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Peugeot 508: Resistência francesa

Marca do leão lança seu novo sedã médio-grande no país com predicados para tentar jogar ainda mais no esquecimento o 407 e o maior 607, e preço inicial de R$ 119.900

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Foto:

*Campos do Jordão (SP)

O Peugeot perde o ar felino para adotar a imagem estreada pelo conceito SR-1 em 2010


O Peugeot 508 é daqueles carros que não vão viver à sombra dos antecessores. Criado para substituir numa levada os apagados médio-grande 407 e o grande 607, o 508 representa a sexta tentativa de a marca se fixar no andar de cima

Modelo tem a tampa do porta-malas mais alta do que a linha de cintura e lanternas com LEDs

entrincheirado pelos alemães. É uma antiga ambição dos franceses e, para ombrear os rivais, o modelo é uma espécie de Marcel Marceau automotivo: faz a mímica perfeita de um sedã alemão da classe, ainda que tenha outro alvo declarado no Brasil. Com preço de R$ 119.900, o Peugeot chega próximo dos Mercedes-Benz C180 e Volkswagen Passat 2.0 TSI, mas cobiçando o público do sul-coreano Hyundai Azera, menos fiel que o dos germânicos.

Até o motor, o conhecido 1.6 THP turbo, que gera 165cv de potência, e 24,5kgfm de torque já a 1.400rpm, tem sotaque alemão. O câmbio é o conhecido automático de seis velocidades, que fica devendo mais rapidez na troca de marchas, mas é

Compartimento de bagagem tem boa capacidade: 473 litros

tocado pelas grandes aletas no volante para uma pegada mais esportiva. Até os 100km/h, o sedã leva 9,2 segundos e chega aos 220km/h declarados, compatível com os 4,79metros de comprimento e 1.410kg de peso. O consumo médio, por sua vez, ficou em 10km/l de gasolina entre cidade e estrada.

EX-GATO O Peugeot perde o ar felino para adotar a imagem estreada pelo conceito SR-1 em 2010. Destacam-se o capô e a tampa do porta-malas mais altos que a linha de cintura. Faróis e lanternas usam LED. Por dentro, o espaço é bom para quatro adultos, mesmo tendo 2,81m de entre-eixos. Os passageiros traseiros sofrem com o assento muito baixo, forçando flexão

Acabamento de boa qualidade, com revestimento em couro

incômoda dos joelhos, enquanto o console bloqueia os pés ao centro. Para abrir espaço para as cabeças, prejudicado pelo teto-solar, há um ressalto. O porta-malas leva 473 litros, porém mantém as dobradiças aparentes e abriga estepe temporário. Usando a base do Citroën C5, o 508 tem suspensão independente com ajuste firme reforçado pelas rodas aro 18 polegadas com pneus 235/45, que repercutem o que se passa no piso. Reações ao volante, estabilidade e frenagem são afiadas, algo que a Peugeot já sabia de cor, sem precisar consultar os alemães.

O conteúdo reforça as ambições. O 508 chega com ar-condicionado de quatro zonas, direção eletro-hidráulica, bancos dianteiros com regulagens elétricas, GPS, freio de mão elétrico, central multimídia com tela de sete polegadas, head-up display (tela junto

Passageiros do banco traseiro sofrem com o assento muito baixo

ao para-brisa que exibe velocímetro, controle de cruzeiro e navegação), partida sem chave, revestimentos em couro, teto solar, faróis bixênon direcionais, sete airbags (frontais, laterais, cortina e para os joelhos do motorista), controle de estabilidade, freios ABS, entre outros. Apenas o som JBL premium e o alarme são cobrados à parte. A Peugeot espera vender até 400 unidades por ano.

(*) Jornalista viajou a convite da Peugeot do Brasil