Mogi Guaçu (SP) - Falar de um modelo icônico como o Porsche 911 é complicado. Dirigir algumas de suas versões, que acabam de chegar ao Brasil, pelas bem traçadas linhas do autódromo Vello Città, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo, é mais complicado ainda. Digo isso porque estamos falando de um esportivo que, há décadas, é sonho de consumo de muitos. Um bólido que habita o imaginário de apaixonados por carros desde a infância. E depois de entrar em um carro desse tipo, é difícil querer largar o volante e sair. Para satisfazer os desejos dos brasileiros amantes da marca, a Porsche já iniciou as vendas da nova geração do 911 por aqui. O problema é que os preços começam um pouco acima dos R$ 500 mil e chegam a quase R$ 1,3 milhão.
O novo 911 foi lançado na Europa no ano passado e agora desembarca no Brasil com a missão de manter os bons números de vendas na América Latina. O esportivo preserva as linhas originais da primeira geração, lançada em 1963, mas traz traços de modernidade que revelam sua evolução. A frente da nova geração tem entradas de ar mais largas e faróis com LEDs. A traseira ganhou novas saídas de ar, para ajudar na refrigeração do motor, e luzes de freio com LEDs. Continua sendo um esportivo que chama a atenção por onde passa.
Pela primeira vez no Brasil, o Porsche 911 será vendido na versão de entrada Carrera, mas ainda há outras opções: Carrera S, Carrera 4, Carrera 4S, Turbo, Turbo S, Targa 4 e Targa 4S. O cliente pode escolher entre as carrocerias cupê, cabriolet ou targa.
A versão Carrera é equipada com motor boxer biturbo de seis cilindros, 3.0 litros, com injeção direta e dois intercoolers, além de sistema que mantém a pressão do turbo mesmo quando desacelara. São 20cv a mais em relação à geração anterior. Nas versões Carrera e Targa 4, o motor tem 370cv e 45,9kgfm de torque entre 1.700rpm e 5.000rpm. Já nas versões Carrera S e Targa 4S a potência do motor sobe para 420cv e o torque para 51kgfm. A transmissão é a PDK, automatizada de dupla embreagem e sete velocidades. A Porsche não descarta a possibilidade de posteriormente disponibilizar versões com câmbio manual.
TOPO DE LINHA As versões 911 Turbo e 911 Turbo S são equipadas com motor seis cilindros de 3.8 litros, com potências de 540cv e 580cv, e torques de 72,4kgfm e 76,5kgfm, respectivamente. Só para se ter uma ideia, a versão Turbo S acelera até 100km/h em 2,9 segundos e tem velocidade máxima limitada em 330km/h. O Carrera cupê chega aos 100km/h em 4,2 segundos e o Carrera S em 3,9s. O cliente pode optar ainda por tração traseira ou integral, além de contar com sistemas que ajudam a melhorar a performance do modelo, como o Porsche Active Aerodynamics, com spoiler dianteiro e asa traseira com acionamento pneumático. Tem ainda o pacote Sport Chromo, que conta com cronômetro e um seletor junto ao volante que disponibiliza quatro modelos de condução: normal, sport, sport plus e individual. Cada um apresenta um diferente ajuste de resposta do conjunto mecânico.
Quem gosta de arrancadas nervosas vai ficar louco com a tecla Sport Response, que prepara motor e câmbio para resposta imediata na aceleração. Basta pisar no freio e acelerar fundo, subindo o giro do motor até 7.000rpm. Ao tirar o pé do freio, o carro sai como uma bala. É muito divertido! O novo 911 conta ainda com sistema de suspensão dianteira que se eleva para transpor entradas de rampas e lombadas, e eixo traseiro direcional, que mantém o carro mais equilibrado em curvas. São três tipos de escapamento, mas em todos o ronco do motor é fascinante. E o interior do carro esbanja conforto e sofisticação, com acabamento em couro e fibra de carbono. Conta com novo sistema multimídia com tela tátil de sete polegadas e conectividade por meio do sistema Apple CarPlay.
ACELERANDO Para conferir todas essas novidades, fomos ao autódromo Vello Cittá para testar as versões Carrera e Carrera S. O Porsche 911 é um esportivo que você literalmente veste e depois de encontrar a melhor posição no banco basta acelerar. É impressionante como as respostas são rápidas e o bólido gruda no asfalto como um kart. É preciso dosar a aceleração para evitar possíveis saídas de frente ou de traseira. A eletrônica ajuda muito para que isso não aconteça, mas se o pé pesar demais no acelerador, fica fácil de parar na grama. E da mesma forma que a forte aceleração gruda o motorista no encosto do banco, os freios a disco param o carro com eficiência impressionante. Simplesmente não dá vontade de sair da pista. E o mais difícil é voltar à realidade depois.
O diretor-presidente da Porsche Brasil, Matthias Brück, revelou que, apesar da crise econômica e política que abala o país, a montadora alemã não pretende alterar seus planos por aqui. Depois de inaugurar a sede da marca em São Paulo, em agosto do ano passado, Brück acredita que a nova linha 911 vai ajudar a impulsionar ainda mais as vendas no Brasil e na América Latina, consolidando o esportivo como um dos mais vendidos do mundo.
(*) Jornalista viajou a convite da Porsche Brasil