O Circuito dos Cristais, em Curvelo, na Região Central de Minas, está se firmando cada vez mais como uma referência em eventos automobilísticos no país. Com infraestrutura completa construída em área de 4 milhões de metros quadrados e pista com 4,4 quilômetros de extensão, o autódromo já conta com um movimentado calendário de competições, que inclui o Campeonato Mineiro de Marcas e Pilotos, o Trackmix e etapas do Campeonato de Motovelocidade. Os veículos antigos também marcam presença no Circuito dos Cristais, arrastando uma multidão de aficionados.
O evento Clássicos nos Cristais realizado no feriado da Independência, foi uma clara demonstração da paixão do brasileiro por automóveis antigos, seja raridades ou modelos mais comuns. Cerca de 400 motocicletas e carros clássicos marcaram presença no evento, participando de exposições, passeios, provas de arrancada e de velocidade, rali de regularidade e track day. Foi a primeira edição do Clássicos nos Cristais, que contou com a participação de 15 clubes de carros antigos de diferentes regiões do país.
Uma das provas que atraiu grande público tanto nos treinos classificatórios quanto na corrida foi a Classic Cup Minas Gerais. A disputa na categoria até 2.0 litros foi acirradíssima, com muitas ultrapassagens. O vencedor foi o piloto Humberto Guerra, com um Volkswagen Passat 2.0. Erick Grosso, com um Fiat 147, foi o primeiro colocado na categoria até 1.6 litro, enquanto Rodrigo Giordano, com uma réplica de Mini Cooper, triunfou na categoria força livre.
Outra prova interessante foi a Crazy Racers, na qual carros clássicos de diferentes épocas e estilos aceleram na pista, divididos em quatro categorias. A primeira, que reuniu modelos das décadas de 1920 e 1930, foi vencida por Gustavo Lapertosa, ao volante de um Ford Modelo A. A segunda categoria, para carros do tipo speedster, teve como vencedor Pedro Chernichiaro, que competiu com um Ford Speedster. Na terceira, que englobou hot-rods, hot pick-ups e rat-rods, Gilton Bartolomeu garantiu o primeiro lugar com seu Willys Whippet. A quarta categoria, para muscle cars, foi vendida por Roberto Pereira Dias, que competiu com um Ford Cobra.
Para quem curte provas de arrancada, a sensação foi a Old Drag Race, que colocou na pista carros clássicos de diferentes décadas, originais ou com leve preparação de época, medindo forças à moda antiga, durante quatro horas ininterruptas. Disputadas por dois veículos por vez, as corridas tiveram direito a sinalização com bandeira, como nos velhos tempos do automobilismo.
O rali de regularidade para veículos clássicos de diferentes períodos foi outra atração de peso no Circuito dos Cristais. O objetivo da prova é manter a velocidade e o tempo pré-determinados pelos organizadores. Quem pisa fundo no acelerador acaba perdendo pontos. O piloto Guilherme Ferreira e o navegador Felipe David Luiz, com um Chevrolet Opala Comodoro, souberam dosar velocidade e tempo e faturaram o troféu Jan Balder, nome de um dos pilotos precursores do automobilismo no Brasil.
Os organizadores do Clássicos nos Cristais já anunciaram que a segunda edição do evento em 2018 já está confirmada. Só falta acertar a data. Uma das presenças esperadas para o próximo ano é a do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet, que certamente demonstrará suas habilidades na pista do Circuito dos Cristais.