"Não vamos fechar". A afirmação é do presidente da Kia Motors no Brasil, José Luiz Gandini. Depois de um ano difícil para as importadoras de automóveis, a montadora tem esperanças na nova planta do México para melhorar as vendas no Brasil. A marca foi uma das mais afetadas pelo Inovar Auto, regime automotivo adotado desde 2013, que limita a cota de importação sem o IPI elevado. Mesmo assim, 2016 será o início de uma nova fase para a Kia, com agenda de quatro importantes lançamentos. A grande novidade é o Rio, o modelo mais vendido da marca no mundo.
O hatch será lançado em julho antecipadamente, trazido da Coreia do Sul, durante os Jogos Olímpicos do Rio, em três versões – hatch de duas portas, de cinco portas e o sedã. Só no último bimestre de 2016 que virá do México. Não há confirmação de detalhes como motorização e versões, mas a aposta é no motor o 1.6 16v de 128 cavalos, o mesmo do HB20. O hatch tem perfil de compacto premium e deverá se situar entre o Picanto e o Cerato hatch para brigar contra Ford Fiesta, Citroën C3 e Peugeot 208.
Outro modelo aguardado é o Sportage, apresentado no último Salão de Frankfurt. "O público já está interessado, procurando informações, até porque este é um dos carros-chefes da marca e agora virá diferente, mais largo", revela o gerente comercial da Intervia, revenda Kia localizada na Avenida Norte e no bairro da Imbiribeira, Felipe Azevedo.
Com visual de Porsche, o Sportage desembarca no país em março, o primeiro do portfólio a ser renovado, ainda via Coreia do Sul, para só em junho ser importado do México, quando também chega o Optima. O mais vendido da marca, o Cerato, recebeu um facelift e vem em junho, também da planta mexicana, fechando as novidades.
Balanço
A Kia já foi a maior importadora do Brasil com 180 concessionárias. Enquanto em 2011, a Kia vendeu 77 mil unidades, a previsão para 2015 é desanimadora. A previsão é fechar o ano com 16 mil veículos vendidos e 120 revendas (60 a menos). Apesar do balanço desanimador e de um 2016 difícil, a expectativa para o próximo ano é vender mais modelos da marca. “Depois de cinco anos, pressionados pela imposição de 30 pontos percentuais no IPI, tudo indica que teremos em 2016 uma pequena recuperação”, acredita Gandini.
A aspiração com a nova fábrica do México é aumentar o volume de vendas para 21 mil unidades/ano - atualmente são 4.800 unidades/anuais. Vale ressaltar: a tributação do IPI permanece sobre os importados, mesmo com a produção mexicana. “Estamos esperando um 2016 melhor, apesar da falta de expectativa de reação do mercado no primeiro semestre, graças as novidades. Acredito que o Rio deva custar entre R$ 60 mil e R$ 70 mil”, aposta Carlos Felipe Azevedo, da Intervia.