Apresentada no Salão de Frankfurt de 2019, a quinta geração do Land Rover Defender chega às concessionárias brasileiras nesta segunda quinzena de julho. Porém, como substituir à altura um modelo cultuado justamente por suas características rústicas, se tornando um veículo extremamente sofisticado e caro? Bom, esta tarefa cabe ao fabricante britânico. Vamos aos detalhes do novo Defender para ver se você se convence.
Umas das muitas coisas que mudaram é o posicionamento do Defender dentro da gama da Land Rover. Se antes ele era a porta de entrada em termos de valores, agora, vendido a partir de R$ 400.750, ele é a opção para quem quer um veículo para o fora de estrada extremo. Note que agora ele é mais caro que um Discovery Sport (R$ 232.500), linha voltada para o uso urbano, e um Range Rover Evoque (R$ 285.800), que combina luxo e capacidade fora de estrada. Mas, pelo que o novo Defender oferece, não poderia ser diferente.
O maior obstáculo que o Defender deve vencer é quanto ao seu novo visual. Esta quinta geração apostou na releitura do clássico, agregando elementos de várias gerações do modelo que estreou em 1948 (quando nasceu como Land Rover Série 1). Esta receita foi sucesso a um sem número de modelos – como Ford Mustang, Mini, Fiat 500 –, porém, com as linhas atenuadas, o jipinho ficou com jeitão de utilitário-esportivo de ir ao shopping.
DENTRO Por enquanto, o Defender chega apenas com a carroceria alongada 110. Por mais R$ 14.300, qualquer versão ganha terceira fileira de assentos, passando a levar sete pessoas. O interior tem quadro de intrumentos digital configurável de 12,3 polegadas. O painel tem muita personalidade, com linhas limpas e orientação horizontal, onde se destacam a alavanca de câmbio elevada, ao lado dos comandos da climatização. O sistema multimídia PIVI PRO traz navegação por GPS de série. O acabamento mescla o requinte do couro (a partir da versão intermediária) com a funcionalidade dos parafusos aparentes. A versão de topo traz teto solar elétrico.
NA TERRA Apesar do novo visual, não há que se duvidar da capacidade para o fora de estrada do Defender. Como a apresentação foi virtual, modalidade adotada por todos os fabricantes de veículo durante a pandemia do coronavírus, ainda não tivemos contato com este veículo. Mas seus predicados prometem.
O principal questionamento foi a oferta exclusiva do motor 2.0 turbo a gasolina, com 300cv de potência e 40,8kgfm de torque (disponíveis já aos 1.500rpm), que trabalha em conjunto com o câmbio automático de 8 marchas. O que falar para o cliente acostumado com um motor a diesel combinado com câmbio manual? Que ao menos experimente, né.
É que, diferente do que fez com o design, a Land Rover rompeu com toda a tradição, com toda a raiz do Defender, em tudo aquilo que você não consegue enxergar. O novo jipinho de luxo mergulhou profundo na tecnologia. Sua construção é em monobloco de alumínio, e não mais sobre chassi. Ainda assim o fabricante garante que esta é a carroceria mais resistente que já produziu, dez vezes mais rígida do que o Defender anterior.
A tração 4x4 é permanente e pode ser dosada com mais eficiência pelo sistema eletrônico Terrain Response 2, que pode ser configurado automaticamente conforme o terreno ou até mesmo com os ajustes individuais do motorista. Ou seja, esqueça aquelas alavancas para acionar 4x4 e reduzida.
A suspensão a ar é capaz de se adaptar automaticamente às condições do piso e condução do motorista, proporcionando maior controle e conforto. No off-road, a suspensão pode elevar a carroceria em até 14,5 centímetros. Para transpor os obstáculos, a altura em relação ao solo é de 29,1 centímetros, os ângulos de entrada e saída são respectivamente 38 graus e 40 graus, enquanto o ângulo de rampa é de 28 graus. A capacidade de travessia de trechos alagados é de 90 centímetros.
Duas funções que facilitam a vida do motorista em situações difíceis são o Wade Sensing, que informa a altura em que o veículo está submerso em água, e o “capô transparente”, que simula na tela central a imagem do terreno logo baixo do veículo, dando mais confiança nas manobras. Quanto ao conteúdo, a versão de topo HSE oferece Controle de Cruzeiro Adaptativo e o Monitor de Colisão Traseiro. Fabricado na Eslováquia, o novo Defender já está disponível em pré-venda no Brasil em três versões: S, a partir de R$ 400.750; SE, R$ 426.750; e a topo de linha HSE, por R$ 461.150.