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Medição da capacidade do porta-malas com água engana consumidor

Um dos itens que influenciam na escolha do carro é a capacidade do compartimento de carga. Compare nossa medição com a declarada pelo fabricante antes de fechar negócio

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Medição da capacidade do porta-malas com água engana consumidor
Medição da capacidade do porta-malas com água engana consumidor Foto: Medição da capacidade do porta-malas com água engana consumidor

Já ocorreu mais de uma vez, nos lançamentos ou durante os testes: nossa equipe avalia o porta-malas de um modelo, compara aquele espaço com o volume declarado pelo fabricante e as medidas não “batem”. Quando essa diferença é muito grande, sabemos que a discrepância pode ser explicada pelo uso de um método de medição diferente do que seria mais adequado. Há fabricante que mede a capacidade do porta-malas com água, o que é uma tremenda picaretagem porque ela preenche espaços inatingíveis no uso normal.

Falso ou verdadeiro?
Entre as inverdades do mundo do automóvel está a medição superestimada de volume do porta-malas. Por outro lado, há montadoras que declaram dados inferiores à realidade

A metodologia correta é preencher o porta-malas com cubos sólidos que excluem espaços não aproveitáveis, como as dobradiças da tampa

O método usado pelo Vrum para medição de porta-malas é o VDA (sigla para Verband der Automobilindustrie, que é uma instituição alemã que visa padronizar medidas). Neste método, o porta-malas é pacientemente preenchido por cubos sólidos, deixando de fora volumes não aproveitáveis, como o das dobradiças, de forma que o valor final é o espaço que realmente pode ser usado para colocar bagagens.

Já o método usado para fazer parecer que o porta-malas é grande preenche todo aquele espaço com água, que é capaz de atingir toda e qualquer reentrância ali presente. O problema é que, ao colocar suas malas no compartimento, o motorista não vai conseguir aproveitar o espaço da mesma forma. E a diferença entre os dois métodos descritos é significativa. No lançamento do Peugeot 308, no início de 2012, a Peugeot garantiu que o porta-malas do seu hatch médio era o melhor da categoria, com volume de 430 litros, enquanto pelo método VDA esse espaço era de 348 litros (conforme a própria marca informou a pedido dos jornalistas).

Amplie a tabela e confira os conflitos de informação entre os volumes declarados pelos fabricantes e o que o Vrum aferiu

Outra medição maliciosa, essa mais comum nos utilitários esportivos, é calcular o volume do compartimento de carga até o teto. Nada disso. A norma VDA estabelece que, se a medição foi feita para cima do bagagito ou do encosto do banco traseiro, a distorção deve ser informada junto ao valor. Muito justo, já que colocar bagagem acima desse limite compromete a visibilidade do motorista e a segurança, pois ao colocar malas acima do nível do encosto do bancos corre-se o risco de, no caso de uma frenagem brusca, a bagagem acaba ser arremessada contra os ocupantes do veículo.