O clima não é dos mais festivos, mas a indústria do automóvel não deixa a peteca cair e, mesmo com a Europa em crise, neste sábado os portões do parque de exposições de Versailles se abrem para que o público possa desfrutar do 60º Mondial de L’Automobile 2012, o Salão do Automóvel de Paris.
Na categoria "líquido e certo" nós contamos com a grande colaboração da Peugeot, que levou para a mostra mundial (logicamente entre outros vários modelos) o compacto 208, o cupê RCZ reestilizado e o conceito 2008, um crossover que será um modelo global também fabricado no Brasil. Já no estande da Renault não tem nada para o Brasil. O grande destaque da marca é a quarta geração do Clio.
De acordo com a marca, a estratégia do modelo no Brasil é diferente, respondendo pela faixa de entrada da Renault, e isso não permite que o modelo seja tão sofisticado como o europeu. Em breve o Clio reestilizado, que já deu as caras em flagrantes de segredos, será apresentado por aqui. Trata-se de uma frente semelhante à do europeu, conjugada com a traseira parecida com a do atual.
Para fechar a seção de interesse das marcas francesas, no estande da Citroën havia muitos interessados no C4 L, que pode vir a ser o sucessor do C4 Pallas em mercados emergentes (como o Brasil!). A marca do Chevron ainda destacou em seu estande o DS3 Cabrio, versão descapotada do seu compacto apimentado.
Se por um lado o espaço da Renault não estava tão verde e amarelo, o estande da Dacia era um pedacinho do Brasil. Para começar que ali estava a dupla Sandero e Logan reestilizada. Se o hatch tinha ganhado fôlego com a reestilização de um ano atrás, o sedã já agoniza. Oficialmente a Renault do Brasil descarta a fabricação dessa nova geração para os próximos dois ou três anos. Mas resta saber se o mercado terá tamanha paciência. Quanto aos rumores da chegada do Lodgy, a Renault afirma que ainda não há interesse em ter um monovolume no momento e que, de certa forma, o Duster poderia suprir esta demanda.
Outra marca que trouxe muitos modelos que podem interessar ao Brasil foi a Ford. De cara podemos citar a reestilização do New Fiesta. Essa é a carinha (ainda mais bonita) do modelo que será fabricado no Brasil. A marca americana destacou o lançamento europeu do Mondeo, que é o Fusion lançado no começo do ano em Detroit. A novidade é a perua, que não deve ir para o Brasil devido ao pouco sucesso do segmento (o que é diferente na Europa). Quem fez a estreia na França foi o crossover Kuga, cotado para ser exportado para o Brasil em breve. Vale citar a presença do EcoSport no estande da marca. O modelo será vendido na Europa e foi classificado por uma revista local como o "conceito de um 4x4 compacto".
Um produto que está devendo sua renovação no Brasil é o Golf, que por aqui está estagnado em sua quarta geração. Sua sétima geração, recém-lançada, terá o primeiro contato com o público neste salão, e há quem já dê como certo que é ele que vai para o Brasil. A GM deu um banho de água fria para quem espera o crossover compacto Trax (que no Brasil vai se chamar Enjoy) em breve. De acordo com a marca, com a importação cada vez mais onerosa, o modelo seria cerca de R$ 20 mil mais caro que seu principal concorrente, o Ford EcoSport.
Quem está confirmado para o Brasil em 2013 é o novo Mercedes-Benz Classe A, bem mais interessante agora. Quanto aos modelos de menor volume de vendas podemos esperar ainda o Mini Paceman (derivado do Countryman), o novo Range Rover (aos moldes do Evoque), Kia Carens e Audi A3 Sportback.
(*) Jornalista viajou a convite da Anfavea