O advogado Reginaldo Braga, de Conselheiro Lafaiete, na Região das Vertentes, em Minas Gerais, já foi alvo constante de piadas. Dono de um Fiat Prêmio ano 1986, ele era aconselhado pelos amigos a trocar o carro e ainda ouvia que, se esperasse muito tempo, não iria mais conseguir negociá-lo. Mas, agora, o proprietário "deu o troco" na turma ao emplacar o bem com uma chapa preta, destinada a veículos de coleção.
Pivô das brincadeiras e discussões, o Fiat Prêmio é um verdadeiro xodó, que acompanha Reginaldo desde 1997. De acordo com o proprietário, o veículo é o primeiro desse modelo a receber a placa preta nas Regiões das Vertentes, Alto Paraopeba e Zona da Mata, em Minas Gerais.
Segundo Caio Pereira, Presidente do Clube de Autos Antigos Rota Real, “a importância se dá ao fato do Fiat Prêmio ser um modelo de entrada, muito usado para trabalho, e ainda não ser robusto. Por isso, não sobraram muitos exemplares. O Reginaldo cuidou bem dele,” avalia.
História de amor com o Fiat Prêmio
A relação do advogado com o Fiat Prêmio é de amor, mas não à primeira vista: “ele era muito conservado, mas confesso que, no início, achava o design um pouco angular. Com o tempo fui criando vínculos afetivos. Apesar de já ter saído de linha há bastante tempo, é um sedan confortável, com boa estabilidade e macio,” avalia o orgulhoso proprietário.
O Fiat Prêmio 1986 tem, segundo Reginaldo, apenas 70 mil km rodados. Ele afirma ter comprado o carro com cerca de 48 mil quilômetros, quando ainda era estudante, para ir à Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete. Porém, já naquela época, acabou não utilizando o veículo todos os dias, para não gastá-lo.
O chamego com o Fiat Prêmio é tão grande que o advogado é quem mexe na parte elétrica, ofício que aprendeu com pai. Ele também faz algumas intervenções mecânica: "só não me aventuro na parte de motor e câmbio. Precisei trocar a embreagem apenas uma vez, durante uma viagem, e o serviço foi feito em uma oficina na beira de estrada mesmo”, lembra Reginaldo.
Processo para obtenção da placa preta
De acordo com Caio Pereira, para receber a placa preta, o Fiat Prêmio, primeiramente, passou por uma vistoria no Clube de Autos Antigos Rota Real: a documentação foi enviada para a Associação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA). Após a aprovação, ele recebeu o certificado de originalidade, que comprova o valor histórico.
A placa preta tem o objetivo de identificar os veículos antigos que estão em ótimo estado de conservação e com alto índice de originalidade: o automóvel precisa estar com 80% dos itens originais. Além disso, deve ter pelo menos 30 anos de fabricação.
Com o certificado em mãos, o proprietário pode solicitar ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) uma Declaração de Valor Histórico de Veículo. Por fim, com esse documento, é possível obter a isenção do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
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