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Fiat Argo com câmbio automatizado é boa pedida para os centros urbanos

Experimentamos a versão Drive GSR do Fiat Argo. Com motor 1.3 e câmbio automatizado, o carro se sai bem consumo, mas engasga nas trocas de marcha. O preço? A partir de R$ 58,9 mil

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Teste: Fiat Argo GSR
Teste: Fiat Argo GSR Foto: Teste: Fiat Argo GSR

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Dentre todos os segmentos automotivos, o mais concorrido é, de longe, o de hatches compactos. Diversos fatores influenciam essa briga acirrada, geralmente são os veículos mais baratos, voltados para os grandes centros urbanos, com maior número de modelos de entrada e, praticamente, toda montadora conta com um representante. Além disso, há quase 30 anos o ranking dos mais vendidos é liderado por um representante da categoria — 26 anos com o Volkswagen Gol, um com o Fiat Palio e dois com o Chevrolet Onix (que já tem o tricampeonato garantido em 2017, com quase o dobro do segundo lugar).

Dessa forma, o foco dos integrantes do segmento é, basicamente, um só: derrubar o líder, seja ele quem for. Atualmente a meta é destronar o Onix. Para isso, as diversas montadoras apresentam modelos com esse intuito, mas até agora nenhuma se mostrou capaz de tal feito. Um dos desafiantes mais novos é o Fiat Argo. O compacto chegou no fim do primeiro semestre com a árdua missão de derrubar o rei americano. Para isso, a marca italiana apostou em sete versões, o Veículos testou a intermediária Drive GSR.

Ao contrário do Mobi, que inaugurou a nomenclatura, a Drive corresponde às versões de entrada do Argo. A opção avaliada seria a mais completa dela, com motor 1.3 de 109 cavalos, 14,2kgfm de torque, direção elétrica e câmbio automatizado de embreagem simples. A GSR parte de R$ 58,9 mil. No entanto, o preço pode chegar a R$ 62,2 mil com os opcionais, no caso da versão são os Kits Parking (sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré) e Stile (faróis de neblina e rodas de liga leve 15 polegadas).

Fiat Argo 1.3


Ousadia

O visual do hatch é uma bela mistura de agressividade e elegância, as linhas retas, principalmente nas laterais, dão um ar de continuidade ao desenho do hatch. As entradas de ar na dianteira, o aerofólio na traseira, os detalhes em preto e as rodas dão um quê de esportividade. O interessante do design do Argo é que é bem diferente do resto dos modelos da Fiat, pode-se dizer que — dentro da marca — ele tem um desenho único.

O interior, em dois tons, aponta para o lado premium do modelo. A tela de sete polegadas da central multimídia (de série em todas as versões), as saídas do ar-condicionado e partes do acabamento imitando carbono dão um charme a mais. O espaço interno é digno de um compacto, quatro adultos conseguem viajar sem maiores apertos. O porta-malas de 300 litros tem o tamanho muito bom para a categoria.

Traseira do Fiat Argo 1.3

 

Bem completo

Normalmente, a Fiat costuma deixar os equipamentos de seus veículos como opcionais. Dessa forma, para um modelo ficar totalmente completo, é preciso gastar bem mais do que o valor sugerido. Com o Argo, principalmente na versão Drive GSR, é um pouco diferente. Para se ter uma ideia, a topo de linha HGT conta com cinco pacotes de opcionais, podendo acrescentar R$ 12,2 mil no valor final do veículo. Já a configuração testada conta apenas com dois Kits, aumentando “apenas” R$ 3,3 mil no preço.

Dessa forma, a Drive é bem equipada. Ela conta com os, já básicos, ar-condicionado e vidro, trava e ajuste dos retrovisores elétricos. São duas entradas USB, computador de bordo (que mede distância, consumo médio e instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso), velocímetro digital, controle de estabilidade e tração, auxiliar de partida em rampa, sistema de monitoramento de pressão dos pneus e start/stop, borboletas no volante e central multimídia com tela de sete polegadas.

Câmbio do Fiat Argo automatizado

Aos trancos

O conjunto mecânico do Argo Drive é interessante, com uma ressalva, o câmbio. A GSR é uma transmissão automatizada de uma embreagem, como a antiga Dualogic. Mesmo tendo recebido melhorias em relação à caixa anterior, ela tem seus problemas. No Argo, como nos irmãos Mobi e Uno, não existe manopla do câmbio. As funções (neutro, ré, drive e sport e automático/manual) são feitas por botões, o que melhora o visual da cabine, mas não é muito funcional. Em manobras rápidas, o motorista tem que desviar o olhar totalmente para as teclas para ver o que está fazendo.

Outro ponto negativo da transmissão são os trancos a cada troca de marcha. Nas alternâncias a sensação é que o carro engasgou. Além disso, as respostas do acelerador não são precisas, existe um delay entre pisar no pedal e o veículo desenvolver velocidade. Mas isso pode ser resolvido ativando o modo Sport, que melhora e muito a reação. Assim, o motorista pode realizar ultrapassagens, saídas e retomadas de velocidade de forma mais tranquila e, mesmo assim, aumentar o consumo de combustível, que foi muito bom. Durante a avaliação ele fez, em média, 14km/l, superior até que a média do Mobi, que deveria gastar menos.

 Ficha técnica

Motores: 1.3 de 109cv a 6.250rpm e torque de 14,2kgfm a 3.500rpm (e) e 101cv a 6.000rpm e torque de 13,7kgfm a 3.500rpm (g)

Dimensões: 3.988mm de comprimento; 1.724mm de largura; 1.503mm de altura e 2.521mm de entre-eixos;

Transmissão: automatizado de 5 velocidades

Direção: elétrica

Porta-malas: 300 litros

Suspensão: independente tipo McPherson na dianteira e semi-independente na traseira

Pneus: 185/60 R15

Freios: a disco na dianteira e a tambor na traseira

Preço: a partir de R$ 58,9 mil