Após lucrar com modelos compactos como o Micra, a Nissan europeia capitaliza em cima dos crossovers, com o grande sucesso do britânico Qashqai, recentemente remodelado. Na onda do "irmão mais velho", a marca japonesa criou o Juke, um crossover que reúne as características de um hatch com as de um utilitário para conquistar o público de compactos. Baseado sobre a plataforma B do grupo Renault-Nissan, que serve a modelos como o Renault Clio III/Sandeiro e aos Nissan Tiida/Livina, o Juke se destaca pelo arrojo de suas linhas, inspiradas no conceito Qazana, que fez a sua estréia também em Genebra, há quase um ano atrás.
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A frente com faróis redondos incrustados ao lado da ampla grade frontal em "V", é um dos traços do conceito original. As lanternas são em bumerangue, elementos que fazem menção também a outros modelos da Nissan, como o esportivo 370Z. Os para-lamas ressaltados e a linha de teto que se estreita em direção a traseira seguem a cartilha dos compactos de imagem, como o Kia Soul. Em comprimento, o Juke tem 4,13 metros, com entre-eixos de 2,53 m, largura de 1,76 m e altura de 1,57 m. Decepciona o porta-malas, com apenas 251 litros.
Destaques mecânicos
As pretensões aventureiras não ficam apenas no estilo. Além da tração dianteira, há opção de tração integral. Neste caso, a suspensão traseira a eixo de torção dá lugar a um sistema de braços múltiplos, mais sofisticado. Na frente o Juke repete o usual esquema McPherson comum a outros modelos da plataforma, mas com um subchassi para maior rigidez e qualidade de rodagem. As rodas são sempre de 17 polegadas com pneus 215/55.
E não é apenas em estilo que o Juke se destaca. A parte mecânica oferece três opções de motores, sendo dois a gasolina. O mais sofisticado é o 1.6 16V que equipa a versão top de linha. Dotado de turbocompressor, intercooler, injeção direta de combustível e comando duplo de válvulas variável nas fases de abertura e de escape, o propulsor conta com 190 cv de potência e bons 24,4 kgfm de torque. Os modelos com tração dianteira contam com uma caixa manual de seis velocidades, substituído por um câmbio automático do tipo CVT (com seis relações no modo manual) na opção com tração integral – esse motor é o único que conta com a opção 4X4.
Há também uma versão reprojetada do nosso conhecido 1.6 16V. O bloco ganhou o comando variável de válvulas do propulsor mais moderno, além de um sistema de injeção com dois bicos por cilindro. Com isso passou a render 117 cv e 16 kgfm, 6% a mais de potência e 3% a mais de torque, respectivamente. A economia foi aprimorada em 5,6 %. Acoplado ao motor está um câmbio manual de cinco marchas ou um CVT (diferente do 1.6 turbo, sem opção de trocas manuais). Ainda está disponível um 1.5 dCi turbodiesel com injeção common rail (com duto único), que gera 110 cv de potência e 24,4 kgfm a apenas 1.750 giros, sempre com uma caixa mecânica de seis velocidades.
Moda juvenil
O Juke estará disponível em três versões: Visia, Acenta e Tekna. Embora ainda não tenha divulgado a lista de itens de série, opcionais ou preços das versões, a marca adianta que estarão disponíveis itens já comuns a outros carros. Entre eles ar-condicionado, revestimento em couro, câmera traseira e chave com abertura e partida remota. Além do Nissan Drive Control System, um sistema que permite ao motorista alternar os modos de comportamento do carro, além de controlar outros parâmetros, como o ar-condicionado. O display que exibe as informações muda de cor de acordo com o que está sendo exibido. Há três modos dinâmicos - Normal, Sport e Eco - que alteram a resposta do motor, disponibilidade de torque, peso da direção elétrica e climatização.
O desenho interno replica em parte o arrojo encontrado no exterior do Juke. Com o auxílio da tela multifuncional do módulo de controle de funções, o console central responde pela imagem moderna do habitáculo. A esportividade está presente no conta-giros e no velocímetro com moldura prata, divididos por um display, e no volante de três raios. E, dentro do estilo moderninho, as cores do console combinam com os tons dos apoios de braço e das laterais dos bancos. A fabricação do novo crossover será na planta de Sunderland, na Inglaterra, onde a marca investiu 53 milhões de libras esterlinas, cerca de R$ 150 milhões. O lançamento comercial se dará no início do segundo semestre de 2010.