A indústria automotiva, um dos segmentos mais afetadas pela pandemia da COVID-19 e pela guerra na Ucrânia, ainda sofre bastante com a escassez de semicondutores. Em 2023, o novo governo federal busca reverter esse cenário, promovendo um pacote de medidas que promete estimular a vinda de novos fabricantes da tecnologia ao país.
O assunto foi pauta de reunião entre Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e representantes de segmentos de informática e componentes eletrônicos.
Na reunião, segundo o presidente da Associação da Indústria Elétrica e Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbato, Alckmin afirmou que está sendo revista em caráter prioritário a Medida Provisória que incentiva a implementação de fábricas de semicondutores no Brasil.
O governo federal ainda estuda medidas como a redução de tributos, a diminuição da burocracia relativa à importação de matéria prima e, por fim, estímulo ao treinamento de profissionais qualificados. Esse pacote terá como objetivo expandir os investimentos na produção dos chips.
Problemas com a produção de semicondutores dura mais de uma década
A busca por uma solução para reduzir a dependência da importação de chips se arrasta há mais de uma década. Em 2007, quando iniciava seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (Padis), dando crédito financeiro a empresas que investem em desenvolvimento de tecnologia.
Segundo Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento Industrial, Comércio, Serviços e Inovação do MDIC, "o Padis vai ser reavaliado e melhorado. Há um compromisso firmado entre os ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento nesse sentido".
Também foi criado, em 2008, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), estatal que, segundo especialistas, sempre trabalhou com tecnologia ultrapassada e jamais conquistou relevância nem no mercado interno. O Ceitec não foi citado na reunião.
No Brasil, a falta de semicondutores impediu a fabricação de 370 mil veículos em 2021, 250 mil no ano passado, e mais 113 mil deixarão de ser entregues às revendedoras neste ano. A estimativa é da Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que ainda aponta que haverá limitações para semicondutores em todo o mundo até 2024.
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