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Opala 1975: das mãos de uma pioneira para colecionador de antigos

O modelo Chevrolet saiu de fábrica com equipamentos escolhidos pela proprietária, a segunda mulher a tirar a carteira de habilitação em Sorocaba, no interior paulista

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O Chevrolet Opala 4100 está em perfeito estado de conservação e preserva a originalidade
O Chevrolet Opala 4100 está em perfeito estado de conservação e preserva a originalidade Foto: O Chevrolet Opala 4100 está em perfeito estado de conservação e preserva a originalidade

Na década de 1930, quando foi instituído o voto feminino no Brasil, em Sorocaba, no interior de São Paulo, uma mulher ganhava o título de segunda cidadã a conquistar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para dirigir um automóvel na cidade. Em 1975, foi dela também o feito de retirar um Chevrolet Opala Standard zero-quilômetro de fábrica. Ela escolheu o carro com os equipamentos que considerava necessários: câmbio automático, ar-condicionado, rádio AM, vidros esverdeados e o motor seis cilindros.

chevrolet opala 4100 modelo 1975 bege de traseira na garagem
Na garagem da casa de Reginaldo, o Opala divide espaço com outros carros antigos

Mas o tempo passou e, atualmente, o Chevrolet Opala 1975 pertence a Reginaldo Milagre, comerciante em Conselheiro Lafaiete (MG). Além do Opala, ele tem outros seis carros antigos, como os Chevrolet C10 e Caravan, os Ford Corcel II, Rural e Pampa, e um VW Fusca, que foi o primeiro da coleção, há 20 anos.

Reginaldo conta que foi motivado a comprar o Chevrolet Opala porque considerou algumas características especiais que o carro reunia. “Ele é equipado com motor seis cilindros, de 128cv e 27,7kgfm de torque, e câmbio automático de quatro velocidades, comum somente nos modelos luxuosos e muito caros destinados à classe alta da época”, afirma o comerciante. O Opala de Reginaldo preserva a sua originalidade, com o banco dianteiro inteiriço e a alavanca do câmbio junto à coluna de direção.

chevrolet opala 4100 modelo 1975 bege detalhe da lateral badge automatic na garagem
A inscrição na lateral revela o tipo de transmissão do carro

De acordo com Reginaldo, a história do carro e da primeira proprietária valorizam ainda mais o automóvel, que já garantiu a placa preta. Ele explica que, em 1992, a primeira dona do carro tinha 83 anos e ainda permanecia com o veículo.

Depois de dirigir até o hospital em Sorocaba sozinha, para avaliar um mal-estar que culminou em uma cirurgia, avisou ao filho que o Chevrolet Opala estava no estacionamento da unidade de saúde. Mas a história teve um desfecho triste, pois a senhora dona do Opala faleceu durante o procedimento cirúrgico e o filho dela não teve interesse em ficar com o carro.

“Eu acredito que sou o quarto ou o quinto dono desse Opala. Pelas minhas contas, depois de ganhar o carro da mãe, o filho o passou para um terceiro, que penso ser meu amigo de quem comprei o veículo. Agora ele é meu e não vendo”, afirma.

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