Passaram-se 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Época em que os fabricantes tiveram que recorrer a minicarros baratos, com mecânica simples como a de uma moto e feitos com materiais abundantes, como o alumínio usado em aviões de guerra. O Salão de Frankfurt, que fica aberto ao público até domingo, exibe um número maior de minicarros, só que motivados por outras crises: financeira, de combustíveis e, principalmente, de espaço. Ou seja, têm que ser baratos, econômicos e ocupar pouco espaço no trânsito ou ao estacionar em qualquer sobra de vaga. As Romi-Isettas modernas não são necessariamente sem graça, como prova o Audi Urban Concept.
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O carrinho alemão tem 3,21 metros de comprimento, só que com largura de 1,67m, equivalente à de um compacto. A largura é explicada pelo arranjo interno é 1 %2b 1, em que o passageiro vai ao lado do motorista, só que em posição mais recuada para não apertar as pernas. O pequeno pesa apenas 480kg, fato explicado pelo uso de materiais caros, como plástico reforçado com fibra de carbono na carroceria e o mesmo material misturado com alumínio nos chassis. Como se para mostrar que a urbanidade não tem nada a ver com falta de emoção, a Audi ainda criou uma variante Spyder, que ganhou um jeitinho ainda mais de hot rod, sem para-lamas e com carroceria afilada como a de um carro de fórmula. Se o desempenho é pacato – o Urban Concept vai aos 100km/h em 16,9 segundos, ele faz mais bonito na típica arrancada urbana, chegando aos 60km/h em cerca de 6s, como um 1.6. A autonomia é de 73 quilômetros.
EU E EU MESMO
A Volkswagen foi mais individualista que a sua marca das quatro argolas e criou o NILS, de apenas um lugar, acessível por porta asa de gaivota. Com apenas 3 metros de comprimento, 30cm a mais que o Smart Fortwo, o NILS pode até parecer “crescidinho”, mas o fato é que a sua largura o faz ocupar praticamente o espaço de uma moto estradeira. De quebra, o corpinho leve como o Audi permitiu o peso de 460kg, o que garante arrancada aos 100km/h em cerca de 10s, com velocidade máxima de 130km/h. A autonomia é de apenas 65 quilômetros, suficiente para o típico deslocamento diário de um alemão, garante a VW.
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Já o Opel RAK foge menos à regra dos conceitos urbanóides e adota uma carroceria em forma de gota, cujo para-brisa sobe para dar acesso ao interior. Segundo o fabricante, o conceito para dois passageiros enfileirados é uma proposta possível e de baixo custo: seria possível rodar até 100 quilômetros com 1 euro, o equivalente a R$ 2,37, valor inferior a um litro de gasolina no Brasil. O peso deve ficar abaixo dos 500kg, enquanto a velocidade máxima é de 120km/h. Espertamente, a Opel ainda adianta que o carro poderia ser usado por adolescentes de 16 anos, que em determinados países europeus podem dirigir minicarros urbanos, desde que a velocidade máxima fique limitada a 45km/h.
NA REAL
A limitação à circulação de automóveis em grandes centros como Londres, os incentivos aos elétricos e as vantagens podem ser as grandes impulsionadoras do segmento. Para os que acham que todos esses carrinhos estão distantes da realidade, como a maioria das criações do tipo, vale lembrar que a Renault já saiu na frente com o Twizy Z.E., elétrico de apenas 2,32m que mais parece um scooter de quatro rodas, levando dois passageiros enfileirados. Será que as demais perderão esse filão?