Lançado em 1972, o Honda Civic completou 50 anos nesta segunda-feira (11). O primeiro carro produzido pela fabricante japonesa no Brasil está chegando à sua 11ª geração e será, pela primeira vez, vendido exclusivamente na versão híbrida. Durante suas cinco décadas de existência, mais de 27 milhões de exemplares foram vendidos.
A história do Honda Civic começou há 50 anos, em 1972, no Japão. A primeira geração do Civic era compacta e foi fabricada até 1979, com carroceria de duas (cupê), três e cinco portas (hatchback), além da quatro portas (sedã). O modelo vinha equipado com motores de 1.2 e 1.5 litro. O câmbio automático e ar-condicionado eram itens que faziam parte da lista de opcionais do modelo. O Honda Civic era bastante econômico e se tornou um sucesso de vendas a partir de 1973, com a 1ª crise global do petróleo.
Na segunda geração, fabricada entre 1980 e 1983, o carro ganhou uma carroceria sedã. Seus motores eram 1.3 ou 1.5, com tecnologia VTEC. Os para-choques eram mais escuros.
O Honda Civic de terceira geração fundiu os modelos "hatchback" de quatro portas com o "wagon", gerando uma "wagovan", espécie de SUV com tamanho reduzido. Esse modelo foi fabricado entre 1983 e 1987.
A quarta geração, vendida como modelo 1988, tinha capô baixo e dimensões maiores. Uma grande variedade de versões foi produzida e vendida mundo a fora. Os modelos vendidos nos EUA tinham injeção eletrônica mas, em outros mercados, versões carburadas estavam disponíveis. Na 4ª geração do Honda Civic todos as versões passaram a ter suspensão independente nas quatro rodas. O CRX ainda fez parte da família Civic durante esta geração, tendo como opções os modelos HF, DX e SI nos EUA.
Quinta geração do Honda Civic
O modelo que surgiu em 1992 e se manteve até 1995 foi especial para os brasileiros. Concebida em 1992, a quinta geração do Honda Civic era importada nas configurações hatchback (DX, LSi, Si, e VTi), sedan (LX e EX), coupé (EX e EXS – a partir de 1994) e targa (CRX, Si e VTi). Havia opção de escolha entre o câmbio manual e o automático, embora este último fosse mais frequente, sendo a versão VTi tendo apenas câmbio manual.
O modelo vendido no Brasil era importado dos Estados Unidos e já saía da concessionária com bom nível de equipamentos: ar-condicionado, direção hidráulica, conjunto elétrico, teto solar, airbag duplo e freios ABS – versões EX, EXS e VTi.
Os motores oferecidos no Brasil para o Honda Civic eram: 1.5L-D15B2 (LSi); 1.5L-D15B7 (DX e LX); 1.6L-D16Z6 (Si, EX e EXS); B16A2 (VTi) e B16A3 (VTi 1995). Os motores D16Z6 e B16A2 e A3 eram oferecidos com a tecnologia VTEC.
Esta geração foi responsável pela construção da imagem de durabilidade e resistência que a Honda conquistou no país. Vários exemplares desta geração ainda seguem rodando nos dias atuais.
Um fato curioso é que algumas versões da quinta geração do Honda Civic estavam na série de jogos Gran Turismo, para os consoles Playstation e Playstation 2. A 5ª geração do modelo é muito popular nos EUA: ela aparece frequentemente nos eventos de carros e também deu as caras no sucesso de Hollywood: Velozes e Furiosos.
Sexta geração (1996 - 2000)
A missão da 6ª geração do Honda Civic foi suceder a geração anterior, que havia sido um sucesso de vendas. Lançada em 1995 no mercado internacional, a geração chegou ao Brasil no ano seguinte. Ainda importado dos Estados Unidos, contava com as carrocerias sedã, cupê e hatch.
No ano seguinte, em 1997, a Honda iniciou a produção do Civic em Sumaré (SP). O veículo era fabricado somente em sua versão sedã. Inicialmente, boa parte dos componentes do veículo eram importados. O modelo brasileiro estreava nas versões LX-B, LX e EX, as duas primeiras com o motor 1.6 de 106cv e a última com o 1.6 VTEC de 127cv.
A era 'New Civic'
A Honda manteve o padrão de lançar as novas gerações do Civic com alguns meses de defasagem para o mercado internacional e sempre com o visual do carro vendido nos Estados Unidos. A sétima geração foi lançada em 2001 e passou por uma reestilização em 2004.
Já a oitava geração, lançada em 2006, foi uma verdadeira transformação no principal carro da fabricante japonesa. Até o nome foi trocado: o 'New Civic' alterou o senso comum de que o foco do produto era o consumidor de maior idade e tradicionalista. Com design moderno e jovial, o veículo tinha visual ousado e painel de dois níveis, com instrumentos digitais. O principal destaque da linha era a variação esportiva Si, equipada com motor 2.0 de 192cv, e se tornou um dos carros mais potentes produzidos em série no Brasil.
Queridinho: o Honda Civic 2008
Mesmo a crise financeira de 2008 não foi capaz de frear os avanços do New Civic 2008. Enquanto alguns fabricantes americanos passavam apertos, o veículo continuou vendendo bem e era nada menos que o sedã mais vendido do país. O carrão superava o popular Chevrolet Classic e deu muita evidência à Honda no mercado nacional, inclusive nos dias atuais com a revenda. Ele tinha uma versão flex, mas estava longe de ser perfeito: uma de suas maiores críticas era o porta-malas, com apenas 380 litros.
9ª e 10ª geração do Honda Civic
A 9ª geração, lançada em 2012, combinava características do carro americano com a traseira oferecida em países como a Austrália. O Honda Civic produzido no Brasil era vendido na carroceria sedã e era feito inicialmente nas versões LXS e EXS, ambas com motor 1.8 de 140cv. Na linha 2014 ganhou as versões LXR e EXR, que traziam um novo motor 2.0 flex de 155cv.
Já a 10ª geração estreou no Brasil em 2017. Chamada pela filial nacional de Civic 10, o sedã veio com um design 100% americano em quatro versões: Sport, LX, EX, EXL e Touring. As quatro primeiras tinham o motor 2.0 flex de 155cv, enquanto o Touring trazia um 1.5 turbo a gasolina de 173cv. Ainda importado do Canadá, o cupê esportivo Si agora trazia um motor 1.5 turbo de 208cv.
11ª geração: o Honda Civic 2023
A Honda confirmou o fim da produção nacional do Civic no fim do ano passado, focando sua produção no City. No entanto, o sedã será repaginado no Canadá e sua 11ª geração chegará ao Brasil de forma importada. O novo Civic será híbrido e foi anunciado completamente apenas na Tailândia. Lá, o veículo entrega cerca de 184cv de potência e 32,1kgfm de torque. Pelo ciclo WLTP, o consumo declarado chega a 20km/l. A Honda também estuda a possibilidade de adaptar o sistema híbrido para que aceite também o etanol.