Do Rio de Janeiro - Há 20 anos, na Eco-92 a indústria automotiva brasileira ainda vivia a febre da abertura das importações, período em que os carros nacionais passaram a contrastar ainda mais com o que estava disponível lá fora. Em 2012, a indústria nacional mudou um bocado, porém mantendo o descompasso. Não é surpresa, portanto, que a grande novidade do evento estivesse nas mãos da alemã BMW, que promoveu com destaque os protótipos Mini E. Mais interessante que a proposta de um Mini elétrico é o que o carrinho vai gerar: trata-se do embrião da nova Série i de elétricos, que vai resultar no cupê esportivo i8 e no compacto i3. O menor chegará ao Brasil ainda em 2014, confirmou a BMW no evento.
O compacto conceitual tem lugar para quatro passageiros e bagageiro de 200 litros, o que reforça sua orientação urbana. Com 3,84 metros e motor elétrico capaz de entregar o máximo de 160cv, o pequeno i3 tem desempenho esperto, indo até os 100km/h em 7,9 segundos e alcançando os 150km/h – elétricos não costumam ir além disso para poupar a autonomia das baterias. Falando nelas, o alcance é calculado entre 130 e 160 quilômetros. O bom desempenho também é explicado pelo uso intensivo de composto plástico com fibra de carbono na carroceria (a primeira aplicação em massa), o que manteve o peso próximo dos 1.200kg, enquanto os Minis E conceituais chegam aos 1.600kg.
No apanhado geral, a Rio%2b20 exibiu algumas novidades que ainda estão longe do mercado brasileiro, como a PSA, que investiu na linha de veículos híbridos diesel-elétricos, combustível proibido para carros de passeio no Brasil. O pavilhão da Itália trouxe dois modelos da terra: um Fiat 500 C equipado com motor de dois cilindros TwinAir 0.9 turbo, com injeção direta e 85cv, e um Alfa Romeo Giulietta com motor 1.4 MultiAir. Embora o motor bicilíndrico já esteja em testes e possa ser usado em um projeto nacional, o Alfa ainda está distante do mercado brasileiro. Ao menos o Cabriolet da Fiat deve ser trazido do México ainda este ano. Além deles, estava o manjado conceito Uno Ecology e um Siena Tetrafuel. O grupo Renault-Nissan participou com sua linha de elétricos do transporte de autoridades.
VERDE MADURO Outros fabricantes trouxeram novidades que já haviam sido apresentadas, como o ônibus e o caminhão híbridos da MAN, ou a linha BlueMotion da Volkswagen, que também trouxe o monovolume Bulli, proposta compacta e futurista com visual que remete à Kombi. A Mitsubishi montou estande no pavilhão japonês e trouxe o conhecido i-Miev. Empresas de energia, como a Itaipu-Binacional, trouxeram seus projetos elétricos, que incluem um Fiat Palio Weekend, um caminhão Iveco Daily e um curioso Agrale Marruá também convertido. Todos elétricos ainda muito longe da realidade comercial, principalmente os importados sobretaxados. Quem sabe na Rio%2b30?