O Qashqai representa para Nissan um trunfo, em principal nos mercados europeus. O modelo produzido na Inglaterra ? em Sunderland ?, onde foi lançado em 2007, conquistou mais de 500 mil compradores, sem nem sequer ser vendido no mercado norte-americano, onde os utilitários esportivos mais compactos contam com um público cativo. Para não deixar o seu modelo desatualizado face os concorrentes que seguem no seu encalço ? como o Ford Kuga ? a Nissan promoveu alguns retoques providenciais. A começar pela porção dianteira, que abandonou o antigo ar comportado e ganhou formas mais afiladas, com faróis alongados e grade projetada.
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O para-choque forma um belo conjunto em "V" delineado pelos protetores de plástico, um formato que replica o escudo da marca e combina com o capô alto e nervurado. A parte traseira passou por uma reforma mais tímida, mas também ganhou um "look" mais moderno graças às lanternas em LEDs, com lentes bicolores. As luzes de freio e de ré também contam com a iluminação por diodos, com um conjunto de 12 LEDs. A versão para sete passageiros, batizada como Qashqai +2 ? com 13,5 cm a mais de entre-eixos ?, também passou pelas mesmas alterações, que também colaboraram para baixar o coeficiente de penetração aerodinâmica ? Cx ? do crossover de 0.34 para 0.33.
Além da carroceria, o modelo também conta com novos detalhes de estilo, como as rodas de cinco raios com opção por conjuntos aro 16 ou 17. Há também duas novas cores: vermelho magnético e cinza mineral. O interior apresenta alguns retoques mais tímidos, como mostradores com leiaute renovado, que ladeiam uma nova tela de computador de bordo em LCD com números brancos. Para dar um pouco mais de requinte ao habitáculo, a marca japonesa inseriu pontos de iluminação próximos aos pés, em uma ambientação mais quente. Como se tornou de praxe nos atuais veículos familiares, o carro também conta com porta-trecos em maior quantidade. O isolamento acústico também foi aperfeiçoado, para suavizar ruídos mecânicos e aerodinâmicos.
Em mecânica, o carro conta com tração dianteira ou integral sob demanda, o suficiente para incursões no fora-de-estrada leve e médio. A plataforma utilizada é a mesma do X-Trail importado para cá. Junto com a reestilização foram modificadas as suspensões, que se tornaram um pouco mais esportivas, e o controle eletrônico de estabilidade se tornou de série em todas as versões, uma exigência do rígido instituto EuroNCAP de segurança veicular.
Lá fora o Qashqai conta com quatro opções de motorização. São duas a gasolina, uma 1.6 16V com 114 cv de potência e outra 2.0 16V de 141 cv, o mesmo motor do Sentra mexicano trazido ao Brasil. Mas ainda há opção de dois turbodiesel, um 1.5 de 106 cv, que se tornou menos poluente com as modificações e emite apenas 129 g/CO2 por km rodado, e outro 2.0 de 150 cv.
Tudo para transformar o crossover, em um modelo mais atraente diante não apenas dos rivais tradicionais, mas até quando comparado a hatches médios. E também para prepará-lo para os mercados "além mar", como a América do Norte e Latina, onde o Qashqai deve desembarcar ao longo de 2010. Para cá o crossover deve vir na versão 2.0 16V com tração integral e câmbio automático, o que pode descontinuar o X-Trail, que ainda não decolou em vendas. E, para se aclimatizar com o novo Nissan, na pronúncia do seu ?complicado? nome o ?Q? soa como ?C?, com sílaba tônica no primeiro ?A?. E de onde veio a inspiração para o batismo? De uma tribo persa, cujos costumes nômades são associados ao público alvo do carro.