UAI

Ford Territory: descubra se o novo SUV médio é mesmo um negócio da China

Testamos o novo utilitário-esportivo produzido em território chinês, que traz como destaques o espaço interno e conteúdo, mas preços não ajudam e o motor não é uma usina de força

Publicidade
Ford Territory: descubra se o novo SUV médio é mesmo um negócio da China
Ford Territory: descubra se o novo SUV médio é mesmo um negócio da China Foto: Ford Territory: descubra se o novo SUV médio é mesmo um negócio da China

[embed]https://www.youtube.com/embed/6vk8DMz9Z-s[/embed]

A Ford apresentou o Territory, seu novo SUV médio fabricado na China, que chega às concessionárias em setembro. O modelo é produzido em parceria com a JMC, uma joint venture que a marca do oval azul tem naquele país, na planta de Xiaolan. No Brasil, o SUV será vendido em duas versões: SEL (R$ 165.900) e Titanium (R$ 187.900). O Ford Territory tem três anos de garantia e a pré-venda já está aberta.


Com visual encorpado e linha de cintura bastante elevada, o design do Territory está em sintonia com os demais utilitários-esportivos da Ford, com os faróis conectados com a grade. Com exceção dos auxiliares de neblina, todo o conjunto óptico é em LED. A traseira é mais rebuscada, com uma barra cromada ligando as lanternas, e traz ainda aerofólio de teto e saída dupla de escape (não funcionais). As rodas são de 17 ou 18 polegadas. O veículo tem 4,58 metros de comprimento, 1,93m de largura, 1,67m de altura e 2,71m de distância entre-eixos.

A BORDO Testamos o Territory na versão Titanium, onde o interior tem bancos revestidos em couro bege, presente também nas portas, no painel e no descanso de braço. As forrações do teto e das colunas também são da mesma cor, formando um interior claro e sofisticado. Em contraste, apliques imitando madeira reforçam essa ideia. Ainda é possível escolher entre sete cores para a iluminação ambiente. Todas as versões contam com teto solar panorâmico, que ilumina ainda mais o habitáculo.

Há espaço de sobra no banco traseiro. Como o assoalho é quase plano, até o passageiro central se serve de relativo conforto. Os passageiros de trás também contam com saídas de ar-condicionado, uma tomada USB, iluminação e porta-objetos. O encosto do banco traseiro é ajustável, mas para ceder espaço ao porta-malas, que tem volume de apenas 348 litros. Ao menos é possível rebater o encosto do banco dianteiro, aumentando o espaço para carga. O porta-malas conta com iluminação, tomada 12V e ainda abriga o estepe.

Entre os mimos da versão Titanium, destaque para o banco do motorista com ajustes elétricos, incluindo lombar. O quadro de instrumentos é digital e personalizável, com três modos de visualização: Classic, Sport e Fashion. Fazem a diferença nos dias muito quentes ou muito frios a refrigeração e aquecimento dos assentos dianteiros. Apesar disso, o ar-condicionado digital não tem duas zonas de temperatura. Também é de se valorizar todos os comandos internos serem iluminados.

RODANDO O motor é o 1.5 turbo de quadro cilindros da família EcoBoost, com 150cv a 5.300rpm e 22,9kgfm de torque já a partir das 1.500rpm. O câmbio é automático tipo CVT, capaz de simular oito marchas. Com vocação urbana, a tração é apenas dianteira.

O bom torque em baixas rotações confere agilidade ao SUV e seus 1.632 quilos no trânsito urbano. Mas, na estrada, algumas situações como longos aclives e a necessidade de fazer uma rápida retomada de velocidade revelam que essa motorização é um pouco limitada. Mas são situações pontuais. Com a pista “limpa”, o Territory impõe seu ritmo, mas sem aquela sobra dos motores maiores, com pretensão mais esportiva.

O câmbio tem participação importante na agilidade do veículo, reagindo rápido ao estímulo do motorista, elevando as rotações do motor e mantendo-a alta quando o pé direito está baixo. Nessa situação, o motor fica bastante ruidoso. Em compensação, quando se alcança a velocidade de cruzeiro, ele mantém o giro baixo. No modo manual, a troca de marchas é na alavanca mesmo. Não tem as aletas atrás do volante. O consumo de combustível é diretamente proporcional a quanto você acelera.

A direção tem assistência elétrica e é leve demais, o que não ajuda quando o veículo está em velocidade elevada. O modo esportivo não corrige esse problema. As suspensões – McPherson na dianteira e multilink na traseira – têm bom acerto entre estabilidade e conforto, mas sem se destacar em nenhum desses quesitos. Em velocidade elevada, o veículo não dá muita confiança nas curvas, mas esta não é mesmo a proposta do SUV.

CONTEÚDO Quanto ao conteúdo, o destaque da versão Titanium é a tecnologia semiautônoma, com Controle de Cruzeiro Adaptativo com Stop and Go, sistema de manutenção de veículo na faixa de rodagem, assistente de estacionamento e alerta de colisão frontal com frenagem de emergência. O modelo também traz de série seis airbags, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, sensor de monitoramento de pressão dos pneus e chave presencial.

CONECTIVIDADE Também presente em todas as versões, o sistema multimídia Sync Touch tem tela tátil de 10 polegadas personalizável. A novidade é a conectividade remota, que permite interagir com o SUV por meio de um aplicativo no celular, sendo possível ligar o motor e a climatização, destravar as portas, localizar o veículo, saber se o alarme disparou, além de agendar serviços de revisão. O Fordpass Connect é gratuito por um ano.

Apesar disso, o modelo não oferece um simples navegador por GPS, que é uma grave ausência para um veículo dessa categoria. O Sync Touch ainda traz espelhamento do smartphone pelo Aplle CarPlay (sem cabo!) e Android Auto. As mídias disponíveis são rádio, Bluetooth e entradas USB. O console central tem teclas de atalho e botão giratório tipo joystick para interagir com o sistema multimídia. Itens como o sistema de câmeras 360 graus e o carregamento do celular por indução são exclusivos da versão Titanium.

CONCORRENTES A marca enxerga como principais concorrentes os dois SUVs médios mais vendidos no mercado brasileiro, o Jeep Compass, fabricado no Brasil e responsável por 55% do segmento, e o Volkswagen Tiguan Allspace, que é importado do México e tem 11% de participação. Como o Territory não conta com benefícios fiscais de importação, a Ford não conseguiu estabelecer um preço inicial capaz de ameaçar seus oponentes. Assim, é difícil que o novo utilitário-esportivo se torne um modelo de volume.



Por isso, a Ford apostou em duas versões bem equipadas, com foco no custo-benefício. Para simplificar a comparação, o Territory Titanium se destaca pelas funções semiautônomas que seus concorrentes trazem nas versões de topo, que custam por volta dos R$ 205 mil (uma diferença de R$ 15 mil). Mas é preciso evidenciar que seus rivais são equipados com conjunto mecânico bem superior: o Tiguan Allspace R-Line 350 TSI tem motor 2.0 turbo de 220cv e 35,7kgfm, câmbio DSG de sete marchas e tração integral 4Motion; enquanto o Jeep Compass Série S tem motor 2.0 diesel com 170cv e 35,7kgfm, associado ao câmbio automático de nove velocidades e tração 4x4.