O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, anunciou, nesta quinta-feira (20), que a produção de veículos Moskvich (antiga marca da era soviética) será retomada em dezembro na fábrica da Renault que foi vendida há 6 meses.
A ideia de ressuscitar a Moskvich surgiu em maio, quando o governo da Rússia buscava alternativas para que os empregos das pessoas que trabalhavam na instalação da Renault fossem preservados.
A solução foi, então, nacionalizar a fábrica da Renault. Ela foi rebatizada de Oscow Automobile Factory Moskvich e, agora, produzirá modelos da antiga marca da União Soviética.
Expectativa de produzir 600 carros Moskvich ainda em 2022
Os novos responsáveis pela fábrica da Moskvich já esperam produzir cerca de 600 carros este ano, incluindo 200 elétricos.
O prefeito Sobyanin também se mostrou otimista:
“A indústria automobilística fracassou seriamente este ano, mas, no entanto, espero que possamos lançar a fábrica de Moskvich em dezembro, com a ajuda do Ministério da Indústria e Comércio”.
Sergei Sobyanin, prefeito de Moscou
Além disso, considerando que Moscou tem tradição suficiente para se tornar o próximo pólo da indústria de veículos elétricos, espera-se que esses números sejam apenas uma amostra do que virá no futuro. Para 2023, cerca de 50 mil veículos já devem ser produzidos.
A fábrica receberá 5 bilhões de rublos (US$ 81 milhões segundo as taxas de câmbio atuais) em investimentos de Moscou e da montadora russa Kamaz.
Por que a Renault vendeu a fábrica na Rússia?
A fábrica que, agora, passará a produzir os modelos da Moskvich, era de propriedade da AvtoVAZ, uma montadora russa da qual a Renault era acionista majoritária.
No entanto, após a invasão da Ucrânia pela Russia, a Renault acabou sendo forçada a se retirar do mercado da Rússia em função das sanções impostas pela comunidade internacional ao regime de Putin.
Com isso, a marca francesa optou por vender a sua participação na empresa ao instituto russo de pesquisa de automóveis, o Nami, por um valor não mais que simbólico: um rublo (US$ 0,016).
Por outro lado, a venda foi acompanhada por um termo que garante à Renault a possibilidade de recomprar a sua ação nos próximos seis anos.
“Hoje, tomamos uma decisão difícil, mas necessária, e estamos fazendo uma escolha responsável em relação aos nossos 45.000 funcionários na Rússia, preservando o desempenho do Grupo e nossa capacidade de retornar ao país no futuro, em um contexto diferente.
Luca de Meo, CEO do Grupo Renault.
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