Na apresentação do novo Clio, a diretoria da Renault foi enfática em afirmar várias vezes que o modelo é agora um automóvel popular, com preço entre R$ 20 mil e R$ 30 mil, dependendo da manutenção do IPI atual pelo governo. O único motor disponível é o novo 1.0 16V Flex Power, com potência de 80cv, a 5.750rpm (etanol) e 10,5kgfm de torque máximo a 4.250rpm, que obteve a nota A na categoria subcompacto do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, tanto na versão básica quanto na equipada com direção hidráulica e ar-condicionado. As versões são as Expression, somente com quatro portas e preço sugerido de R$ 24.950, e a Authentique de duas portas, de R$ 23.290, e com quatro portas de R$ 24.290. Freios ABS e airbag não são disponíveis nem como opcionais.
Para ter o conforto do ar-condicionado e da direção hidráulica é cobrado a mais, respectivamente, R$ 2.500 e R$ 1.100. Os seus concorrentes no mercado nacional são agora o Celta, o Fiat Mille, o Ford Ka, o Gol G4 e o Palio Fire. A Renault afirma também que é o único da sua categoria com três anos ou 100 mil quilômetros de garantia, e com menor consumo de combustível. Foram criados quatro kits de personalização, sendo três para a carroceria – sport, look e adesivos – e um para o habitáculo – estilo. Todos serão instalados nas concessionárias da rede. O novo Clio é feito na Argentina. Esses kits têm gosto duvidoso, sendo o melhor o sport, porém não tem sentido para um hatch popular com motor 1.0 aspirado.
Quanto aos adesivos que serão aplicados no teto, capô e tampa traseira, a rede autorizada terá que ter um bom treinamento e a fábrica dar garantia da pintura para uma futura e possível retirada dos mesmos quanto ao verniz e possível alteração da tonalidade das partes adesivadas em relação ao resto da pintura. As alterações de design na carroceria com novos para-choques, capô, faróis, lanternas e tampa traseira foram bem positivas e valorizam a identidade Renault. São oito as opções de cor, sendo a nova branco creme interessante com somente kit sport. O novo quadro de instrumentos tem grafismo de mau gosto. O novo painel e os painéis de portas dianteiros não são práticos. No conta-giros são quatro áreas com cores diferentes (branca, verde, amarela e vermelha) onde bastariam duas (amarelo e vermelho) indicando a melhor faixa de aproveitamento de torque máximo (4.250rpm), antes e depois do pico, e a rotação máxima.
Para conseguir o consumo declarado pela fábrica de 9,1km/l na cidade e 9,6km/l em rodovia, com ar-condicionado e direção hidráulica, utilizando etanol no tanque, e na versão básica sem opcionais de 14,3km/l na cidade e 15,8km/l na estrada com gasolina, um fator determinante citado no lançamento está na adoção de pneus ecológicos Goodyear que serão disponíveis somente na medida 175/70 R13. Quem comprar o Clio com pneus opcionais aro 14 de confecção normal não terá o benefício tão frisado de mais econômico do seu segmento.
O breve e molhado test drive (chovia muito) foi no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, com asfalto bom e piso plano, onde a velocidade média devido ao trânsito foi de mais ou menos 30km/h, com a qual nada pôde ser sentido do novo motor e câmbio (relações), além da qualidade normal do engate do câmbio, conforto satisfatório de uso constante da embreagem e palhetas do para-brisa e do vidro traseiro de boa qualidade, que varrem uma boa área. Enfim, o novo Clio será um destaque no seu novo segmento popular pelo bom conjunto que sempre foi, pelo bom espaço interno, bancos confortáveis, boa dirigibilidade, porta-malas de bom tamanho para a categoria, uma mecânica com boa confiabilidade, além de uma rede com 212 postos de assistência técnica.
(*) Daniel viajou a convite da Renault.