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IPI: Ainda há tempo

Das 23 montadoras afetadas total ou parcialmente pela nova alíquota de IPI, 12 ainda não reajustaram os preços, que ficam inalterados enquanto durarem estoques de 2011

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Apesar de 18 empresas fazerem parte da aguardada lista de isenção do Imposto de Produtos Industrializados (IPI), apenas cinco montadoras, de fato, não pagarão imposto mais alto em nenhum modelo: Fiat, Renault, Nissan e Troller, que produzem no Brasil e só importam de países do Mercosul ou México (o governo já anunciou que pretende rever o acordo com o México, mas por enquanto nada mudou); e Lifan, que não figura na lista oficial do governo, mas, como traz os veículos do Uruguai, foi enquadrada como exceção, já que o país sul-americano também tem acordo com o Brasil. Todas as demais estão isentas em parte, pois fabricam veículos aqui, mas também importam de outros países.

AS DATAS

O primeiro decreto é de 15 de setembro de 2011 e, a princípio, já produziria efeitos imediatamente. O anúncio provocou uma corrida de consumidores às concessionárias de modelos importados, em busca dos modelos em estoque (que não sofreriam aumento), e algumas, espertamente, acabaram com os descontos que até então estavam sendo concedidos. Enquanto isso, fabricantes e importadores discutiam a legalidade da medida. Algumas marcas chegaram a reajustar as tabelas, mas o governo voltou atrás e deu prazo de 90 dias para as montadoras se adequarem. O que significou, para a maioria, que a nova alíquota passou a vigorar em 16 de dezembro.

Além disso, as empresas com fábrica no Brasil estavam obrigadas a comprovar que atendiamos quesitos de nacionalização mínima dos modelos aqui produzidos para estar livres do aumento. Em novembro foi publicado outro decreto com uma lista provisória das marcas beneficiadas. Mas só em 31 de janeiro foi divulgada a lista definitiva. E, por isso, muitos entenderam que somente a partir de 1º de fevereiro valeriam as novas alíquotas. Perguntado, o MDIC ficou em cima do muro: “A data oficial é 16 de dezembro, mas, na prática, o novo imposto vale a partir de 1º de fevereiro”. O que ainda pode mudar, pois as negociações continuam...

TABELAS

Na prática, de fato, o importante é saber que ainda há tempo de comprar a maioria dos importados sem o aumento decorrente do IPI. O caderno Vrum entrou em contato com todas as montadoras e mostra, no quadro abaixo, a posição de cada uma.

Lista dos "liberados":

Na lista oficial divulgada pelo governo em 31 de janeiro, constam como isentas as seguintes montadoras: Agrale (pesados), Caoa (Hyundai), Fiat, Ford, GM, Honda, International (caminhões), Iveco (caminhões), MAN (caminhões), Mercedes-Benz (caminhões), Mitsubishi, Nissan, Peugeot/Citroën, Renault, Scania (caminhões), Toyota, Volkswagen e Volvo (caminhões). Porém, como explicado no quadro Estratégia de cada montadora, a maioria está isenta para alguns modelos, mas paga imposto mais alto para outros. A Lifan não consta na lista, mas está totalmente isenta por trazer os modelos do Uruguai.

Estratégia de cada montadora

Ainda não aumentaram: Audi*, BMW/Mini*, Effa Motors*, JAC*, Mercedes/Smart*, Ssangyong*, Subaru*, Chery* (curiosamente, no MDIC a marca consta como isenta por trazer modelos do Uruguai, mas a própria empresa informou que desde o início de 2011 todos são importados da China.), Citroën (atingidos C5, C4 Picasso e Grand C4 Picasso), Honda (atingido somente o Accord), Hyundai (todos são afetados, exceto Tucson e HR), Toyota (afetados Camry e RAV4)

Chevrolet

Três modelos sofrem os efeitos da medida: Malibu, Omega e Camaro. Os dois primeiros tiveram aumento em 1º de janeiro, de 10,12% e 25,19%, respectivamente. O preço do Camaro foi reajustado no último 31, em 7,56%.

Chrysler/Dodge/Jeep*
O único modelo com preço já reajustado é o Dodge Journey (de 12%).

CN Auto (importadora das marcas Topic e Towner)*

O repasse foi de 15%, em média.

Ford
O modelo atingido é o Edge. A linha 2011 permanece com os preços de dezembro. Já a linha 2012 teve um aumento em janeiro e outro em fevereiro, mas a assessoria de imprensa da fábrica não soube dizer se a alta foi decorrente do IPI.

Kia*
Repassou reajuste médio de 8,2% em 16 de dezembro, a partir de quando o aumento passou a valer de fato. Mas o reajuste, segundo a marca, contemplou também a variação cambial, que de setembro a dezembro pulou de R$ 1,55 para R$ 1,85. Além disso, de modo escalonado, até o fim de março, já com todas as unidades sob a nova alíquota do IPI, os carros ainda sofrerão reajustes, que poderão chegar a 18%. A versão de entrada do caminhão Bongo, que vem do Uruguai, não está sujeita à nova alíquota.

Land Rover*

Não informou, até o fechamento desta edição.

Mitsubishi
São atingidos pela medida Pajero Full, ASX, Lancer e Outlander, e o reajuste foi inferior a 2%.

Peugeot

RCZ e 3008 sofrem os efeitos da medida. O primeiro não teve alteração de preço na tabela, apenas acabou um desconto de R$ 10 mil dado ano passado. Já o 3008 teve alta de 12%.

Suzuki*

Houve pequeno reajuste, relativo a aumento no custo operacional, mas em relação ao IPI a marca não se pronuncia, alegando motivos estratégicos.

Volkswagen

Passat, Passat Variant, Tiguan e Touareg são os modelos importados afetados pela nova alíquota. A montadora já aumentou os preços, entre 14% e 15%. Mas afirma que a alta decorreu não só do IPI, mas também da correção do câmbio e devido à atualização dos produtos que ocorreu ano passado.

Volvo*
XC60 e C30 já tiveram os preços reajustados, mas o percentual de aumento decorrente do IPI não foi divulgado. Já o XC90 e o S60, ainda ano/modelo 11/12, permanecem sem alta até a chegada dos 12/12.

*Todos os modelos foram afetados pela medida.