Ainda na onda dos sedãs, os especialistas da série Não compre no escuro analisaram o Fiat Tempra em diversos quesitos (mecânica, elétrica, lanternagem, pintura, acabamento e emissão de ruídos). O objetivo da série é auxiliar na compra de um veículo usado e ajudar quem já tem o modelo a montar um plano de manutenção. A série ainda traz o custo médio dos problema e a lista de recalls dos modelos.
O Tempra foi lançado no Brasil em 1991. O motor, um 2.0, que desenvolvia 99 cv, decepcionou por ainda ter carburador, enquanto seus concorrentes já vinham com injeção eletrônica. A combinação carburador e catalisador, somada ao elevado peso do modelo, era o principal fator que contribuía para o desempenho mediano apresentado. Os pontos positivos eram o espaço interno, regulagem de altura para o assento e volante, controle elétrico dos retrovisores, travamento central das portas e rádio toca-fitas. Comparado ao modelo europeu, o nacional perdeu várias características positivas. No ano seguinte, a versão duas portas chegou ao mercado sem fazer sucesso.
Em 1993, a Fiat lançou a versão 16V, com o mesmo motor, porém agora com injeção multiponto, que desenvolvia 127 cv. Ainda nesse ano, o modelo ganhou retoques nos para-choques e farol de neblina. A versão turbo, com toques esportivos e 165 cv, chegou ao mercado em 1995. Nesse ano, o Tempra recebia nova grade e interior, além da versão de 8V ganhar (finalmente!) injeção eletrônica (monoponto!), que fazia o motor render 105 cv. No ano seguinte, além de a versão turbinada perder o acabamento esportivo e ser rebatizada de Stile, o modelo foi reestilizado, ganhando faróis dianteiros mais finos, novas lanternas traseiras e interior remodelado. Surpreendentemente, em 1998, ano em que saiu de linha, o Tempra ganhou um novo para-choque e grafismos nos instrumentos.
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Problema e orçamento
MECÂNICOS
Motor trabalha com temperaturas elevadas e apresenta tendência a ferver. Na época, a Fiat lançou um kit que alterava a posição do termostato para acionar o eletroventilador com antecedência
Vazamento na bomba d’água
Troca: R$ 170
Folga prematura das buchas da barra estabilizadora, dos braços oscilantes e dos tensores
Troca: R$ 250
Coxins superiores traseiros são pouco resistentes
Troca: R$ 170
Posição da suspensão faz pneu se desgastar mais na parte exterior
Alinhamento: R$ 55
Barra de regulagem do eixo traseiro é frágil
Troca: R$ 600
Painel de fogo, que prende o setor de direção, trinca com frequência
Troca do suporte e solda do painel: R$ 416
Rangido frequente na barra estabilizadora dianteira
Troca das buchas da ponta da barra: R$ 52
Vazamento de óleo no trocador de calor
Substituição do trocador: R$ 1.135
Vazamento de óleo no retentor traseiro do virabrequim
Troca do retentor: R$ 180
Nos modelos 8V (até 1995), o carburador suja e desregula com frequência
Limpeza e regulagem: R$ 100
ELÉTRICOS
GERAL e TEMPRA 8V
Falha no sensor de temperatura causa alteração da marcha lenta
Troca: R$ 105
Mal contato nas lanternas traseiras
Troca: R$ 240
Entupimento da mangueira do sensor MAP faz o carro apresentar alto consumo e marcha lenta irregular
Troca da mangueira: R$ 80
Falha na sonda lambda faz o carro apresentar alto consumo e marcha lenta irregular
Troca: R$ 350
Falha no atuador de marcha lenta causa oscilação
Troca: R$ 170
Falha nas bobinas de ignição
Troca do par: R$ 220
TEMPRA 16V
(94/95 - COM DISTRIBUIDOR)
Defeito no sensor de rotação
Troca: R$ 310
Falha no sensor de fase do distribuidor
Troca do sensor: R$ 255
Tempra 16V (a partir de 95 - sem distribuidor)
Falha no sensor de posição da borboleta
Troca do sensor: R$ 130
. Melhor custo/benefício - Compactos premium - Sem prêmio para a segurança
. Melhor custo/benefício - Sedãs com motor 1.4 e 1.6 - Franceses em destaque
. Melhor custo/benefício - Sedãs com motor 1.0 - Mais por menos
. Melhor custo/benefício entre R$ 30 mil e R$ 45 mil - Caro em conta
. Melhor custo/benefício entre R$ 23 mil e R$ 29 mil - Peladinho com conteúdo
LATARIA/CARROCERIA
Com o passar dos anos, as soldas da carroceria se soltam, causando barulho devido ao atrito entre as chapas de aço
Refixação dos pontos de solda: de R$ 100 a R$ 500
Vedação ruim para poeira e água. Recomenda-se conferir na região do porta-malas se está oxidado
RUÍDOS (causados por)
. Folga nas dobradiças do capô
. Folga na máquina dos vidros
. Desgaste da lingueta das fechaduras
. Folga nos bancos dianteiros
. Folga do encosto de cabeça
. Estepe, macaco e chave de roda mal fixados
. Vibração do forro de teto contra a lataria
. Fios do painel batem entre si
A mão-de-obra de um tira-grilos, que elimina os ruídos do carro, custa a partir de R$ 200
RECALL
Para saber se seu Tempra está em dia com os recalls, informe-se na Central de Relacionamento Fiat: 0800-707-1000
Troca do tubo de tomada de vácuo
Início: abril de 1993
Roda de liga leve
Início: outubro 1997
Troca do cilindro mestre do servo freio, tubo de combustível e tubo do radiador de óleo do Tempra Turbo
Início: outubro de 1997
Colaboraram paraa reportagem: AutoWay (31 - 3442-7342); Alinha Rodas (31 - 3295-3913); o "tira-grilos" Luiz Fernando Machado (31 - 3226-2677); Autowatt (31 - 2526-4516); Magnus Alinhamento (31 - 3463-9720).
Modelos já analisados: Gol; Palio; Celta; Fiesta; Clio; Peugeot 206, Fox; Uno; Corsa; Ka; Santana.