O flagrante da foto mostra o espírito de companheirismo entre o homem e o animal e, de um ponto de vista mais descompromissado, o cuidado que um tem com o outro ao colocar o capacete. Mas é claro que esta não é uma forma segura de levar o bichinho para passear. Na hora de colocá-lo no carro, é preciso tomar alguns cuidados e criar um ambiente confortável e seguro. Além de não deixar o animal escapar ou se projetar para fora do veículo, é preciso prevenir para que ele não se machuque ou seja jogado contra algum ocupante numa freada brusca ou colisão.
Na batida frontal contra uma barreira deformável a uma velocidade de 64km/h, o peso de um animal solto no interior do veículo é multiplicado em até 40 vezes. Por exemplo, no caso de acidente com um cão da raça buldogue, que pesa em média 25kg, seu peso pode chegar a uma tonelada. De acordo com o veterinário Márcio Waldman, da petshop on-line PetLove, atualmente existem vários produtos disponíveis que ajudam, e muito, na hora de transportar animais.
CAIXAS Os modelos mais difundidos são as caixas de transporte, que têm uma grade e frestas para arejamento. Obviamente, essa caixa não pode ficar solta dentro do carro, e você deve usar o cinto de segurança do carro para prendê-la. Outra opção é colocar a caixa no porta-malas do carro, mas você deve se certificar de que haja ventilação no local e que a incidência do sol não comprometa a saúde do animal. Por isso, no caso dos modelos hatches, é preciso retirar o bagagito. Pelo mesmo motivo não é recomendável colocar a caixa no porta-malas dos sedãs, já que o compartimento fica completamente fechado. Fique atento, porque em viagens mais longas a caixa pode não ser uma boa opção para os cães, que vão ficando inquietos. Já os gatos, que têm um temperamento bem diferente, devem ser levados dentro da caixa.
CINTO DE SEGURANÇA Vendido em diversas lojas, o cinto de segurança para cães é a melhor opção para levá-los em viagens mais longas. De um lado do suporte há o encaixe convencional para ser acoplado ao fecho do cinto de segurança do carro, e do outro lado ele se conecta a uma coleira peitoral presa ao animal. Neste caso existem capas especialmente feitas para que não se sujem os bancos do carro com pelos e baba do animal. Outra opção para não sujar o banco e prender o animal é utilizar o assento para transporte de cães e gatos (de até 10kg), que é presa pelo apoio de cabeça do banco e pelo cinto de segurança do carro. Por dentro ele tem um gancho para prender a coleira peitoral.
GRADES Uma solução interessante para quem prefere levar o cachorro solto, já que o uso do cinto ou da caixa de transporte não é obrigatório, são as grades de proteção. Para os hatches, peruas ou SUVs, existem modelos que restringem o espaço do animal ao compartimento de carga. Ideal para os sedãs, outro modelo de grade impede que o cachorro pule para os bancos da frente, restringindo seu espaço ao banco traseiro. Para não deixar o bichinho com calor, o proprietário pode adquirir uma grade pantográfica, que é ajustável a qualquer modelo, tornando possível deixar uma fresta aberta nas janelas traseiras, mas impedindo que o animal se projete para fora do veículo. Esse produto também auxilia quando o veículo está parado, mantendo o ambiente arejado e o cachorro em segurança.
LEI A legislação quanto ao transporte de animais é bem relaxada: de acordo com o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), transportar animais à esquerda ou entre os braços e pernas do motorista é infração média (multa de R$ 85,13 e perda de quatro pontos no prontuário). Se você tem picape e carrega seu animal na parte externa, cuidado. Além de comprometer a segurança do bicho, segundo o artigo 235 do CTB essa prática é infração grave (multa de R$ 127,69, perda de cinco pontos e retenção do veículo para transbordo).
Em viagens domésticas, ao transportar cachorros e gatos é preciso levar carteira de vacinação e um atestado de saúde emitido por um veterinário particular. Para qualquer outro tipo de animal é preciso providenciar uma Guia de Trânsito Animal (GTA) no órgão de defesa sanitária. Em Minas Gerais, no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).