Anápolis (GO) - O grupo Caoa avança no Brasil e no Nordeste não poderia ser diferente, já que a região é terra natal do fundador Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Mesmo com a queda nas vendas dos importados em 2013, a alavancada no mercado dos HBs mostrou maturidade para o que vem pela frente. Na visita à fábrica dos veículos nacionais da Hyundai em Anápolis (pela primeira vez jornalistas entraram lá), o presidente da Caoa, Antônio Maciel Neto, anunciou mudanças: o lançamento de três veículos importados (que serão mostrados pelo Vrum na próxima semana), a aposentadoria temporária do Veloster e o fortalecimento no mercado nordestino. Na planta, o grupo produz Tucson, ix35 e os caminhões HD 78 e HR.
QUEDA
O ano de 2013 não foi um período positivo para o grupo. Apesar da Caoa anunciar um crescimento nas vendas de 25,2% em janeiro - graças ao efeito HB20 - o grupo amarga uma queda brusca entre os modelos importados. Em 2012 foram comercializados 40.914 Hyundai importados (leia-se i30, Azera, Elantra...), contra pouco mais de 27 mil em 2013, de acordo com a Fenabrave. "A queda na venda dos modelos importados ocorreu no Brasil inteiro principalmente pela mudança da taxa de câmbio e da redução do IPI. A Caoa tem como estratégia lançar novos produtos, como o i30, Grand Santa Fé e o Elantra (veja matéria no domingo), investir nas revendas, tudo para retomar o mercado", garante Maciel.
[SAIBAMAIS]MUDANÇAS
A diretoria executiva da Caoa ganhou reforços com a chegada de dois nomes de peso: o novo vice-presidente Mauro Correia (que praticamente montou e comandou a planta de Camaçari da Ford) e o diretor de marketing Anselmo Borgheti (ex-Toyota). A renovação no corpo diretor deve chegar às regionais. “Vamos fazer as mudanças necessárias: promover funcionários internamente e trazer pessoas experientes de fora”, explicou o presidente da Caoa, sem querer dar mais detalhes.
APOSENTADO
A importação do Veloster chegou ao fim no por tempo indeterminado, pelo menos para o Brasil. Em visita à Coreia do Sul há poucas semanas, Antônio Maciel revela que a Hyundai fez mudanças importantes no modelo. O Veloster sempre foi visto como um carro de imagem da Hyundai e revolucionou o segmento com suas três portas. O problema é que a decepção com a motorização foi diretamente proporcional à empolgação causada pelo design. O propulsor 1.6 de 128 cavalos é o mesmo que puxa o pequeno HB20 e não corresponde à proposta esportiva do modelo.
NORDESTE
O presidente do grupo concedeu uma entrevista exclusiva à equipe do Vrum/Diario de Pernambuco, única equipe de jornalistas nordestino na visita à fábrica. "O Nordeste tem um tratamento especial, porque nosso fundador (Carlos Alberto de Oliveira, suas iniciais formam o nome Caoa) é da Paraíba e estudou em Pernambuco. As principais novas revendas do grupo são no Nordeste. Uma das lojas mais bonitas será inaugurada em março, na cidade de Natal, e estamos reformando a revenda de Fortaleza".
ENTREVISTA COM ANTÔNIO MACIEL
Porque a filial pernambucana vende menos que o concorrente?
A política de preços, de loja, é feita pela Hyundai: estabelecer condições, o tipo de produto, as propagandas. O consumidor sabe que a Caoa é a empresa brasileira que representa a Hyundai e o grupo pernambucano não está explorando. Estamos nos aproximando mais da gestão para mudar isso.
Como pretendem recuperar a credibilidade?
Como o câmbio está mais estável, a regra do Inovar-Auto está clara e implementada, agora a tendência é estabilizar os preços no mercado. Também estamos com um novo centro de distribuição de peças em Barueri e iremos facilitar os revendedores com peças em consignação, tudo para diminuir o tempo de espera no pós-vendas.
Vale a pena esperar o novo Veloster?
Os motores novos são imponentes, por isso não temos mais Veloster nas lojas, porque estamos aguardando o modelo renovado.
*Viajou a convite da Hyundai Caoa