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Ferrari 458 Italia - Caçula que nada!

Liberado do papel de modelo de entrada da companhia, o bólido de motor central assumiu de vez o papel de superesportivo. Mas é um brinquedinho que cabe na garagem de poucos

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Foto:

Com desenho assinado pelo estúdio Pininfarina, modelo tem faróis com LEDs que se espremem entre o capô e os para-lamas


Quando a Dino surgiu em 1968, o modelo V6 sequer recebeu o escudo da Ferrari, que preferiu não assumir que fazia carros com motor de menos de 12 cilindros sob o capô. Preconceito que não atingiu a 308 de 1975, equipada com um V8 3.0 e com uma série de logotipos da marca de Maranello. O upgrade de estirpe ficou claro mesmo no surgimento da F355 em 1994. Bem melhor que a antecessora 348 e com dotes dinâmicos acima dos outros modelos da marca, a 355 chegou a ser considerada a melhor Ferrari de então, no que colaborava o V8 3.5 de 380cv, capaz de levá-la a 295km/h. A linhagem foi seguida pela F360 e pela F430, sua evolução, até chegar na 458 Italia, que deslocou queixos em 2009. Não é para menos. Como a California já fazia o papel de Ferrari de entrada, o novo modelo assumiu a face de superesportivo que alça a 458 Italia à série Carros dos Sonhos. É uma reviravolta: se, no início esses, carros cumpriam o papel de porta de acesso, a 458 virou o grande orgulho da Ferrari, que até apelou para o ufanista sobrenome Italia.

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A 458 Italia realmente nasceu para extrapolar. O motor V8 4.5 32V central traseiro tem injeção direta e cárter seco, para suportar curvas com forças daquelas capazes de impedir a lubrificação em motores tradicionais. São 570cv disponíveis a 9.000rpm, regime de carros de competição, potência específica de 126cv/litro, alta para um propulsor aspirado. Sem deixar de lado o torque, que fica nos 55,1kgfm a 6.000rpm, que ajudam a 458 Italia ir aos 100km/h em 3,4 segundos, tempo quase que insuficiente para pronunciar o nome do modelo, enquanto a velocidade máxima divulgada como superior a 325km/h deixaria para trás uma Ferrari F40, o carro mais rápido do mundo de 1987 a 1990, com a marca de 323km/h.

GERAL

O desempenho é amparado na caixa manual automatizada de dupla embreagem e sete marchas – que estreou na California –, e também no baixo peso relativo de 1.380kg – a relação peso/potência fica nos 2,4kg por cv. Há também um controle de largada atrelado ao sistema de controle de tração F1-Trac, derivado dos monopostos da escuderia italiana, que permite arrancadas mais rápidas.



A alma de carro de corrida fica clara na suspensão por duplos braços triangulares em ambos os eixos, com amortecedores controlados eletronicamente. As rodas são aro 20 polegadas, calçadas com gordos pneus 235/35 na dianteira e 295/35 na traseira. Com diferencial de controle eletrônico, o carro é capaz de suportar 32% a mais de aceleração lateral na saída de curvas. Tecnologias que prometem uma pilotagem mais afiada no limite, sem se assustar em situações de emergência, graças aos freios de carbono cerâmicos.

Animação homanageia a 458 Italia:




QUENTE

As linhas assinadas pela Pininfarina transparecem tensão, como se tivessem sido esticadas sobre o conjunto mecânico. Os faróis em LEDs que se espicham pela cobertura do capô, assinatura de estilo que já está na Ferrari FF, apresentada no Salão de Genebra, que abriu as portas ao público quinta-feira. As linhas não são quebradas por apêndices aerodinâmicos, o que não impede que o cupê gere 140kg de downforce a 200km/h, graças ao fundo plano, com caminhos para o vento.

Um pacote sedutor, que inclui couro de primeira, ar-condicionado, sistema de som de alta definição, entre outros itens. Nem mesmo a reputação chamuscada após alguns casos de incêndio causados pelo adesivo utilizado nas caixas de roda traseiras (incluindo uma ocorrência no Brasil), seguidos de um recall em setembro de 2010, foi capaz de diminuir o desejo. A vontade de ter uma 458 Italia só é aplacada mesmo pela etiqueta de preço. São R$ 1,35 milhão, fortuna suficiente para comprar um iate de 40 pés.