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Fechando o capô - Barulho sim, pancada não

Fechar o capô do carro é um procedimento simples, mas que exige cuidados para não danificar chapa e mecanismos das travas internas. Clique garante segurança

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Costumo fechar o capô soltando, pois acho que é o melhor - Kenetty Nunes, profissional autônomo

 

 

Para abastecer um Fiat Siena com gás natural, João Bicalho abre o capô do carro duas vezes por dia. “É uma vez de manhã e outra à tarde”, comenta o taxista que, num gesto de cuidado, costuma fechar o compartimento do motor soltando o capô a alguns centímetros de altura. “Se apertar, pode desnivelar”, diz Bicalho, ao tentar justificar o procedimento que se tornou rotina no trabalho.

O taxista belo-horizontino é um entre diferentes tipos de motoristas ouvidos por Veículos que procuram fechar o capô sem dar porrada. Hábito que, para o conselheiro da SAE Brasil, Francisco Satkunas, é o correto. “Na maior parte dos carros comercializados no Brasil, o capô abre da frente para trás. Em alguns modelos do passado, como o Chevrolet Opala e o Fiat 147 era ao contrário. Na hora de fechar o compartimento do motor, que deve estar sempre alinhado à carroceria, basta liberá-lo de 30cm a 40cm de altura ou pressioná-lo levemente para baixo com as duas mãos nas extremidades”, explica o especialista.

A diferença de procedimento é atribuída ao tipo de mecanismo que sustenta o componente. “Nos capôs suspensos, por amortecedores a gás, muito comuns em carros importados como o Ford Edge, basta empurrar com as duas mãos na parte da frente para fechar. Você distribui a força entre as mãos e não corre o risco de deformar o componente”. Nos capôs sustentados por varetas, presentes em carros menos sofisticados, de Chevrolet Celta a Volkswagen Golf, o aconselhado é tirar as mãos e soltar o capô a uma altura de 40cm. “E nunca apertando o meio do capô, o que pode deformar a peça dependendo da espessura da chapa”, afirma o especialista da SAE Brasil.

Em ambas situações, o total fechamento do capô é assegurado por um leve clique, atingido depois que a trava de segurança foi acionada.

O capô é prendido por duas travas. A principal, liberada pelo motorista por meio de uma alavanca interna no lado esquerdo do painel, e a trava de segurança, desprendida manualmente sob o próprio capô. “As duas travas existem por que são itens de segurança e asseguram que, com o carro em movimento, o componente não se eleve, obstrua a visão do motorista e possa causar um acidente”, complementa Satkunas.

GRAXA E ÓLEO
Para funcionar corretamente, porém, as travas de acionamento mecânico devem estar sempre lubrificadas. “A manutenção é muito simples, graxa ou óleo são suficientes. Se as travas não estiverem bem lubrificadas, você corre o risco de não conseguir puxar a alavanca para abrir o capô. Carros mais antigos estão mais sujeitos a esse tipo de problema”, explica Satkunas.

Outro cuidado ressaltado pelo conselheiro da SAE Brasil diz respeito ao estado de conservação do carro. Caso o veículo já tenha sofrido alguma colisão frontal ou deformação, o capô pode estar desalinhado, o que requer atenção ao fechar o componente. “Neste caso, a recomendação é fechar o capô suavemente, com alguma gentileza”.

30CM Fabricantes recomendam diferentes alturas para soltar o capô na hora de fechá-lo. A Honda, por exemplo, recomenda aproximadamente 30cm de distância. “Para fechar o capô, abaixe-o até 30cm do fechamento e solte-o para que ele feche e trave pela ação do seu próprio peso. Depois do fechamento do capô, verifique se ele está seguramente travado”, aconselha o gerente geral de serviços pós venda da marca japonesa, Alexandre Cury.