De Nova York - Na próxima sexta-feira (22) as portas do Centro de Convenções do Jacob Javits, em Nova York, se abrem ao público para o New York International Auto Show 2011. Mas na manhã desta quarta-feira (20) os expositores começam com as coletivas de imprensa que antecedem um grande salão, mostrando o que é (ou não) novidade.
No caso do Salão Internacional do Automóvel de Nova York, as novidades, antes restritas ao mercado norte-americano, agora já despertam interesse do mercado mundial. Na tarde da última terça-feira (19), último dia antes da abertura aos jornalistas, o Vrum acompanhou o trabalho de montagem dos estandes de algumas montadoras. O que se percebeu é que os americanos sonham mesmo é com a independência cada vez maior dos carros beberrões. Há uma grande valorização dos pequenos, como Mini, Smart e até o Fiat 500. Nem precisa dizer do novo Beetle, uma das estrelas da mostra.
Mas onde estão os imponentes SUVs, símbolos do poderio e do exagero americano? Eles ainda são destacados pelas montadoras, mas de uma forma muito mais simbólica do que prática. Talvez seja para não tirar o ar local do Salão. O caótico trânsito de Nova York deixa clara a necessidade de veículos cada vez mais eficientes, compactos e menos poluentes. Estamos falando de uma Região Metropolitana de cerca de 19 milhões de habitantes e que, mesmo com um dos sistemas de transporte coletivo mais eficazes do mundo, funcionando 24 horas por dia, 365 dias por ano, ainda sofre em horários de pico. Alguns corredores livre da Big Apple são destinados a veículos com pelo menos três ocupantes, estimulando a práticas de caronas, chamadas de carpool e difundidas em outros grandes centros do país.
P.U.M.A.
Enquanto andávamos pelo Centro de Convenções, observamos dois veículos de transporte individuais, como se fosse um Segway, mas com a estrutura de um carro. Não só parecem como tem o dedo da Segway, que apresentou o projeto pela primeira vez no Salão de Nova York de 2007. Batizado como P.U.M.A (Personal Urban Mobility and Accessibility, ou veículo pessoal urbano para a mobilidade e acessibilidade) o pequeno modelo capaz de se equilibrar sobre duas rodas chamou atenção pela proposta, mas não pelo estilo. O que mudou no ano passado, quando o projeto P.U.M.A. foi incorporado pela General Motors, que criou os EN-V - Electric Networked-Vehicle, ou veículo elétrico conectado em rede. Encapsulados, os carrinhos de 1,5 metro de comprimento foram desenhados em três estilos diferentes, cada um criado por um estúdio da GM ao redor do mundo. Com 500 kg de peso e até 40 km de autonomia proporcionados pela bateria de íons de lítio, o EN-V pode ser uma alternativa interessante para Manhattan.
Será que está neles depositadas a esperança de um trânsito menos desconfortável para os novaiorquinos? Quem sabe um dia, mas enquanto ele não chega, a ideia é deixar os carros cada vez mais verdes. A palavra `hybrid`está por todas as partes, em diversos expositores. Os que não o usam, é porque já partiu direto para a era do elétrico, como o Miev, colocado em um pedestal pela Mitsubishi em seu estande. A GM vai usar o Volt como protagonista de uma bela campanha de marketing da montadora em prol do meio ambiente (e também da segurança). O veículo será apresentado em uma versão especial para a polícia de Nova York. A preocupação ambiental promete limpar, além das frotas públicas, o contigente de táxis amarelos da cidade. Ficarão de fora carros como o Ford Crown Victoria, substituído não mais por minivans, e sim por híbridos.
QUINTA AVENIDA
As propostas ecológicas prometem ganhar também as consciências dos ricaços da Quinta Avenida e Park Avenue. Até o luxuosíssimo Rolls-Royce Phantom entrou na dança e terá seu primeiro motor elétrico. Mesmo que seja apenas um experimento, já é um avanço e tanto. O destaque da Fiat é o 500, apresentado ao público norte americano como um veículo bom na Itália e perfeito para o uso na América. Na ocasião da apresentação à imprensa, no final do ano passado, o carrinho foi levado para um test-drive pela Big Apple. Nada mais apropriado para comprovar as qualidades de um subcompacto no trânsito urbano. Claro que o modelo foi adaptado ao gosto local. Além de detalhes de legislação, o 500 ganhou um câmbio automático de seis marchas, bem mais suave que o automatizado Dualogic de cinco velocidades.
A neura com os ecologicamente corretos já é tão grande, que um pavilhão inteiro foi destinados aos modelos elétricos. Só resta saber se os americanos, acostumados com o exagero que lhes rendeu fama, vão ter olhos saciados com carros tão pequeninos.
Hoje e amanhã o salão abre somente para a imprensa. O Vrum está presente para trazer todos os detalhes, inclusive os modelos que estão sendo lançados aqui e que em breve estarão em nosso mercado.