O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta terça-feira, que a produção da Kombi pode ganhar uma sobrevida de até três anos. O veículo deve ser a única exceção na regra que prevê a partir de 2014 a obrigatoriedade de instalação de ABS e airbags como itens de fábrica em todos os automóveis.
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"É um produto que não tem concorrente e não tem como se adaptar. Este é o maior problema que identificamos porque a Kombi será extinta e é onde haverá mais demissões. Vai ser estudado, não há decisão, podemos criar uma excepcionalidade", afirmou. Segundo Mantega, até o momento, todas as empresas concorrentes concordaram com essa exceção, mas a decisão ficará para a próxima semana.
No encontro desta terça com representantes do setor automotivo, o ministro afirmou que também se discutiu a possibilidade de se facilitar entrada de carros elétricos no país. "Mas temos ainda de estudar isso. Não há nenhuma decisão."
Rastreabilidade x desemprego
O ministro afirmou que a questão da "rastreabilidade" de autopeças, prevista no programa Inovar-Auto, irá minimizar o problema do desemprego nesse setor. "Isso vai aumentar a produção nacional e haverá compensação pela desativação de linhas antigas", afirmou.
Outra medida pode ser a redução de imposto de importação, temporariamente, para peças que não tenham similar nacional. Segundo o ministro, essas e outras questões serão estudadas e será apresentado um conjunto de soluções na próxima segunda-feira, quando haverá nova reunião entre governo e representantes do setor.
Em relação à recomposição das alíquotas de IPI, Mantega afirmou que o governo não voltará atrás e que o imposto vai subir mesmo pois essa não é uma solução para o setor. Também foi formado um grupo de trabalho entre governo e setor privado para discutir a questão das exportações para a Argentina e medidas para que a indústria automobilística possa manter sua competitividade no próximo ano.
"No ano em curso, tivemos bom desempenho da produção, que vai crescer sobre 2012, mas temos de assegurar que, em 2014, a produção seja maior que em 2013. Para isso, precisamos exportar. O câmbio vai estar mais favorável, mas temos de continuar aumentando competitividade da indústria brasileira.