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Garantia - Fábricas buscam credibilidade

Montadoras começam a estender cobertura para três anos, visando passar aos consumidores imagem de segurança e confiabilidade

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Um dos atrativos do Logan, da Renault, é a garantia de três anos

Em tempos de mercado aquecido - mas cada vez mais concorrido -, novas estratégias vão surgindo para ganhar a confiança do consumidor. A mais recente é a extensão do período de garantia do carro zero, tradicionalmente fixado em um ano (e, às vezes, com limite de quilometragem), para três anos. Sem ir muito longe, basta ver lançamentos recentes no mercado brasileiro: Renault Logan, Citroën C4 Pallas, Chevrolet Vectra GT.

"Nossa intenção foi valorizar a imagem da marca, trabalhando a confiança, a robustez e a qualidade. E a garantia é o atributo que, de maneira mais fácil, transmite isso ao cliente", destaca o diretor de Marketing da Renault do Brasil, Cássio Pagliarini, ao falar da adoção da garantia de três anos para o Logan. Segundo ele, em pesquisas de mercado, percebeu-se que a marca tinha imagem ruim em relação à manutenção, considerada difícil e cara. "Mas, quando você compara com a opinião do proprietário, vê que a imagem é diferente. Mas a Renault tem apenas 10 anos de Brasil. Então, falta ganhar a confiança do consumidor", diz.

Pagliarini observa que, além da garantia estendida, o objetivo é mostrar que itens de manutenção, como óleo, por exemplo, que são de responsabilidade do cliente, não são caros. "O consumidor não vai ter surpresa. Calculamos a manutenção preventiva de modo que custe R$ 1 por dia. E, em caso de colisão, também não haverá surpresa. Em teste do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), que analisa impactos em termos de danos e durabilidade, o Logan foi considerado o melhor sedã compacto do mercado brasileiro", continua. A Renault também adota garantia de três anos para a linha Mégane e oferecerá a mesma para o Sandero, novo hatch a ser lançado em dezembro.

Tecnologia
Para o gerente de Serviços Pós-Venda da Honda, Alexandre Cury, a garantia está ligada à evolução tecnológica dos automóveis. "À medida que a tecnologia vai avançando, a montadora pode transferir esse benefício para o cliente", diz. Diferente da Renault, a Honda conseguiu criar uma imagem no país referente à durabilidade dos automóveis, o que não a impediu de começar a oferecer três anos de garantia para o Civic, desde o lançamento da oitava geração, em maio do ano passado, já estendida para Accord e CRV: "Para nosso cliente, não houve mudança radical, porque já conheciam nosso produto. Mas foi possível agregar esse benefício". Segundo Cury, trata-se de uma tendência no mercado brasileiro.

"Esse tipo de estratégia fica fácil e evidente, diante da evolução do produto", acrescenta o diretor comercial da Citroën do Brasil, Michel Bernard. A marca passou a oferecer três anos de garantia para o C4 Pallas, que começou a ser vendido em setembro. "Entramos em um segmento competitivo e não havia motivo para não adotar uma estratégia já existente no mercado", admite. Juntamente com o automóvel, a Citroën lançou pacotes de revisão com preços fechados, estendidos ao C3 e novo Picasso. A marca também tinha a fama de manutenção cara: “Fizemos pesquisas para entender esse mito, e não foi o que disse a maioria dos clientes. Mas, de qualquer forma, trabalhando com valores pré-fixados até a revisão dos 40 mil quilômetros, queremos mostrar o inverso”. Para o C4 Pallas, o valor da primeira revisão é de R$ 295.

Revendas
Seguindo a tendência, algumas concessionárias têm ampliado a garantia oferecida pela fábrica. Em Belo Horizonte, a Toyota Kawaii, por exemplo, dá garantia eterna de motor e caixa de câmbio para Corolla e Fielder, enquanto o veículo pertencer ao mesmo proprietário. "A Toyota já dá três anos de garantia para toda a linha. Faz diferença, pois mostra confiança no produto. As pessoas valorizam", afirma o gerente de vendas da concessionária, Marcelo Michel. Da marca Chevrolet, a LiderBH dá quatro anos de garantia (ou até 100 mil quilômetros) para qualquer carro de pessoa física, desde que sejam feitas trocas de óleo e filtro a cada 5 mil quilômetros, na revenda. Outro exemplo é a Renault BH France: qualquer modelo tem cinco anos de mão-de-obra gratuita até 100 mil quilômetros, exceto em funilaria e pintura.

Veja como funciona a garantia das principais marcas com fábrica no Brasil
Citroën
C4 Pallas: três anos, sem limite; e um ano, sem limite, para os demais.
Fiat
Um ano, sem limite de quilometragem.
Ford
Fusion: três anos sem limite de quilometragem; F-250 e Ranger: dois anos, com quilometragem livre (a partir deste mês); e um ano ou 50 mil quilômetros para os demais.
Chevrolet
Vectra GT: três anos, sem limite; e um ano, sem limite de quilometragem, para os demais.
Honda
Civic, CRV e Accord: três anos, sem limite de quilometragem; e Fit: dois anos, sem limite.
Mitsubishi
Pajero Full e Outlander, a partir do ano/modelo 07/08, três anos, sem limite; dois anos, sem limite, para os demais. Aos poucos, a montadora deverá adotar três anos para toda a linha.
Nissan
Sentra: 3 anos, sem limite; e dois anos, sem limite, para os demais.
Peugeot
Um ano, sem limite de quilometragem. Existem estudos para adoção de garantia de três anos.
Renault
Logan e linha Mégane: três anos, sem limite; Scénic, dois anos, sem limite; e um ano, sem limite de quilometragem, para os demais.
Toyota
Três anos, sem limite para pessoa física e com limite de 100 mil quilômetros para pessoa jurídica
Volkswagen
Um ano, sem limite de quilometragem, mais dois anos de motor de caixa (desde que feitas todas as revisões constantes no manual e troca de óleo a cada seis meses); e Kombi e Saveiro: seis meses.