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Lançamento - Novo, mas nem tanto

Volkswagen apresenta a sexta geração européia do Golf. Apesar da denominação, é atualização do modelo anterior com frente, traseira, interior e motores renovados

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Goste ou não, não há como negar, o Golf é um ícone da indústria automobilística. E atualizar um símbolo não é tarefa fácil. A Volkswagen alemã optou pela via conservadora. A cada nova geração o modelo representa uma evolução sobre a anterior. A abordagem já foi criticada por ser excessivamente cuidadosa, mas a fórmula funciona. Desde o lançamento, em 1974, já foram vendidas mais de 26 milhões de unidades do modelo.

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Ao projetar a sexta geração, cujas primeiras fotos e informações oficiais foram apresentadas nesta semana, a Volkswagen conseguiu ser ainda mais conservadora. O que a montadora chama carro novo é, na verdade, a quinta geração com algumas atualizações razoáveis, tanto técnicas quanto de estilo. Mais ou menos o que a VW fez com o nosso (atual) Golf. Pegou a quarta geração, deu um banho de loja e chamou de novo Golf. Parece que a atualização à brasileira está fazendo escola.

Lanternas horizontalizadas realçam a largura do novo hatch


Como era de se esperar em um facelift, o aspecto geral do carro não muda, principalmente visto de lado. A frente, no entanto, é completamente nova. Parecida com a do esportivo Sirocco, com faróis mais afilados e com o formato de gota pronunciado. A grade recebeu novo tratamento, com faixas horizontais independentes. Curiosamente, e sem ser destacado pelo fabricante, o estilo marca o abandono do tradicional "V" na grade dianteira como elemento de identificação da marca. A traseira também foi revista, com lanternas mais afiladas, que destacam linhas horizontais e a impressão de largura, além dos retrovisores laterais, cujo desenho mais aerodinâmico diminui os ruídos.

O interior, obviamente, também passou por uma, digamos, reforma, com novo estilo e materiais derivados do mais luxuoso Passat CC. Mas a grande estrela mesmo são os equipamentos de segurança. Além de sete airbags, ABS e controle de tração, o veículo conta com controle de distância em relação ao veículo da frente, sensores que indicam se os passageiros de trás estão com os cintos de segurança afivelados, faróis de condução diurna e sistema de redução do efeito chicote no pescoço em caso de colisão na traseira.

Apesar de manter a mesma arquitetura básica, houve espaço para melhorias técnicas. Na gama de motores a diesel, a Volkswagen adota, pela primeira vez, a tecnologia common rail, além de um eixo contra-rotante para diminuir as vibrações. Os planos são para propulsores com potência de 90 cv a 170 cv. Já no lançamento, em outubro, haverá duas opções, ambas 2.0 com potências de 110 cv ou 140 cv. As versões a gasolina, no lançamento, serão quatro, todas com injeção direta de combustível e desenvolvendo 80 cv, 102 cv, 122 cv e 160 cv. Com exceção do propulsor mais fraco, todos os outros contam com turbo de baixa pressão como forma de melhorar a queima sem penalizar o consumo.

Já uma novidade que afeta tanto modelos a diesel quanto a gasolina será a utilização ampla do câmbio manual automatizado DSG de sete marchas. De acordo com a Volkswagen, o equipamento, que será de série na maioria das versões de acabamento, traz melhoria considerável no consumo e, conseqüentemente, nas emissões. Um exemplo é o TSI 1.4 de 160 cv, que, equipado com o DSG, roda 16,7 km/l, contra 12 km/l do FSI 2.0 de 150 cv com câmbio automático tradicional de cinco velocidades. Modelo será apresentado, em outubro, no Salão de Paris.