Não teve garoto que, em meados da década de 1970, não tenha se apaixonado pelo VW Passat. Os traços de Giorgetto Giugiaro e a mecânica moderna eram seus principais atributos. A história detalhada deste modelo foi registrada em mais um volume da série “Clássicos do Brasil”, da editora Alaúde, que tem prestado um belo trabalho de conservação da memória automotiva brasileira.
Os autores Rogério de Simone e Fábio de Cillo Pagotto começam pela pré-história do Passat, dando o devido crédito do modelo às marcas NSU e Audi, que foram adquiridas pela Volkswagen. Aos modelos NSU K70 e Audi 80 a VW deve a adoção do modelo mecânico de quatro cilindros em linha resfriado a água e tração dianteira, que aos poucos foi substituindo o tradicional motor de cilindros opostos refrigerado a ar (boxer).
A adoção desta mecânica moderna foi essencial para que a VW continuasse fazendo frente à concorrência. O livro descreve a evolução do Passat na Europa até chegar à fabricação da carroceria de três volumes, em 1982, batizado como Passat Santana. Até então, por força de um acordo, este sedã era fabricado exclusivamente pela Audi. Quando o sedã passou a ser fabricado, o Passat europeu já era construído sob uma plataforma mais moderna, que só chegaria ao Brasil em 1984 como Santana. Nosso Passat nunca usou esta estrutura.
No livro, a história do modelo foi enriquecida com um breve relato da história da VW no Brasil desde os tempos da Brasmotor, empresa que montava o Fusca e a Kombi em regime de CKD, até a chegada da VW do Brasil (o primeiro país a receber uma fábrica da marca fora da Alemanha) além da evolução de toda a sua linha até a chegada do Passat.
Depois disso, os autores esmiuçam a historia do modelo, lançado por aqui apenas um ano depois de sua estreia na Europa. Vale uma menção especial a uma versão que se tornou sonho de consumo, o TS, “esportivado” com dois pares de faróis circulares e uma faixa lateral. Esta versão depois levaria o nome GTS, depois Pointer e ainda GTS Pointer. Outra passagem especial é a que trata das preparações feitas no Passat, tanto por Rino Malzoni, quanto pela Dacon. A versão para exportação conhecida como Iraque também rendeu uma boa história.
A série “Clássicos Do Brasil” já conta com 15 títulos, sendo os mais novos, além do Passat, os VW Gol e Brasilia, o Jeep e o Alfa Romeo. Para melhorar, os livrinhos são vendidos pelo preço camarada de R$ 17,90 no site da editora (www.alaude.com.br), em livrarias e em algumas bancas de jornal.