O que nós temos visto, ultimamente, na indústria automobilística, são as telas digitais cada vez mais dominando o interior dos veículos e tomando o lugar dos controles por botões físicos. Para muitos, elas são sinônimo de inovação. No entanto, há ainda aqueles que resistem a essa moda: a Hyundai por exemplo.
Aparentemente, a empresa coreana vai continuar mantendo os botões analógicos por um bom tempo. O motivo? Eles são mais seguros.
A informação foi sugerida pelo designer-chefe da Hyundai, Sang Yup Lee, o qual defende que confiar múltiplas funções em uma tela não é seguro durante a condução do carro.
"Temos usado botões físicos de forma bastante significativa nos últimos anos. Na minha opinião, os botões mais seguros são os físicos. Quando você está dirigindo, é difícil de manusear, mas quando é difícil, é fácil de detectar e sentir."
Sang Yup Lee
Os botões físicos, normalmente, se destacam da superfície do painel, sendo em "alto-relevo", além de que cada qual diz respeito ao controle de uma determinada função no carro. Por isso, eles – se comparados às telas digitais, que são lisas, táteis e interativas com multifunções – são muito mais fáceis de serem detectados e sentidos, contribuindo, assim, para manter a atenção do motorista na estrada e as suas mãos, no volante.
Os últimos lançamentos da Hyundai seguem firmes com os botões
O novo Kona e o Ioniq 5 e 6, recentes lançamentos da Hyundai, são a prova de que os botões físicos seguem vivos na marca.
O Kona, por exemplo, apesar de ter painel panorâmico duplo, combinando display multimídia e painel de instrumentos digital, tem diversos botões e controles analógicos (botão de rodas por exemplo) para controlar o ar-condicionado ou para atalhos da própria tela, entre outros.
No caso do Ioniq 5 e 6, apesar de as telas digitais existirem, os controles físicos não foram completamente dispensados também.
Os botões físicos são mais rápidos de manusear
A revista automobilística sueca Vi Bilägare testou 11 carros analisando quanto tempo os motoristas levam para realizar tarefas simples em cada veículo (como ajustar o ar-condicionado ou mudar de estação de rádio), enquanto dirigem a 110km/h.
E o resultado foi positivo para a tese da Hyundai: os botões físicos ainda se mostram mais vantajosos.
Isso porque o modelo que saiu na frente foi um carro 2005, sem tela: o Volvo V70, no qual as tarefas puderam ser realizadas em 10 segundos, mediante condução de 306 metros.
No caso do BMW iX, que renuncia quase totalmente aos botões, o condutor precisou de 30,4 segundos para realizar a tarefa, tendo percorrido 928 metros durante esse tempo.
Além da Hyundai, outras montadoras também apostam nos controles físicos
A Hyundai não está sozinha no que se refere aos botões físicos. Além da coreana, outras marcas já deixaram claro que preferem continuar projetando interiores com mais botões do que telas.
Uma delas foi a Mazda e o argumento é o mesmo da Hyundai: as telas são uma fonte potencial de distrações para os motoristas.
Há, também, a Bugatti, que insiste nos controles analógicos, mas por uma questão de estética, não de segurança.
Por fim, a DS também afirmou que seus novos modelos retornarão aos controles físicos, reduzindo a dependência em telas. Seus motivos são: estética e segurança.
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