De São Paulo* - Também em alta no Brasil está o mercado de carros premium. As alemãs Audi e Mercedes-Benz souberam explorar bem o Salão do Automóvel para apresentar uma infinidade de modelos e versões em dois grandes estandes. Na contramão da aceleração e glamour, as incertezas sobre o cenário econômico no Brasil frearam a confirmação da chegada de determinados modelos – como as picapes RAM 1.500 e a terceira geração da Nissan Frontier, “apenas expostas”, de acordo com os fabricantes.
A Audi triplicou as vendas no Brasil nos últimos cinco anos e, apesar dos reflexos da recessão, espera fechar 2016 como seu segundo melhor ano no país – com 12 mil unidades vendidas, ante 17,5 mil em 2015. Para 2017, a marca das quatro argolas anuncia o lançamento de 12 novos modelos e versões. No São Paulo Expo, a segunda geração do superesportivo R8 é um dos carros que mais atraem olhares. Apresentado pela atriz Isis Valverde, o bólido desembarca na configuração Coupé V10 plus, equipada com um poderoso motor central traseiro de 5.2 litros e 610cv, que vai até 100km/h em 3,2s e alcança 330km/h. Outras atrações são o novo S5 Coupé com 21cv a mais no motor 3.0 V6 TFSI de 354cv, e a perua de alto desempenho RS6 Avant Perfomance, com um 4.0 litros V8 biturbo FSI de 605cv e tração integral quattro.
A Mercedes-Benz, que acaba de lançar a nova geração do sedã Classe E no Brasil, agora mostra a versão esportiva Mercedes-AMG E 43, com motor 3.0 V6 biturbo de 401cv, os conversíveis C e S Cabriolet e o SUV médio GLC, em versões 250 e AMG 43. Grande novidade mesmo é a limousine S 500 Maybach, que lança a divisão Mercedes-Maybach no país com muito luxo, espaço e tecnologia voltados ao conforto dos dois ocupantes do banco traseiro.
MUSCLE CARS Além do Mustang, exposto na versão Shelby GT 350R V8 de 533cv e que cuja importação foi finalmente confirmada pela Ford, a partir de setembro de 2017, o novo Camaro aparece em traje “comum”, que virá após a série limitada em 100 unidades Fifty, que estreou a nova geração no Brasil. Começa a ser vendido no primeiro trimestre de 2017.
Mesma sorte não teve o Dodge Challenger SRT Hellcat, equipado com um poderoso 6.2 V8 sobrealimentado de 717cv e 89,8kgfm, capaz de acelerar de 0 a 96km/h em 3,5s e atingir 320km/h de máxima. Não será desta vez que o muscle car mais rápido virá oficialmente para o Brasil. Duas chaves dosam a potência do Dodjão: uma preta (500cv) e outra vermelha (libera os 717cv).
PICAPES Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X (ainda conceito) deram o “bolo”, restando à terceira geração da Nissan Frontier os holofotes no segmento. Entretanto, a picape agora produzida no México foi apenas mostrada, ficando o lançamento também previsto para o período dos três primeiros meses do ano que vem. Sob o capô a nova Frontier terá o novo motor 2.3 turbodiesel de 190cv, que mantém a potência do atual 2.5. Nem mesmo as versões que deverão vir ao Brasil foram confirmadas.
Outra picape apresentada foi a RAM 1500, com 5,81m de comprimento e que pode ser conduzida com CNH categoria B, diferentemente da versão 2500, à venda no Brasil. O motor é o 3.0 V6 de 243cv e o câmbio, automático de oito marchas.
A Chevrolet S-10 aparece vestida como conceito na Colorado X-Treme – nome tailandês do modelo personalizado com snorkel lateral, guincho embutido no para-choque, pneus lameiros e a nada discreta cor laranja. Quem também dá as caras em traje de Salão é a obsoleta Montana, customizada no “estudo” Activ, mesmo nome da versão aventureira do monovolume Spin.
SUVS EM NOVAS VERSÕES Sucesso de vendas desde o lançamento, os SUVs Jeep Renegade e Honda HR-V ganham novos equipamentos nas novas versões topo de linha Limited com motor 1.8 flex e Touring, respectivamente. Já o crossover Kicks estreia a versão intermediária SV Limited, cujos preços só serão divulgados na semana que vem.
No telhado
Além da confirmação ao VRUM da “morte” dos Fiat Bravo, Idea, Linea e Freemont, outras duas notícias de fim de linha chamaram a atenção no Salão. A primeira, não admitida pela Fiat, é a do 500, exposto em única unidade ano/modelo 2015 da versão esportiva Abarth, na cor azul-claro, trazida da Itália especialmente para o evento. Assim como o Freemont, o 500 teve a importação interrompida em razão do dólar alto e vendas baixas. Muito provavelmente não retornará ao Brasil sem mudar para a nova geração, que já existe lá fora.
Outro modelo que dá adeus é o Volkswagen Jetta nacional, lançado aqui em julho do ano passado. Depois da paralisação das fábricas da VW por falta de fornecimento de peças, o sedã médio volta a vir do México. A montadora alega que se tratava de produção complementar e nada muda, inclusive o preço. Durante o Salão, a Volks confirmou R$ 7 bilhões de investimentos no Brasil para a produção de uma nova família de quatro modelos até 2020. Especula-se que um deles seja um SUV compacto.
* Jornalista viajou a convite da Anfavea