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Stellantis anuncia tecnologia híbrida com foco no etanol

Ao completar dois anos, grupo multimarcas revelou que até o fim deste ano a tecnologia desenvolvida no Brasil será apresentada, mas só chegará ao mercado depois

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Híbridos plug-in e elétricos ainda são beneficiados por incentivos fiscais
Híbridos plug-in e elétricos ainda são beneficiados por incentivos fiscais Foto: Híbridos plug-in e elétricos ainda são beneficiados por incentivos fiscais

Não faltam motivos para o grupo Stellantis comemorar os seus dois anos de fundação, que foram completados em 20 de janeiro. Nesse período, o conglomerado garantiu a liderança nos mercados sul-americano, brasileiro e argentino, sendo que a Fiat foi a marca mais vendida por aqui. Para comemorar o feito e reforçar o otimismo em relação à região, o grupo Stellantis começa a divulgar os resultados do programa Bio-Electro, que prevê o desenvolvimento de tecnologia híbrida com base no etanol, entre outras coisas.

O anúncio foi feito pelo presidente da Stellantis América do Sul, Antonio Filosa, que revelou que de 2021 a 2025 o grupo somará 43 lançamentos entre as oito marcas – Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën, Ram, Abarth, Opel e DS. Desse total, 19 são modelos totalmente novos, entre SUVs, hatches, sedans, vans e picapes.

Mas entre os objetivos estratégicos globais do grupo Stellantis o principal é a redução de emissão de CO² em 50% até 2030, e carbono neutro em 2038. Para isso, o conglomerado pretende atingir um mix de vendas de veículos eletrificados em 2030 de 100% na Europa, 50% nos EUA e 20% no Brasil.

Jeep Compass 4xe híbrido plug-in azul de frente na Toscana pista de terra
O grupo Stellantis já comercializa no Brasil o Jeep Compass 4xe, o SUV híbrido plug-in, mas outros modelos virão em futuro próximo

E para reduzir as emissões e conseguir a mobilidade sustentável, o grupo Stellantis vai promover melhorias nos motores a combustão, desenvolver um sistema híbrido com motor a etanol de alta eficiência e célula de combustível a etanol. A ideia é promover ao máximo a descarbonização da cadeia automotiva, desde a extração da matéria-prima até a reciclagem do veículo.

Tecnologia desenvolvida no Brasil

Tudo isso faz parte do programa Bio-Electro, que começou a ser desenvolvido no ano passado. De acordo com Antonio Filosa, as tecnologias híbridas com etanol serão apresentadas até o fim deste ano, sendo que o desenvolvimento está concentrado em Minas Gerais, onde o grupo Stellantis tem 1.500 engenheiros dedicados. Filosa só não revelou qual será o primeiro modelo a usar o sistema híbrido com etanol, mas afirmou que ele virá nos próximos anos.

O presidente da Stellantis América do Sul alfinetou a concorrência, alegando que outras montadoras trazem componentes e tecnologias da Ásia, enquanto as marcas do grupo investem no desenvolvimento e produção no território nacional. Mas para que isso continue funcionando de forma eficiente, Filosa disse que é preciso ter uma estrutura fiscal e de logística que garanta o desenvolvimento de novas tecnologias.

Sobre a redução do IPI que incide nos preços dos veículos, Antonio Filosa afirmou que “poder trabalhar com previsão de redução da carga fiscal é sempre positivo”. Mas ele também falou sobre a importância de se reduzir a inflação para que haja equilíbrio no mercado.

Previsões do presidente da Stellantis América do Sul para 2023

Quanto à previsão para o setor automotivo em 2023, ele disse que acompanha o número divulgado pela Anfavea, que espera um crescimento em torno de 3% no mercado brasileiro, com cerca de 2,2 milhões de veículos vendidos. O presidente da Stellantis diz estar otimista em relação à América do Sul e, principalmente, o Brasil, que, segundo ele, tem a matriz energética mais eficiente com o etanol, “que é a fonte mais limpa”.

Em relação à crise no fornecimento de semicondutores, que comprometeu a produção da indústria automotiva, Antonio Filosa disse que o problema será página virada a partir do segundo semestre. Ele afirmou que o grupo Stellantis tem incentivado o desenvolvimento de tecnologia nacional, além de trazer os fornecedores de componentes para o entorno das fábricas, otimizando a produção.

Dessa forma, promovendo a sinergia entre as marcas, com o compartilhamento de plataformas e conjuntos mecânicos, o grupo Stellantis pretende se isolar cada vez mais na liderança de mercado na América do Sul. Mas, por enquanto, tudo indica que ainda não existe a intenção de produzir veículos compactos eletrificados de custo mais baixo, em volume maior, que contribuiriam para a redução de emissões e renovação da frota. O foco ainda está nos SUVs e picapes, modelos de maior valor agregado e de custo elevado.

O Vrum testou o Jeep Compass 4xe, o SUV híbrido plug-in. Confira!

https://youtu.be/N4RcQfiup7E

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