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Que carro é esse? Ford lança versão do EcoSport sem o estepe na tampa traseira

SUV ganha versão sem o estepe pendurado na tampa traseira. Mudança foi possível graças à adoção de pneus run flat, que, mesmo furados, permitem que o veículo continue rodando

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Que carro é esse? Ford lança versão do EcoSport sem o estepe na tampa traseira
Que carro é esse? Ford lança versão do EcoSport sem o estepe na tampa traseira Foto: Que carro é esse? Ford lança versão do EcoSport sem o estepe na tampa traseira


De Tatuí (SP)* -
Marca registrada do modelo, o Ford Ecosport acaba de perder o estepe pendurado na tampa traseira, mas só na versão topo de linha Titanium. O pneu sobressalente naquela posição sempre foi alvo de diversas críticas - seja por estar mais acessível para furto, por deixar a tampa traseira mais pesada e até causar um baita estrago no veículo de trás no caso de uma manobra desatenta - mas, em uma escala bem maior, sempre foi um importante elemento de design para o modelo, verdadeiro fator decisivo para a escolha dele.


Independentemente da sua opinião sobre a "mochilinha", o fato é que a retirada do estepe deu outra cara à traseira do EcoSport, que ganhou um estilo mais urbano. Porém, caso o cliente prefira aquele jeitão mais jipinho, todas as demais versões continuam com o sobressalente colado na tampa traseira, principalmente a versão aventureira Storm, com diversos adereços e tração nas quatro rodas.

Mas para onde foi o estepe subtraído da versão Titanium? Para lugar nenhum. O projeto do EcoSport nem prevê um local para guardar o sobressalente. Afinal de contas, não há espaço de sobra no modelo. A versão agora calça pneus do tipo run flat, que, mesmo furados ou rasgados, permitem que o veículo continue rodando por 80 quilômetros a velocidades de até 80km/h. Para complementar, o veículo traz de série um kit de reparo do pneu, dotado de um selante e um compressor de ar com manômetro, que permite rodar mais 200 quilômetros.


MOTOR O EcoSport Titanium agora está equipado com motor 1.5 flex de três cilindros - com potências de 130cv (com gasolina) e 137cv (com etanol) e torques de 15,6kgfm e 16,1kgfm -, no lugar do 2.0, que hoje só equipa a versão Storm. O câmbio é automático de seis marchas, com opção de trocas manuais por aletas localizadas próximas ao volante. A adoção de pneus run flat exigiu uma recalibração da direção, já que este tipo de pneu é mais pesado (cerca de 2 quilos), e um novo ajuste da suspensão traseira, devido à perda de peso final (menos 13 quilos).


CONTEÚDO
A versão Titanium custa R$ 103.890, e traz de série teto solar elétrico, sete airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, sistema de monitoramento de ponto cego e tráfego cruzado, ar- condicionado digital, bancos em couro, chave presencial (para destravar as portas e ligar o motor), sistema multimídia com tela de 8 polegadas, sensor de chuva, rodas de liga leve de 17 polegadas, faróis de xênon e luzes diurnas de LED.


As demais versões do modelo também tiveram os preços ajustados: a de entrada SE 1.5 manual custa R$ 78.990; a SE 1.5 automática, R$ 84.990; a intermediária FreeStyle 1.5 manual tem preço sugerido de R$ 85.890; com câmbio automático, a mesma versão custa R$ 91.890; já o aventureiro Storm 2.0 automático 4x4 custa R$ 108.390. O EcoSport, precursor no segmento dos SUVs compactos, está em sua segunda geração. Com a chegada de muitos concorrentes no segmento que mais cresce, o modelo passou por uma reestilização que deixou o interior mais requintado e somou muito em conteúdo. Seu principal problema é o espaço interno da cabine e o porta-malas.



Experiência run flat


A diferença entre os pneus run flat e os comuns é que ele recebe reforços em pontos-chave para se manter estruturado quando está sem ar. Com um dimensionamento maior nos flancos, ombros e talões, o pneu pode suportar o peso do veículo em caso de perda de pressão, permitindo continuar rodando a uma velocidade de até 80km/h por 80 quilômetros. No caso do Ford EcoSport, ainda está disponível um kit de reparo – formado por um compressor de ar com manômetro, mangueira e um selante – que permite rodar mais 200 quilômetros.


Ao vender seu peixe, a Ford apela para a ideia da segurança e mobilidade contínua. Afinal, ninguém quer se arriscar a perder o controle do veículo em movimento ou ter que trocar o pneu num lugar perigoso. Isso tudo não deixa de ser verdade, mas algumas particularidades do pneu run flat precisam ser levadas em conta antes de investir num veículo dotado dessa tecnologia. De acordo com Marcelo Capella, da Michelin, esse tipo de pneu evoluiu muito com o passar dos anos, tendo se tornado muito parecido com os convencionais.

REPARO Quanto ao reparo, ele garante que é idêntico ao de um pneu comum, onde é possível fazer intervenções apenas na banda de rolamento em furos de até 6 milímetros. Já os danos nas laterais não devem ser consertados, assim como nos convencionais. Ainda de acordo com Capella, não é necessário um ferramental específico para desmontar ou montar um pneu run flat.

PERFORMANCE O gerente técnico da Michelin garante que o composto (o material) do pneu run flat é idêntico ao de um pneu comum, o que iguala características como aderência e performance em frenagem. Porém, segundo Gilberto Geri, gerente de engenharia de veículos da Ford, a resistência ao rolamento do run flat é maior, o que afeta o consumo de combustível, assim como o desgaste do produto. No caso do EcoSport, a Ford escolheu o modelo ZP (Zero Pressure) da Michelin por reunir características muito semelhantes às pneus comuns. Ao todo, foram testadas cinco marcas, quando compararam características como conforto e comportamento dinâmico.

PREÇO E DISPONIBILIDADE Aqui tem um aspecto que precisa ser vigiado de perto, já que é comum os fabricantes lançarem produto com preços normais para depois, quando os holofotes não estão mais sobre eles, praticarem valores abusivos. De acordo com a Ford, o preço de cada pneu run flat é de R$ 899, contra R$ 655 do pneu comum. Já o kit de reparo custa R$ 266, cobrados apenas pela mangueira e o selante.

Diferente de vários relatos de leitores que possuem veículos de marcas premium sobre a dificuldade de encontrar pneus run flat em concessionárias, a Ford afirma que existe um estoque do produto no Brasil, disponível em sua rede credenciada e também nas lojas da Michelin. Se não houver o produto para pronta entrega, é necessário fazer o pedido, mas a marca garante que o prazo de entrega é curto.

 

 

NA PISTA Para aferir o comportamento do veículo com os pneus run flat avariados, experimentamos o EcoSport no campo de provas da Ford, em Tatuí. Foram colocadas três situações diferentes. Na primeira, rodamos com um dos pneus traseiros completamente sem pressão. Com velocidades até 80km/h, o comportamento do veículo permaneceu praticamente inalterado. Se não fosse pelo sensor de pressão dos pneus (equipamento obrigatório quando se adota essa tecnologia), que emite um alerta no painel de instrumentos, o motorista mal percebe a diferença. Apenas no exercício de slalom é que se percebe uma atuação tímida do controle de estabilidade.

No segundo exercício, rodamos em um veículo com um dos pneus traseiros com um furo de 19 milímetros, quando o comportamento foi muito parecido com o relatado anteriormente. Já no terceiro exercício foi possível ver a performance do veículo com os dois pneus traseiros furados. Ao rodar com o veículo nessa condição numa reta, a até 80km/h, é possível sentir a traseira galeando, mas você ainda está no controle. No slalom, ao entrar na sequencia de curvas a 80km/h, os controles eletrônicos do carro atuam imediatamente, corrigindo a trajetória e reduzindo a velocidade, garantindo o controle do veículo.

* Viajou a convite da Ford