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Renault Sandero Stepway - Para aventuras urbanas

Fabricante lança versão do hatchback com apelo esportivo, equipada com rodas de liga leve aro 16 polegadas e suspensão elevada, além do já conhecido motor 1.6 16V flex

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Rack do teto forma conjunto com aerofólio traseiro, ambos itens de série

De Mogi das Cruzes (SP) - A fórmula de veículos com estilo aventureiro deu certo no Brasil. Basta colocar alguns adesivos e acessórios sem muita utilidade e pronto, o modelo se transforma em sucesso de vendas. A Fiat foi pioneira por aqui, com sua linha Adventure. As outras montadoras gostaram do resultado e seguiram o mesmo caminho. A Renault, por exemplo, acaba de lançar o Sandero Stepway, que pretende oferecer algo mais do que maquiagem. O modelo tem suspensão elevada e rodas de liga leve aro 16 polegadas como principais atrativos.

O Renault Sandero Stepway foi desenvolvido com a colaboração da equipe de engenheiros e designers brasileiros. A idéia era oferecer uma versão ainda mais robusta do hatch, com desenvoltura para enfrentar nossas ruas e estradas em condições ruins. O carro ganhou alguns adereços que deixaram seu visual com uma aparência discretamente esportiva. Na frente, o pára-choque tem uma saliência que imita um quebra-mato menos agressivo, além de faróis de neblina embutidos.



Molduras
Os faróis têm máscara negra e, nas laterais, destaque para as molduras nas caixas de rodas e os discretos estribos. A ponteira do escapamento é de aço inoxidável polido, assim como o aerofólio e as barras longitudinais no teto. Nas laterais, o Sandero Stepway pode ter seis tipos de adesivos estilizados. O dono do carro é que escolhe. O interior é basicamente o mesmo do Sandero, com acabamento na cor preta, com volante de três raios e instrumentos com iluminação na cor âmbar.

Mas a principal modificação do Stepway está na suspensão. O carro é 5cm mais alto do que o Sandero, com 18,5 cm de altura livre do solo. Apesar de ter elevado o centro de gravidade do modelo, a Renault afirma que cuidou de recalibrar a suspensão, para deixar o carro estável e seguro nas curvas. Porém, o resultado não foi bem esse (ler mais abaixo). A versão é a única da categoria a ter rodas de liga leve aro 16 polegadas como item de série.

Volante de três raios e moldura de aço escovado no centro do painel


O motor que equipa o Sandero Stepway é o 1.6 16V flex, com potências de 107 cv (gasolina) e 112 cv (álcool), além de bom torque, que garante robustez e agilidade no trânsito urbano e na estrada. A versão tem ainda como itens de série alarme sonoro de advertência de luzes acesas, banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo e direção hidráulica, entre outros. O modelo chega com preço inicial de R$ 44 mil e, com todos os opcionais, vai a R$ 53,7 mil.

Molengão
A Renault usou a mesma receita que as outras fábricas para criar o seu "off-road" de mentirinha. Com uma diferença: ela não fala a mentirinha de sempre, pois não recorre em nenhum momento ao argumento do "fora-de-estrada".

Mais honesta, simplesmente diz que é um carro do jeito que o brasileiro gosta, com uma decoração especial (e bota decoração nisso: tem até adesivos personalizados que o freguês escolhe e a concessionária aplica na hora de entregar o Stepway) e é mais altinho. E que o carro é bastante adequado à batalha diária nas grandes cidades e estradas cheias de buracos, depressões, lombadas, valetas, tampas de bueiro invertidas e outras mais.

A suspensão ficou bem calibrada para enfrentar os desafios urbanos, mas a engenharia da Renault pecou no quesito estabilidade. Ao levantar muito a carroceria (5 cm), deixou o carro meio "molengão" na estrada. Como só trocou molas e amortecedores e deu uma calibrada no conjunto, o Stepway passa uma desagradável sensação nas curvas, o que talvez pudesse ser amenizado com um pouco mais de engenharia na suspensão.

Já o motor 1.6 com 16 válvulas da Renault é um dos melhores do mercado brasileiro e proporciona um desempenho bem legal ao carro. Até ajuda, de certa forma, a destruir o mito de que motor multiválvulas não tem resposta em baixa: ele começa a responder desde as 2.000 rpm.

Mas o resultado final é positivo e o aventureiro da Renault tem todas as ferramentas para emplacar no mercado.

Jornalista viajou a convite da Renault do Brasil