Batizado de Dualogic, o novo câmbio da Fiat permite ao motorista trocar as marchas de maneira manual ou automática. Tecnologia é da Magneti Marelli. Além do câmbio, o Stilo teve ligeiras alterações de estilo na carroceria e interior, recebendo novos equipamentos, como entrada USB e iPod para o rádio Connect com viva-voz Bluetooth integrado e leitor MP3/WMA; os retrovisores externos têm sinalizador de direção incorporados.
A novidade é o câmbio manual automatizado em que a mudança de marcha poder ser de maneira automática, seqüencialmente por toques na alavanca ou por comandos no volante. Trata-se de uma caixa convencional em que o comando manual dá lugar a uma central eletrônica, que comanda a troca das marchas automaticamente, e dispensa o pedal de embreagem. O funcionamento é semelhante ao de um câmbio automático tradicional.
Para colocar o carro em movimento, é preciso pisar no pedal de freio, colocar a alavanca na posição central entre os símbolos (+) e (-). Para alternar entre os modos automático e manual, desloca-se a alavanca para a esquerda na posição D/M, com o carro parado ou em movimento.
Como funciona | |
Manual | Troca pela alavanca ou borboletas. |
Automático ou manual | O modo de dirigir pode ser alterado com o veículo parado ou em movimento com um toque na alavanca. |
Auto down | Sistema reduz as marchas automaticamente em qualquer dos modos para parar em semáforo. |
Kick down | Igual ao automático tradicional. Para reduzir as marchas, basta pisar fundo no acelerador para realizar ultrapassagem, por exemplo. |
Tecla S | Trata-se do modo esportivo em que as marchas são trocadas em rotação mais elevada. |
Memória | O sistema memoriza a forma de condução (manual ou automática) selecionada quando o veículo for desligado pela última vez. A maneira de dirigir do motorista fica memorizada. |
Antibarbeiragens
Você jura que está num carro automático, pois não existe o pedal da embreagem nem a necessidade de cambiar. É só ligar o motor, acelerar e o Stilo 2008 Dualogic sai suavemente, sem tranco, sem rotação a mais ou a menos. Quando o motor vai girando mais alto, não se preocupe, pois o sistema percebe e passa as marchas sozinho. Se você continua acelerando, daí a pouco o carro já está de quinta. Mas, se surgir uma subida, ele joga a quarta, ou terceira, sempre a marcha mais conveniente para a situação.
Mas, se você não quiser mais o conforto do câmbio automático e resolver dirigir esportivamente, passando as marchas com as aletas atrás do volante (exatamente como um piloto da Fórmula 1), é só dar um toque na alavanca. Nessa opção, o motorista assume o comando da caixa. Mas as marchas não são cambiadas de forma suave: tem sempre um (necessário) pequeno engasgo para a desaceleração do motor.
O sistema beira a perfeição e só não tem a mesma suavidade do cambio automático tradicional. Em compensação, é mais barato, mais leve e ainda reduz (em vez de aumentar) o consumo de combustível.
Existem diversos sistemas de caixas manuais automatizadas. No Brasil, o primeiro foi lançado recentemente pela GM na Meriva Easytronic. A principal diferença entre eles é que o da GM (fornecido pela Luk) funciona eletricamente, enquanto o da Fiat (desenvolvido pela Magneti Marelli) é hidráulico. O que dá mais suavidade e rapidez ao Dualogic.
Existem diversos sensores que evitam as "barbeiragens": mesmo se o motorista pedir, marchas mais fortes (1ª ou 2ª) não são engatadas em velocidades inadequadas. Com a porta aberta, não se desengata o ponto morto. A ré não entra com o carro em movimento.
Quem compra o Stilo com o sistema Dualogic pode até se iludir e imaginar que levou um câmbio automático tradicional. Mas vai descobrir a verdade no dia em que levar o carro para uma revisão na oficina e vier a conta da embreagem...
(*) Jornalista viajou a convite da Fiat Automóveis