Além de ter sido a única das três grandes de Detroit a escapar da concordata, a Ford tem novos motivos para comemorar. O fabricante norte-americano registrou um lucro operacional de US$ 997 milhões no terceiro trimestre, o equivalente a R$ 1,74 bilhão, o que representa um avanço de US$ 1,2 bilhão em relação ao mesmo período de 2008, cerca de R$ 2,1 bilhões. O bom resultado foi creditado pela empresa ao lançamento de novos produtos, aumento de participação nos mercados, redução de custos gerais, matérias-primas menos valorizadas e os bons resultados da divisão de crédito da companhia.

Foi o primeiro reporte de lucro desde o início de 2008. O anúncio representou também uma surpresa para analistas de mercado, que não esperavam uma arrancada tão grande. A divisão automotiva atingiu uma receita global de US$ 27,9 bilhões neste trimestre, cerca de R$ 49 bilhões, US$ 100 milhões a mais que o auferido no mesmo período de 2008. Foram 1.232.000 veículos da Ford vendidos no total, contra 1.175.000 comercializados no terceiro trimestre do ano anterior.

Na América Latina a Ford obteve um lucro operacional de US$ 247 milhões, uma grande queda face os US$ 480 milhões de 2008, de R$ 840 milhões para R$ 432 milhões. De acordo com a empresa, o câmbio desfavorável no Brasil, que representa 60% dos negócios da marca na região, e da Argentina explicam em parte o resultado. A receita total também caiu de US$ 2,1 bilhões, o equivalente a R$ 3,68 bilhões, US$ 600 milhões a menos que no terceiro trimestre do ano passado.