De Porto Real, RJ - A Peugeot fez um grande estardalhaço na terça-feira (20/05), no complexo industrial de Porto Real, no Rio de Janeiro, para anunciar a chegada da nova família 207, sucessora do 206, que começa a ser vendida a partir de agosto. A montadora apresentou os modelos hatchback, perua e sedã e informou que os projetos foram desenvolvidos totalmente no Brasil, para consumidores brasileiros e do Mercosul. Mas o 207 brasileiro é na verdade um 206 reestilizado, e não um projeto novo, como o modelo de mesmo nome comercializado na Europa. A grande novidade foi a apresentação do 207 Passion, sedã compacto que chegará ao mercado no segundo semestre.
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A prática tem se tornado comum: as montadoras desenvolvem projetos modernos na Europa, mas mantêm no Brasil plataformas antigas, disfarçadas apenas com retoques de estilo. E a alegação é sempre a mesma: "Os custos dos projetos europeus são muito altos para nossa realidade", afirmam. Dessa forma, o consumidor brasileiro acaba sendo obrigado a se contentar muitas vezes com projetos ultrapassados, distantes dos oferecidos no primeiro mundo.
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A Peugeot entrou nesse clima e se encheu de pompa para fazer a primeira apresentação da "nova" linha 207. Entusiasmados com o crescimento da participação da PSA Peugeot Citroën no mercado brasileiro, os executivos da empresa mostraram otimismo com a chegada da nova família de modelos e esperam dobrar o volume de carros vendidos até 2009, chegando a 300 mil unidades/ano, com a meta de ultrapassar as 500 mil unidades depois de 2010. Para isso, a aposta é no segmento de compactos, o que mais vende no Brasil.
O presidente da Peugeot do Brasil, Laurent Tasté, apresentou o 207 como o primeiro carro da marca 100% brasileiro. E, em seu discurso, tentou justificar por que o compacto tupiniquim é diferente do comercializado na Europa. "Depois de sete anos de produção em Porto Real, com meio milhão de carros vendidos, nós sabemos o que o brasileiro gosta e o que não gosta. Temos apenas que ajustar os custos de produção de acordo com a realidade dos mercados locais", afirmou. É por isso que o 207 produzido no Brasil é na verdade um 206 e meio.
Mudanças
O carro teve o início do projeto desenvolvido em 2005 por uma equipe franco-brasileira, que definiu o estilo. Mas, a partir de 2006, os engenheiros de Porto Real assumiram a direção. Eles alegam que foram modificadas mais de mil peças e acrescentadas outras 250 novas. O resultado foi um 206 com frente nova, mais robusta, com faróis alongados e uma grade com o leão símbolo da marca em tamanho exagerado. A lateral tem exatamente o mesmo desenho, assim como a traseira, que ganhou lanternas com lentes mais modernas. Por dentro, pequenas modificações no painel e alguns erros mantidos, como comandos elétricos dos vidros no console central, sob a alavanca do freio de estacionamento.
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A perua 207 segue o mesmo padrão: teve a frente modificada e a traseira mantida. Os dois modelos chegam ao mercado em agosto e, pouco depois, a Peugeot começará a vender o 207 Passion, sedã que tem a mesma frente do hatch e traseira de formas mais arredondadas. O desenho do compacto é equilibrado e deve agradar ao público admirador desse segmento. Os modelos serão equipados com os já conhecidos motores 1.4 flex e 1.6 flex. A Peugeot informou que foram feitas pequenas modificações na suspensão, que ganhou novos amortecedores, e no câmbio manual, agora com sistema a cabo, que proporciona trocas mais suaves.
O 206 atual continuará a ser vendido como modelo de entrada, somente com câmbio manual, carroceria cinco portas e motor 1.4 flex. A perua 206 sai de linha. A versão Escapade será encampada pela nova 207 SW. Os preços dos novos modelos não foram revelados, mas o 206 de entrada deverá permanecer na faixa dos R$ 29 mil. A Peugeot não descarta a possibilidade de lançar uma versão GTi do 207, provavelmente equipada com motor 1.6 flex mais potente. Até 2010 a marca pretende lançar outros novos modelos, entre eles uma picape compacta.
(*) Viajou a convite da Peugeot do Brasil