O para-brisa costuma ser alvo fácil de pedras e objetos soltos na
pista. Passado o susto do impacto, o indicado é cobrir a rachadura,
para que impurezas como poeira e gordura não entrem na lâmina externa
do vidro, dificultando o reparo. ?O melhor a fazer é colar um selo
adesivo, presente em manuais de seguradoras. Fitas também podem servir
em caso de urgência, desde que sejam transparentes e não obstruam a
visão do motorista?, adverte o gerente da loja Autoglass do Sion, Zona
Sul de Belo Horizonte, especializada no reparo de vidros, Anderson Rosa.
Nem
todas as rachaduras, porém, podem ser eliminadas. O Conselho Nacional
de Trânsito (Contran) estabelece, por meio da Resolução 216, que apenas
fraturas de até 4cm de diâmetro e trincas de, no máximo, 20 cm de
comprimento podem ser reparadas em automóveis. ?Neste caso, a moeda de
R$ 1 é uma espécie de referência. Se a abertura passar do tamanho dela,
não dá para consertar?, explica o diretor comercial da Carglass,
Fabiano Telatin.
PESADOS Para caminhões e
ônibus, cujo vidro frontal fica em posição mais vertical, o limite para
a realização do serviço é determinado pela área de um retângulo, no
lado esquerdo, com 50cm de altura e 40cm de largura. Em ambas
situações, se o estrago for maior, esteja na zona de visão do motorista
ou numa faixa de 2,5cm, que envolve as bordas externas, o para-brisa
deve ser trocado.
A lâmina interna do para-brisa, divida em três
camadas, que incluem ainda plástico siliconado ao centro, também não é
reparável. ?O para-brisa temperado é mais frágil que o laminado,
exigido por lei, além de estilhaçar e ser menos seguro?, acrescenta
Rosa. As penalidades para quem for flagrado dirigindo com o vidro
frontal fora da lei incluem multa de R$ 127,69, cinco pontos no
prontuário e retenção do veículo.
PREVINA TRINCAS
Quanto mais limpa a abertura estiver, mais imperceptível será o
resultado depois da recuperação. A situação se complica quando surgem
as trincas, que podem aparecer algum tempo depois (segundos, minutos,
horas ou dias) do objeto atingir e danificar o para-brisa. Os fatores
para o fenômeno, que segundo Telatin quase sempre acontece, vão desde a
variação de temperatura dentro e fora do carro a uma torção da
carroceria. ?Uma trinca pode se formar com o veículo parado ou
desligado. Dependendo do impacto, a tensão fica acumulada e a energia é
liberada?, diz o diretor da Carglass. Outra situação que favorece o
surgimento de trincas é a pressão que o vento exerce sobre o vidro com
o carro em movimento. ?Isso também pode interferir na extensão da
trinca?, revela Rosa.
O reparo não exige a retirada do
para-brisa do veículo e custa de R$ 75 a R$ 90. O tempo médio de espera
é de 40 minutos. Durante o serviço, a área de impacto é preenchida e
secada com resina, por meio de um kit composto por bomba injetora,
suporte afixado ao vidro, soprador térmico e lâmpada ultravioleta. Já a
troca do vidro laminado varia de R$ 250 a R$ 360, aproximadamente, e
exige até quatro horas. ?Nesse caso, depois da substituição, o vidro é
encaminhado para reciclagem?, explica o gerente da Autoglass.