogan de "SUV dos compactos".
2- Fábrica da JAC Motors no Brasil
A JAC Motors protagonizou um dos maiores fiascos da indústria automobilística nacional. A marca de origem chinesa, representada no Brasil pelo Grupo SHC, anunciou a construção de uma fábrica em Camaçari (BA): em 16 de novembro de 2012, chegou a organizar uma cerimônia de lançamento da pedra fundamental e até a enterrar uma unidade do hatch J3 como cápsula do tempo no terreno.
Essas ações deveriam marcar um passo audacioso da empresa no país, mas acabaram virando símbolos de um enorme tropeço. Mudanças tributárias, mercadológicas e econômicas levaram os planos da JAC Motors por água abaixo. A fábrica nunca saiu do papel e ainda gerou uma série de complicações legais, devido aos incentivos fiscais concedidos pelo governo da Bahia.
3- Potência do Hyundai Veloster
Outra mentira famosa, contada fora do dia 1º de abril, envolveu o Hyundai Veloster. E foi revelada em primeira mão pelo VRUM, mais de uma década atrás. Quando lançou a campanha de pré-venda do modelo, em 2011, o Grupo Caoa, responsável pela importação do modelo, informou que o motor teria 140cv de potência, graças a um sistema de injeção direta de combustível.
Porém, quando as primeiras unidades chegaram às mãos dos compradores, ficou claro que o sistema de injeção era convencional, no duto: consequentemente, o Veloster não poderia ter 140cv. A importadora chegou a insistir nessa potência, mas logo ficou claro que, na verdade, eram 128cv. O episódio gerou processos na justiça e até piadinhas sobre o desempenho do veículo, muito aquém do visual esportivo.
4- Toyota Corolla Cross com projeto global
A última mentira do listão do dia 1º de abril é de autoria da Toyota. E ainda é relativamente recente: foi contada em março de 2021, durante o lançamento do Corolla Cross. É que, em relação ao sedan da gama, o SUV exibia projeto mais simples, com suspensão traseira por eixo de torção, em vez de independente do tipo multibraço, e freio de estacionamento com acionamento por pedal, no lugar da alavanca.
Os executivos da Toyota justificaram os deslizes com o argumento que o Corolla Cross tinha projeto global e que seria inviável modificá-lo apenas para o mercado brasileiro. Mas eis que, no fim daquele ano, a marca japonesa lançou o SUV nos Estados Unidos: lá, ele tem suspensão multibraço e freio de estacionamento elétrico. Até o escapamento, que fica muito exposto no modelo nacional, foi modificado.
5- Dieselgate, a fraude da Volkswagen
Eis uma mentira famosa em âmbito mundial, que veio à tona no dia 18 de setembro de 2015, quando a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) informou a descoberta que os veículos a diesem da marca alemã emitiam óxido de nitrogênio (NOx) em níveis até 40 vezes acima dos permitidos. Isso, porque a empresa usava um software programado para fraudar testes de emissões de poluentes.
O que se seguiu foi um verdadeiro efeito efeito dominó, que incluiu a fornecedora Bosch e até outras fabricantes. A fraude envolveu aproximadamente 11 milhões de veículos, resultou em prejuízos na ordem de 30 bilhões de Euros (cerca de R$165 bilhões) e até na prisão de executivos. Desse total, R$1 bilhão foi gasto no Brasil, com multas ambientais e indenizações a 17 mil proprietários da caminhonete Amarok.
Tem veículo a diesel? Então prepare o bolso: assista ao vídeo e entenda o caso!
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