Ao completar 35 anos de lançamento no Brasil, o Ford Escort já pode ser considerado um clássico nacional, admirado e desejado por quem curtia carros nos anos 1980 ou por quem reconhece que suas linhas ajudaram a contar a história do automóvel no Brasil. O modelo chegou ao nosso mercado em 1983, quando já estava na terceira geração na Europa. De acordo com a marca americana, o Escort foi seu primeiro carro mundial, tendo marcado o surgimento da tendência de compartilhar projetos e componentes para reduzir custos.
O compacto foi produzido por aqui durante 20 anos. As linhas aerodinâmicas evocavam esportividade, potencializada com o uso de acessórios como faróis de milha e aerofólio, presentes em versões mais equipadas. A tampa curta do porta-malas fugia do conceito clássico de uma sedã, sendo classificada por alguns como um “dois volumes e meio”. Já no lançamento, a marca americana oferecia diversas opções. Carroceria de três ou cinco portas. Dois motores da família CHT, 1.3 e 1.6 litro, movidos a gasolina ou a etanol. Câmbio de quatro ou cinco marchas. Além de quatro versões: as de entrada L e GL; a bem equipada Ghia (poucos meses após o lançamento), com vidros e travas elétricos; e a topo de linha XR3.
XR3 O aclamado Escort XR3 trazia todos os equipamentos possíveis: aerofólio, rodas de 14 polegadas, teto solar, faróis de milha e de neblina, além de bancos Recaro. O ar-condicionado era um opcional. Para melhorar o desempenho da versão esportiva, sua única motorização combinava motor 1.6 a álcool, ligeiramente envenenado em relação aos que equipavam as demais versões, e câmbio de cinco marchas. A carroceria conversível viria em 1985, com acionamento manual da peça de vidro (que posteriormente foi eletrificada), sendo a capota montada pela Karmann-Ghia.
VERONA Em 1986, a primeira geração (brasileira) do Escort foi reestilizada, com mudanças no capô, grade, faróis, piscas e para-choques, que ficaram mais envolventes. A carroceria de cinco portas, assim como o motor 1.3, deixaram de ser oferecidos. Com a associação feita entre Ford e Volkswagen, a Autolatina, as versões XR3 e Ghia receberam o motor AP 1.8. Ainda em 1989, a família foi ampliada com a chegada do Verona, um sedã de duas portas, traseira alta e lanternas horizontais. Ao longo da trajetória do Escort, ainda vale citar a série especial Fórmula, com amortecedor eletrônico e bancos Recaro, e o Guarujá, um sedã de quatro portas produzido na Argentina.
A segunda geração do Escort (no Brasil) foi lançada em 1993, inteiramente renovada, mas mantendo a personalidade do modelo. Porém, a carroceria antiga continuou a ser produzida na versão Hobby. Voltada para o segmento de carros populares, o motor 1.6 foi trocado por um 1.0. Já o XR3 recebeu motor 2.0 com injeção eletrônica. Com a criação do Mercosul, em 1996 o Escort passou a ser produzido na Argentina com nova frente, motor 1.8 Zetec, decretando o fim das versões XR3, Ghia e Hobby. No chamado modelo “1996 e meio”, o hatch voltou a ter quatro portas e o nome Verona foi trocado por Escort Sedan. Foram introduzidos também a perua Escort Station Wagon e o esportivo hatch RS, com duas portas. Em 2000, o Escort ganhou a opção do motor Zetec Rocam 1.6 nacional, até o encerramento da produção em 2003.