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Start/Stop - Para economizar combustível

Sistema desenvolvido pela Bosch proporciona redução significativa do consumo e, se usado em larga escala pelos fabricantes de automóveis, pode chegar com preço baixo

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Eficiência energética é a palavra de ordem daqui para a frente, sempre que um fabricante iniciar o projeto de um novo modelo. No exterior, atingiu estágio de prioridade máxima com o duplo objetivo de economizar combustível e limitar emissões no escapamento dos veículos. O Brasil já teve, em meados dos anos 1980, o Programa de Economia de Combustível (Peco), idealizado pelo Ministério de Minas e Energia e apoiado por Chevrolet, Fiat, Ford e VW à época. Os objetivos foram atingidos, mas durou apenas três anos.

No início da década de 1990, o mesmo ministério e a Petrobras criaram o Programa Nacional da Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e Gás Natural (Conpet). O principal desdobramento é o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), lançado em 2008 e ainda em base voluntária. O país poderia se engajar no esforço mundial de eficiência energética se tornasse obrigatória a adesão ao PBEV e reiniciasse ações inteligentes, a exemplo do Peco.

Existem, atualmente, tecnologias auxiliares que permitem avanços na economia de combustível. O preço não seria baixo, porém eventual estímulo fiscal e ganhos no custo/quilômetro rodado compensariam com folga. Dois desses recursos são os sistemas Start/Stop (desliga e liga automaticamente o motor, no para e anda do trânsito) e de Recuperação de Energia no Alternador. Acredita-se que até 85% dos veículos novos vendidos na Europa em 2015 terão ambos. Os EUA também induzem os fabricantes a diminuir o consumo e essas tecnologias ajudam bastante.

A filial brasileira da Bosch acredita que a versão de custo reduzido do Start/Stop (S/S) pode interessar às fábricas e aos motoristas. "Medições reais, no Centro de São Paulo, têm indicado redução de consumo de até 15%, no mesmo ciclo de rodagem, quando comparado ao sistema não acionado", explica o diretor de engenharia para motores de partida e alternadores, Jair Pasquini.

O S/S simplificado inclui sensores de pedal de embreagem e de ponto morto do câmbio, software específico de gerenciamento eletrônico do motor, botão no painel para desligar o sistema, além de motor de partida para 150 mil ciclos, ou seja, grande margem de robustez para este uso. A fim de reduzir o ruído ao religar, adotaram-se mola de amortecimento de impacto pinhão-cremalheira e aumento de rotação para abreviar o tempo de partida.

Nos dias quentes, desligar o motor a combustão significa limitar a eficiência do ar-condicionado. No entanto, pesquisas de campo apontaram que quase dois terços dos tempos de parada se situam no máximo em 25 segundos. No verão, este intervalo equivale a uma variação de até 3 graus Celsius na temperatura do habitáculo, enquanto o motor permanecer desligado. Para melhorar o conforto térmico a bordo, o sistema bloqueia a entrada de ar externo e diminui a velocidade do ventilador. Tais expedientes compatibilizam economia de combustível e uso do ar-condicionado.

Quanto à recuperação de energia, o ganho é bem menor, no máximo de 3%. O sistema trabalha administrando o torque do alternador. Durante a aceleração limita o fornecimento de corrente elétrica, aliviando a carga do motor a combustão, o que libera potência e reduz o consumo; em desaceleração (não há injeção de combustível), o alternador trabalha com máxima eficiência, recarregando a bateria do veículo.